EVANGELHO – Mc 10, 28-31
Naquele tempo: Começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: ontem vimos no Evangelho este jovem que se aproximou de Jesus e lhe perguntou o que devia fazer para ganhar o Céu. Jesus primeiro lhe disse para cumprir os mandamentos. Uma vez que o jovem respondeu que já os vivia, Jesus, sabendo que poderia dar mais, pediu-lhe para dar todo o que possuía aos pobres e segui-lo. E vimos como ele não quis se desfazer dos seus bens.
O Evangelho de hoje passa para a cena seguinte quando Simão Pedro vendo esta falta de generosidade com Deus, volta-se para Jesus e lhe pergunte o que será de nós que deixamos tudo e o seguimos. E aí Jesus dá esta resposta maravilhosa que deve ser uma frase gravado no fundo do nosso coração: “Recebereis 100 vezes mais nesta vida e a vida eterna na outra”. Jesus retribui não uma, nem duas, nem três vezes, mas 100 vezes mais qualquer ato de entrega à Ele. Que será de mim se eu me sacrificar e ir todo domingo à missa quer esteja chovendo ou não, quer esteja viajando ou não? Recebereis 100 vezes mais. Que será de mim se procurar viver a castidade antes do casamento? Recebereis 100 vezes mais. Que nunca mais esqueçamos estas palavras de Jesus.
Dando continuidade à nossa série sobre São Josemaria e a sua mensagem, dissemos na última vez que o Fundador do Opus Dei foi um instrumento de Deus para colocar o mundo no seu devido lugar. Hoje vamos continuar mergulhando na luz que ele viu no dia 2 de outubro de 1928.
São Josemaria compreendeu nesta luz que o mundo não é ruim e, justamente por isso, podemos ser santos vivendo no meio do mundo. E dizia: santos de altar. Ou seja, não uma santidade por assim dizer “fajuta”, mas santos autênticos, canonizáveis, isto é, declarados santos pela Igreja depois de um processo longo de investigação. Tão santos quanto Santa Teresinha do Menino Jesus, quanto Santo Antônio, quanto São Francisco de Assis etc.
E Deus lhe mostrou qual seria o eixo de santificação, a realidade em torno da qual seriam santos. Esta realidade é o trabalho, os afazeres cotidianos.
São Josemaria, então, compreendeu que através do cumprimento dos deveres de cada dia podemos, em primeiro lugar, converter o trabalho em oração, uma vez que o fazemos por Deus e na presença de Deus. Lembre que dizíamos que um dos motivos que as pessoas alegavam que uma pessoa que está no meio do mundo não podia ser santa, é porque o trabalho impede de rezar. Mas Deus mostrou a São Josemaria nesta luz cheia de conteúdo que o trabalho pode ser convertido em oração.
Em segundo lugar, viu que através do cumprimento dos deveres de cada dia podemos adquirir todas as virtudes. Pois a santidade, como vimos, pode ser definida como alguém que terminou esta vida com as virtudes em grau muito chamativo. Com uma alegria a toda prova, com uma caridade muito acima do normal, com uma humildade extraordinária, com uma paciência muito chamativa etc. O cumprimento dos nossos deveres nos levam a adquirir todas as virtudes.
Quando São Josemaria falava do cumprimento dos nossos deveres, referia-se a todas as nossas obrigações: familiares, profissionais, pessoais, cívicas, sociais etc. O cuidado do lar, o trato com a esposa, com o marido, com os filhos e parentes, o exercício da profissão, o relacionamento com os colegas de trabalho e pessoas que cruzamos na rua, o cuidado da saúde etc.
Nesta luz São Josemaria viu aqueles 30 anos da vida oculta de Jesus onde Ele viveu uma vida normal no seio de uma família e trabalhando junto com São José na carpintaria. E que esta realidade foi uma realidade santificadora para Jesus Cristo. Cristo procurava fazer tudo com perfeição.
Não é verdade que a convivência com os demais, que o cumprimento das nossas obrigações é um caminho maravilhoso de santificação?
Lição: transformar, portanto, tudo o que fazemos em caminho de santificação, de crescimento nas virtudes, de ocasião para amar e servir a Deus.
