SÃO JOÃO BOSCO: SUA VIDA

EVANGELHO – Mc 4, 26-34

Naquele tempo: Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice,
porque o tempo da colheita chegou”. E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
gostaria de falar hoje do santo que comemoramos, São João Bosco, que é mais conhecido como Dom Bosco. Ele viveu no século XIX e teve um papel muito importante na educação dos jovens, fundando as famosas escolas salesianas.

Dom Bosco nasceu numa cidade chamada Becchi, norte da Itália, no dia 16 de agosto de 1815. Sua família era de origem humilde e muito pobre. E tudo se agravou ainda mais quando seu pai faleceu de pneumonia quando ele tinha apenas dois anos.

Apesar da infância sofrida, a vida de Dom Bosco foi iluminada. Sua mãe Margarida, que era analfabeta, mas rica de sabedoria, com a palavra e com o exemplo animava-o no seu desejo de crescer virtuoso aos olhos de Deus e dos homens. Quando ainda era criança, aos nove anos, teve um sonho profético que o marcou profundamente:

“Dormindo, pareceu-me estar perto de casa, num terreno espaçoso onde estava reunida uma multidão de meninos. Alguns riam, alguns brincavam; muitos blasfemavam. Atirei-me no meio deles, e com gritos e socos, tentava acabar com as blasfêmias e os palavrões. Naquele instante apareceu um homem respeitável, muito bem vestido. Um manto lhe cobria o corpo todo; tinha um rosto tão luminoso que eu nem podia fixá-lo no olhar. Aí, Ele me chamou pelo nome e me mandou chefiar aquela turma. E disse: ‘Não é com pancadas, mas com mansidão que você deve conquistar esses seus amigos. Comece então a ensinar para eles sobre a feiura do pecado e a preciosidade da virtude’”.

Dom Bosco ficou confuso e com medo, respondeu ao Homem que ele não passava de um menino pobre e ignorante, incapaz de falar de religião àquelas crianças. Nesse momento, acabando a briga, a gritaria e as blasfêmias, o pessoal todo se reuniu ao redor do Homem que estava falando. Então João Bosco perguntou:

– Quem é o Senhor, que está me pedindo coisas impossíveis? E o homem respondeu: –
– Justamente porque essas coisas lhe parecem impossíveis é que você tem de torná-las possíveis com a obediência e com a aquisição da ciência.
– Onde, de que jeito eu vou poder conseguir ciência?
– Eu vou lhe dar a Mestra: com o ensinamento dEla você pode tornar-se sábio; sem Ela, toda a sabedoria se torna bobagem.
Ao final, o Homem disse quem era: ‘Eu sou o filho daquela que sua mãe lhe ensinou a saudar três vezes ao dia.
Nesse momento, conta Dom Bosco, vi ao lado dele uma senhora de aspecto majestoso, revestida de um manto todo resplandecente, como se cada ponto fosse uma estrela brilhantíssima… Fez sinal para que eu me aproximasse e, me tomando pela mão, disse amavelmente:
– Olhe!
João Bosco percebeu que os meninos tinham desaparecido. No lugar deles viu uma multidão de cabritos, cães, gatos e vários outros animais, A Senhora continuou:
– Aí está seu campo, é aí que você deve trabalhar. Torne-se forte, humilde e robusto, e o que você agora está vendo acontecer com esses animais, você tem que fazer para meus filhos.
Voltei então os olhos, e eis que, em vez de animais ferozes, apareceram outros tantos cordeirinhos mansos que, saltitando e balindo, rodeavam aquele Homem e aquela Senhora, como a lhes fazer festa. Nesse ponto, ainda em sonho, comecei a chorar e pedi à Senhora que me falasse de modo que eu pudesse compreender, porque eu não estava entendendo o que aquilo queria significar. Aí ela me pôs a mão sobre a cabeça dizendo:
– A seu tempo você vai compreender tudo.
Um barulho me acordou, e tudo desapareceu.

Mais para frente decidiu tornar-se sacerdote. Mas teria que superar muitas dificuldades para se tornar padre. Estudar exigiria um dinheiro que a família não tinha. Foi costureiro, sapateiro, ferreiro, carpinteiro e ainda, nos tempos livres, estudava música. Tudo isso para conseguir se sustentar.

João Bosco era inteligente, se esforçava em seus estudos e sempre queria ir além. A oportunidade lhe veio quando, com 11 anos, conheceu o Padre Calosso. Ele um dia lhe disse que lhe daria algumas balas se ele fosse capaz de repetir três ideias do sermão da missa. Dom Bosco repetiu palavra por palavra o sermão. Padre Calosso, impressionado com a memória do menino, se prontificou, após conversar com a mãe de João Bosco, a lhe dar aulas.

Ordenou-se sacerdote e formulou três propósitos: ocupar rigorosamente todo o seu tempo; oferecer sacrifícios e fazer todo o possível para salvar as pessoas; deixar que a caridade e a doçura de São Francisco de Sales o guiassem em tudo.

Preocupado com as crianças órfãs e abandonadas na rua, decide, à luz daquele sonho inicial, criar um instituto para cuidar delas e lhes dar aulas de formação humana e espiritual. Suas habilidades como a memória prodigiosa lhe ajudaria a contar muitas histórias para as crianças. Desde criança também gostava de acrobacias e isso encantava aqueles jovens.

Dom Bosco fez vários milagres em vida, principalmente multiplicação de alimentos e cura. Em novembro de 1849, cerca de seiscentos garotos estavam voltando de uma visita ao cemitério e Dom Bosco tinha apenas um saco com castanhas cozidas. Pediu que os garotos fizessem uma fila, e foi distribuindo fartamente as castanhas. Após distribuir para mais de duzentos garotos, só havia para mais dois ou três meninos. Para surpresa de todos, Dom Bosco continuou distribuindo e aquelas poucas castanhas jamais acabavam. Todos viam um milagre acontecer diante dos olhos, e ficavam na expectativa para saber se daria para todos. Ao final da larga distribuição, todos os meninos gritavam: “Dom Bosco é um Santo!”. Um caso significativo foi o de uma menina de 12 anos que era cega. Dom Bosco pediu que a menina rezasse uma Ave-Maria e uma Salve-Rainha. Depois de conceder uma bênção à menina, tirou uma medalha do bolso e perguntou a menina o que era aquilo. A pequena, com a visão já restabelecida disse com grande alegria: “É a medalha de Nossa Senhora, e do outro lado São José com um bastão florido na mão!” Dom Bosco ainda deixou a medalha cair no chão, e a menina, sem hesitação alguma, pegou a medalha. Ficou conhecido por todo o continente europeu como “o padre que faz milagres”.

Grande devoto de Nossa Senhora Auxiliadora costumava dizer: “Maria é mãe de Deus e nossa mãe; mãe poderosa e piedosa que deseja ardentemente encher-nos dos favores do Céu. Estamos neste mundo como num mar tempestuoso, como num exílio, num vale de lágrimas. Maria é a estrela do mar, o conforto do nosso exílio, a luz que nos indica o caminho do céu enxugando as nossas lágrimas. Maria Santíssima protege os seus devotos em todas as necessidades, mas especialmente na hora da morte. As mães da terra nunca abandonam os seus filhos. O mesmo faz Maria que tanto ama seus filhos.

Lição: a vida de Dom Bosco é muito rica e vale a pena ler uma biografia dele. Para gravar uma ideia, pode ser esta: um homem que é fiel aos desígnios de Deus faz coisas maravilhosas aqui na terra.

SÃO JOÃO BOSCO: SUA VIDA

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