SÃO PAULO: CONVERSÃO, SEU EXEMPLO

EVANGELHO – Mc 16, 15-20

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Como dissemos, hoje comemoramos a festa da conversão de São Paulo, por isso, o Evangelho que foi escolhido é este onde Jesus faz aquilo que chamamos de mandato apostólico, o mandato de pregar a sua palavra ao mundo inteiro: “ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” E a Igreja propõe este Evangelho para a festa de hoje, pois São Paulo foi um grande pregador, um grande apóstolo.

Vamos lembrar um pouco a sua história e o nosso propósito de hoje será imitá-lo na sua coragem e audácia para pregar a Palavra de Deus, mas como sempre temos falado, com senso de oportunidade e respeitando a liberdade das pessoas.

São Paulo nasceu em Tarso na Cilícia no ano 5 dC e morreu no ano 67 dC. Era judeu e cidadão romano. Conheceu Cristo apenas depois da sua ressurreição quando Jesus lhe apareceu indo a Damasco para prender uns cristãos. São Paulo estava convencido que o judaísmo era a verdade e quando conheceu o cristianismo, passa a persegui-lo por ver nele uma heresia e uma ameaça enorme para a religião judaica. Foi conivente com o assassinato do primeiro mártir do cristianismo que é Santo Estêvão. Certo dia, indo a Damasco, na sua perseguição aos cristãos, teve a visão de uma luz incandescente e ouviu a voz de Jesus dizendo-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Saulo, sem olhar para Cristo, pois no mesmo instante ficou cego, se dirige a Ele e lhe pergunta: “Quem és tu, Senhor?” E Jesus responde: “Sou Jesus a quem tu persegues”.

A mando de Jesus, procura Ananias em Damasco, e este lhe impõe a mão em sua cabeça e no mesmo instante recobra a visão. Impressionado com o ocorrido, é batizado com o nome de Paulo e converte-se ao cristianismo.

Para reconstruir seus pensamentos, Paulo retira-se para o deserto da Arábia. Realiza diversas expedições missionárias pregando o evangelho de Jesus Cristo.

A conversão de São Paulo é uma das mais importantes da história da Igreja. Mostra o poder da graça divina, capaz de transformar Saulo, perseguidor da Igreja, no “Apóstolo Paulo”, o pregador e evangelizador por excelência dos pagãos. Ele próprio confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras comunidades cristãs. Por causa disso atribui a si mesmo o título de “o menor entre os Apóstolos” e ainda, de “indigno de ser chamado Apóstolo”. Mas Deus conhecia a sua retidão e foi em busca dele para convertê-lo.

Percorreu a Ásia Menor, atravessou todo o Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e, junto com os Evangelhos, suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística cristãs. São Paulo sofreu o martírio em Roma. O ano é incerto, mas deve ter ocorrido entre 64 e 67.

Duas festas litúrgicas foram criadas em homenagem a São Paulo. A primeira no dia 25 de janeiro, foi instituída no século VIII para lembrar a conversão do apóstolo. A segunda, lembrando o seu martírio, no dia 29 de junho, que é comemorada junto com São Pedro. Em Roma há uma importante basílica dedicada a São Paulo, conhecida como São Paulo fora dos muros.

Depois da Virgem Maria, os Apóstolos Pedro e Paulo, juntamente com São João Batista, são os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico.

Um autor falando da vida de São Paulo, diz assim: “Sei em quem acreditei”… estas palavras de São Paulo explicam toda a sua vida após a conversão. Conheceu o Senhor, e desde esse momento todas as outras coisas se tornaram pó, em comparação com essa inefável realidade. Nada a partir daquele momento tem algum valor se não era em Cristo e por Cristo. “A única coisa que temia era ofender a Deus; o resto não o preocupava. Por isso mesmo, a única coisa que desejava era ser fiel ao seu Senhor e dá-lo a conhecer a todos os povos”.

Paulo converte-se a Deus de todo o coração, e com o mesmo ímpeto com que antes perseguia os cristãos, põe-no agora, aumentado e fortalecido pela graça, no serviço do grandioso ideal que acaba de descobrir. Tomará como própria a mensagem que os outros apóstolos receberam e que o Evangelho da Missa nos transmite: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as criaturas”. Paulo aceitou esse compromisso e fez dele a razão da sua vida. A sua conversão consistiu precisamente nisto: em ter aceitado que Cristo, a quem encontrou no caminho de Damasco, entrasse na sua existência e a orientasse para um único fim: amá-lo e anunciá-lo a todos os povos.

Por amor a Jesus Cristo e por querer anunciá-lo a toda criatura, Paulo enfrentará riscos e perigos sem conta, sobrepor-se-á continuamente à fadiga, ao cansaço, aos aparentes fracassos da sua missão, aos temores, desde que possa conquistar almas para Deus. Dirá São Paulo: “Cinco vezes recebi dos judeus quarenta açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas; uma vez fui apedrejado; três vezes naufraguei; um dia e uma noite passei perdido no alto mar. Nas minhas frequentes viagens, sofri perigos de rios, perigos de ladrões, perigos dos da minha raça, perigos dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias prolongadas, em fome e em sede, em frequentes jejuns, no frio e na nudez. E além dessas coisas, que são exteriores, tenho os meus cuidados de cada dia: a preocupação por todas as igrejas. Quem desfalece que eu não desfaleça? Quem é escandalizado que eu não me abrase”?

Paulo centrou a sua vida no Senhor. Por isso, apesar de tudo o que padeceu por Cristo, poderá dizer no fim da sua vida, quando se encontrar quase sozinho e um pouco abandonado: “Estou inundado de alegria em todas as minhas tribulações… Considero tudo como escória com tal de ganhar a Cristo”. A felicidade de Paulo não consistiu na ausência de dificuldades, mas em ter encontrado Jesus e em tê-lo servido com todo o coração e com todas as forças.

Terminamos esta breve homilia com estas palavras: “Ó Deus, que instruístes o mundo inteiro pela pregação do Apóstolo São Paulo, dai-nos, ao celebrarmos hoje a sua conversão, que caminhemos com todas as forças para vós e sejamos no mundo, seguindo o seu exemplo, grandes testemunhas do Evangelho”.

SÃO PAULO: CONVERSÃO, SEU EXEMPLO

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