EVANGELHO – Lc 6, 1-5
Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos.
Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Jesus respondeu-lhes: “Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”.
E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: vemos no Evangelho de hoje que Jesus se mostra com a autoridade de Deus dizendo ser o Senhor do sábado, isto é, Aquele que diz o que deve ser feito no dia de sábado e que revoga este preceito quando quer, como fez com os seus apóstolos que estavam famintos e “violaram” o dia de sábado, segundo o que estava estabelecido neste dia, comendo as espigas.
Gostaria de falar hoje sobre um costume cristão muito antigo, que remonta os primeiros séculos do cristianismo, de dedicar o dia de sábado a Nossa Senhora.
Acredita-se que este costume tenha começado por ser o sábado o único dia em que ela esteve sem Jesus aqui na terra. Este sábado de que estamos falando foi aquele que Ele esteve morto, o sábado após a Sexta-Feira Santa. Como ela ficou sem Jesus, alguns cristãos tiveram a ideia de acompanhá-la de modo especial neste dia, de honrá-la com todo carinho.
De que forma antigamente e hoje se honra Nossa Senhora neste dia? Dizendo jaculatórias dirigidas a ela durante o dia. “Mãe, te amo de todo o coração!”, “Mãe, ainda que muitos de deixem sozinha, conte com a minha companhia!”, “Mãe, me ajude a amar cada vez mais o teu Filho!” etc. Oferecendo a ela, neste dia, um pequeno sacrifício. Por exemplo: não comer doce, não tomar lanche etc. Procurando honrá-la visitando alguma igreja dedicada a ela. Pondo mais atenção nas orações marianas: o terço, o Angelus, a Salve Rainha etc. Meditando em alguma virtude de nossa Mãe., para imitá-la. Como sabemos, ela teve todas as virtudes em grau máximo.
Hoje, de modo especial, podemos refletir sobre a virtude da fé.
A fé de Maria é um testemunho de confiança absoluta em Deus, mesmo diante das situações mais desafiadoras.
Desde o momento da Anunciação, quando o anjo Gabriel lhe trouxe a mensagem de que seria a mãe do Salvador, Maria demonstrou uma fé profunda. Ela respondeu com um simples e poderoso “sim”: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Este ato de entrega total revela uma confiança sem reservas no plano divino, mesmo sem compreender completamente o que estava por vir, tudo o que iria supor ser a Mãe de Deus, tudo o que iria sofrer. Confia nos planos de Deus, nos projetos de Deus e se entrega.
Depois da Anunciação, quando foi visitar a sua prima Santa Isabel, Maria cantou o famoso Magnificat, um cântico de louvor e gratidão a Deus, reconhecendo as maravilhas que Ele realiza na vida de todos aqueles que confiam nEle (Lc 1,46-55).
Quando vamos às bodas de Caná, no início da vida pública de Jesus, vemos Maria mostrando uma fé plena no seu Filho que iria realizar o milagre de converter a água em vinho, já que o vinho estava acabando e isso iria comprometer a festa. Nossa Senhora se dirige ao seu Filho o obtém o milagre adiantando os planos de Deus, pois Jesus lhe diz que ainda não era chegada a sua hora de começar a fazer milagres. No entanto, atende ao pedido amoroso de sua Mãe.
Indo já ao pé da Cruz, no seu maior sofrimento aqui na terra vendo o seu Filho tão querido padecer este suplício aterrador, confia que Ele irá ressuscitar, que Jesus não é um mero ser humano, mas o próprio Deus e irá passar da morte à vida. E, dizem os santos, foi a primeira a ver Cristo ressuscitado.
A fé de Nossa Senhora é um convite para todos nós. Ela nos chama a confiar em Deus em todas as circunstâncias, a confiarmos plenamente nos planos de Deus, a confiar no poder de Deus, que pode fazer qualquer milagre, que é o próprio Deus e nunca irá nos abandonar.