EVANGELHO – Lc 21, 12-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Jesus continua falando do fim dos tempos e agora fala da perseguição aos cristãos que ocorrerá neste momento. O que é bonito neste comentário de Jesus é o seu ensinamento sobre a confiança completa em Deus. Jesus fala desta confiança dizendo que não precisamos planejar com antecedência a nossa defesa porque Deus nos dará as palavras acertadas. E depois diz que nem sequer um só fio de cabelo da nossa cabeça cairá sem o seu consentimento. Ou seja, só ocorre na nossa vida o que Deus permite. Desta forma, uma vez que fazemos a vontade de Deus, nunca devemos temer a nada e nem a ninguém. Nunca nos esqueçamos disso!!!
Continuando a nossa série sobre a Doutrina Católica, na semana passada vimos um texto muito bonito e profundo sobre a Santíssima Trindade de Santa Maria Madalena de Pazzi. Hoje gostaria de citar umas palavras muito bonitas do autor do livro “Intimidade divina” falando também da Santíssima Trindade onde nos dirá que este mistério tão grande nos revela a desproporção infinita entre Deus e nós e isso é muito bom para a nossa humildade e nos dirá umas palavras belíssimas sobre o amor da Santíssima Trindade por nós. Vejamos.
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O mistério da Santíssima Trindade é o mistério da nossa fé mais inacessível à razão humana; diante dele experimentamos mais do que nunca a desproporção infinita entre a nossa inteligência e os mistérios divinos, sentimos a enorme distância que há entre nós e Deus.
Tudo isto é muito bom, porque nos faz ter perante Deus aquela atitude que verdadeiramente corresponde à nossa condição de criaturas: atitude de humildade, de humilde reconhecimento da nossa insuficiência, de respeitosa submissão e reverente adoração.
A consideração do mistério trinitário leva-nos a uma atitude não só de humilde reverência e fé firme, como também de profundo amor filial. «A característica da amizade – diz São Tomás – é que o amigo revela ao amigo os seus segredos». Tal é a característica do amor de Deus para conosco, já que, revelando-nos o mistério da Trindade, nos desvendou o segredo da sua vida íntima. Se não possuíssemos outras provas do amor que Deus nos tem, a revelação deste mistério seria mais que suficiente para nos persuadirmos dele:
– confiou-nos os segredos do seu coração
– abriu-nos ao mistério da sua vida pessoal
– admitiu-nos à sua intimidade.
Tudo isto nos dá testemunho do enorme amor com que Deus nos ama: pois não só não Se contentou com revelar-nos o seu mistério, mas quis dar-se a nós.
Depois de nos ter chamado à existência:
– o Pai deu-se a nós sacrificando o seu Unigênito para nossa salvação;
– o Filho deu-se a nós morrendo por nós na cruz e fazendo-se nosso alimento;
– o Espírito Santo deu-se a nós, vindo habitar nas nossas almas, a fim de nelas derramar a graça e a caridade.
Na vida de Cristo vemos toda a Trindade inclinar-se sobre nós para nos redimir, para nos santificar, para nos tornar participantes da sua natureza divina e da sua bem-aventurança eterna:
– vemos o Pai que nos rodeia com a sua paternal misericórdia e providência;
– vemos o Filho que se faz um de nós e derrama por nós todo o seu sangue;
– vemos o Espírito Santo que santifica as nossas almas infundindo em nós a graça e o amor.
Somos apenas pequenas criaturas, infinitamente distantes da sua divina Majestade e, contudo, a Trindade inclinou-se sobre nós e atraiu-nos a si, amando-nos com um amor eterno: «Eu te amei com amor eterno; com amor leal te atraí (Jer. 31, 3).
De modo concreto, com relação à inhabitação, que loucura de Amor é o que Jesus nos revelou: «Se alguém me ama… meu Pai o amará e nós viremos a ele e faremos nele morada» (Jo. 14, 23). Deus mora na alma em graça como um amigo que gosta de estar com o amigo, de se entreter com ele em doce familiaridade. «Eis que estou à porta e bato — diz o Senhor. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei nele e cearei com ele e ele comigo» (Ap. 3, 20).
Se estamos em graça, Deus não só mora em nós, mas, sendo o Deus vivo, vive em nós a Sua vida íntima, a Sua vida trinitária. A nossa alma é um pequeno céu onde se desenvolve esta magnífica vida divina, a vida da Santíssima Trindade.
Lição: que estas palavras deste autor possam despertar em nós em grande amor à Santíssima Trindade.