EVANGELHO – Lc 6, 1-5
Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos.
Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” Jesus respondeu-lhes: “Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”.
E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: O Evangelho da Missa de hoje, como o de ontem, lembra-nos outra controvérsia de alguns fariseus com Jesus.
Estas controvérsias giravam em torno a elementos fundamentais da religiosidade judaica e Jesus estava atento para corrigir o modo distorcido de enxergar dos fariseus e doutores da lei.
Quando Deus pediu ao povo de Israel no Antigo Testamento que vivesse o sábado, o fez de maneira especialmente solene:
A primeira menção é feita em Êxodo 31, 13: “Diga aos israelitas que guardem os meus sábados. Isso será um sinal entre mim e vocês, geração após geração, a fim de que saibam que eu sou o Senhor, que os santifica.
A segunda é também no Êxodo, no Êxodo 20:8-11: “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou”.
Deus, ao estabelecer este preceito e, todos os outros, não tinha o intuito de lhes impor um fardo, mas de mostrar o caminho que conduz ao Céu. Porém os fariseus e doutores da lei, como foram se afastando cada vez mais de Deus, foram perdendo o espírito da lei e estabelecendo uma série de regras e ordenamentos que foram se tornando um verdadeiro fardo. E, com isto, passaram a filtrar um mosquito e engolir um camelo no dizer de Jesus. Davam uma super importância a questões mínimas, por exemplo, o número de passos que se podia dar no sábado, e não davam a menor importância à vaidade, ao ódio, à falsidade, pecados aos quais se deixavam levar sem o menor escrúpulo.
Jesus dirá: o sábado não é para colocar os homens sob uma camisa de força, mas para levá-lo para amar mais a Deus e ao próximo.
Com a ressurreição de Cristo no domingo, o dia do Senhor passa a ser este dia. Vejamos o que o Catecismo da Igreja diz a respeito do Terceiro Mandamento, Guardar Domingos e Festas:
Antes da vinda de Jesus Cristo, o dia sétimo era o sábado. No Novo Testamento é o domingo, o “Dies Domini”, dia do Senhor, porque é o dia da Ressurreição do Senhor. O sábado representava o final da Criação; o domingo representa o início da “Nova Criação” que teve lugar com a Ressurreição de Jesus Cristo (cfr. Catecismo, 2174).
Já que o Sacrifício da Eucaristia é a «fonte e o cume da vida da Igreja»[4], o domingo se santifica principalmente com a participação na Santa Missa. A Igreja concretiza o terceiro mandamento do Decálogo com o seguinte preceito: «No domingo e nas demais festas de preceito os fiéis têm obrigação de participar da Missa» (CIC, can. 1247; Catecismo, 2180).
«Os fiéis estão obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser que estejam impossibilitados por uma razão séria (doença, impossibilidade física) (cfr. CIC, can. 1245). Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave» (Catecismo, 2181). O preceito é válido a partir do sábado à tarde.
«Todo o cristão deve evitar impor a outrem, sem necessidade, o que possa impedi-lo de guardar o Dia do Senhor» (Catecismo, 2187).
Peca-se contra este mandamento, realizando certos trabalhos que impeçam o culto a Deus. Em termos gerais, a proibição de trabalhar nos dias de preceito é hoje mais genérica que no passado (já não são os trabalhos servis que se proíbem), limitando-se a Igreja a prescrever a assistência à Santa Missa e o repouso.
O que importa é que todos tenhamos, efetivamente, o tempo necessário para dar melhor atenção ao culto divino.
Lição: Que realmente o domingo seja o dia do Senhor e que a assistência à missa seja a principal tarefa a ser realizada no fim de semana. Desta forma, ao viajar, pensemos antes onde assistiremos à missa para não deixar de cumprir este preceito.