EVANGELHO – Mt 9, 32-38
Naquele tempo: Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: No Evangelho de hoje, vemos Jesus compadecendo-se dos sofrimentos humanos e curando os seus filhos de suas enfermidades.
Não há palavras para descrever o coração de Cristo. Se nós nos doemos ao ver o sofrimento humano, imaginem Deus! Cada dor nossa deve cortar o seu coração.
Mas, sua dor principal, como já dissemos em outra ocasião, é de ver o pecado no nosso coração. Deus é um Pai e sofre com o sofrimento humano, mas sofre muitíssimo mais com o pecado, pois sabe todo o mal que ele provoca na nossa alma. Assim estas curas que Jesus vai fazendo ao longo da sua vida pública é uma imagem da cura que ele irá realizar quando estiver no alto da cruz, libertando-nos da escravidão do pecado. Jesus não via a hora de chegar este momento. Como Ele mesmo disse: “Mas devo ser batizado num batismo (batismo de sangue); e quanto anseio até que ele se cumpra”! (Lc 12, 50).
Para termos uma ideia do mal que o pecado ocasiona, vejamos estas palavras que Jesus disse à Luisa Piccarreta que é uma serva de Deus que viveu entre os anos 1865 a 1947. Estão no seu livro “24 horas da Paixão”:
“Meu filha, nesta Hóstia trabalho desde manhã até à noite, formando correntes de amor; e quando as almas vêm a Mim, Eu acorrento-as ao Meu Coração; mas tu sabes o que é que elas Me fazem? Muitas, esforçando-se, desprendem-se e despedaçam as Minhas correntes amorosas; e como estas correntes estão ligadas ao Meu Coração, Eu sou torturado e entro em delírio. Depois, elas ao quebrarem as Minhas correntes, desvirtuam o Meu trabalho, procurando as correntes das criaturas; e isto fazem-no mesmo na Minha presença, servindo-se de Mim para alcançar os seus fins. Isto entristece-Me muito, despertando em Mim uma “febre” violenta ao ponto de me fazer desfalecer e delirar”.
Penso que não preciso dizer mais nada depois destas palavras de Jesus. Jesus forma correntes de amor e quando vamos a Ele, Ele nos acorrenta ao seu Coração. E o que é o pecado? É sair do seu Coração e buscar a felicidade nas criaturas. Fazendo isso, despedaçamos as suas correntes amorosas e, como estão ligadas ao seu Coração, torturamos Jesus e Ele entra em delírio. Os santos atribuem isto ao pecado mortal. Quanto ao pecado venial, dizem que são como espinhos que ferem o seu Coração.
Mas Jesus continua falando do mal do pecado: com ele desvirtuamos o seu trabalho de prender-nos ao seu Coração. E buscamos as criaturas na sua presença. “Isto entristece-Me muito, despertando em Mim uma “febre” violenta ao ponto de me fazer desfalecer e delirar”.
Estas palavras, apesar de duras, são importantes para entendermos um pouquinho, jamais vamos penetrar totalmente neste mistério, a gravidade do pecado e como Cristo não veio para curar os doentes de suas enfermidades físicas, apesar de que também Ele fez isto por amor a nós, para mostrar que havia chegado o Reino dos Céus e para dar testemunho da sua divindade, do poder de fazer todos os milagres.
Vejamos sempre nos gestos de Cristo uma imagem de uma realidade espiritual que é aonde Jesus quer chegar.
Lição: Pedir a Jesus que cure o nosso coração dos nossos pecados e nós, da nossa parte, tiremos o propósito de lutar com todas as forças contra ele.