EVANGELHO – Lc 12, 49-53
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Jesus dirige-se aos discípulos, revelando-lhes os sentimentos mais profundos do seu coração: um amor que é simbolizado pela imagem do fogo.
E como Deus nos ama com um amor infinito, o que Ele mais quer é arder os nossos corações com o fogo do seu Amor. Por isso, Ele diz: “fogo vim trazer à terra e como gostaria que todos vocês estivessem tomados por ele!”
Vamos abrir o nosso coração para Deus. Ninguém tem um amor tão grande como o de Jesus, como o de Deus. Vale a pena abrir as portas do nosso coração para este Deus que é todo Amor. Mas para isso, precisamos tirar todas as barreiras que impedem dEle entrar como o medo, o egoísmo, a soberba, não querer se comprometer com Deus etc. Tenho hoje alguma barreira que está impedindo de Jesus entrar totalmente no meu coração? Estou aberto a cumprir todos o seus mandamentos, sem exceção? Pensemos nisso!
Continuando a falar sobre o Plano da Santidade, como estamos fazendo nas quintas-feiras, hoje gostaria de falar sobre a oração do Angelus que é uma oração recomendada para ser feita diariamente ao meio-dia, apesar de que há pessoas que a rezam às 6h da manhã ou às 6h da tarde.
Se formos ao vaticano no domingo ao meio-dia, veremos milhares de pessoas reunidas para ouvir o papa rezar o Angelus. Qual foi a origem desta oração e deste costume?
O Angelus ou “oração da paz” como era conhecido, tem origem no século XIII e era recitado pelos fiéis ao som dos sinos da igreja ao entardecer, período do dia em que se acreditava que o Anjo Gabriel – daí a origem do nome da oração – se apresentou à Virgem Maria.
A oração tinha o propósito de homenagear o Filho de Deus que, se encarnando no seio da Virgem Maria, trouxe os fundamentos da paz entre Deus e os homens. Sendo assim, era composta das palavras da primeira parte da Ave Maria, repetida diversas vezes. Somente mais tarde assumiu a fórmula rezada atualmente.
A primeira notícia certa do Angelus Domini remonta a 1269, no tempo em que São Boaventura de Bagnoregio era superior geral da Ordem Franciscana. Na ocasião do Capítulo Geral dos Frades Menores, em Pisa, São Boaventura prescreveu aos religiosos de saudar, ao som dos sinos da igreja, a mãe de Deus ao entardecer recitando a oração da Ave Maria, recordando o mistério da encarnação do Senhor. Anos depois, no ano de 1307, um dos decretos do Sínodo de Strigonia (Hungria) prescrevia que durante o entardecer, receberiam indulgência os fiéis que recitassem três Ave Marias durante o soar dos sinos.
Em um Sínodo realizado em Colônia no início do século XV, se estabeleceu que “de agora em diante, todos os dias, em todas as igrejas, próximo ao nascer do sol, se soe três vezes o sino como no entardecer, para a saudação da Virgem Gloriosíssima”. E se concedia indulgência a todos aqueles que recitassem três Ave Marias ao soar do sino.
Em 1456 o Papa Calisto III prescreveu o soar dos sinos para o Angelus também ao meio-dia, com a recitação de três Ave Marias. Este foi o último a ser introduzido na prática dos fiéis, porém é o mais recitado pois é visto como uma oportunidade de elevar o pensamento à Mãe de Deus em meio à fadiga do dia a dia.
Pio XII inaugurou o encontro com os fiéis, assomando à janela do escritório do palácio Apostólico para “dar uma palavra de fé aos fiéis e a bênção e João XXIII introduziu outras palavras à oração do Angelus.
Já a primeira ‘transmissão’ do Angelus festivo ocorreu com o papa Pio XII, no dia 15 de agosto de 1954, em Castel Gandolfo, por ocasião da convocação do Ano Mariano Universal.
O papa Paulo VI, incluiu a oração no documento Marialis cultus, exortando a manter vivo o costume de recitá-la diariamente.
O Angelus também foi uma oração muito cara ao papa João Paulo II, que a constituiu momento de encontro com fiéis de todo o mundo, na Praça São Pedro. E este costume continua até hoje.
Lição: que saibamos incorporar a oração do Angelus no nosso dia-a-dia e veremos os frutos de estarmos mais pertos de Nossa Senhora com esta breve oração.