EVANGELHO – Jo 1, 29-34
Naquele tempo: João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”. E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo”. Eu vi e dou testemunho:
Este é o Filho de Deus”!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: continuando este Tempo de Natal, quantas lições podemos tirar olhando a cena do nascimento de Nosso Senhor, olhando o presépio. Hoje, gostaria que olhássemos para os pastores.
Diz São Lucas, ao descrever a cena do nascimento, que havia nos arredores de Belém uns pastores que vigiavam e guardavam o seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
Os pastores vigiavam, diz o Evangelho. Vigiar é estar atento ao que se faz, ao que se deve fazer – porque é o dever que Deus nos pede –, sem cair em descuidos nem cochilos. Vigiar é fazer as coisas bem feitas, com carinho, com capricho, colocando nelas a cabeça e o coração. Vigiar é fazer com amor o que Deus nos solicita em cada momento do dia, e apresentá-lo a Ele como uma oferenda agradável.
Foi a corações simples como esses – humildes pastores − que um anjo do Senhor anunciou, primeiramente, o Natal: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Achareis um recém-nascido envolto em panos e posto numa manjedoura.
Mal receberam o anúncio, os pastores foram correndo adorar o recém-nascido: Vamos até Belém, e vejamos o que lá se realizou e que o Senhor nos manifestou. Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura.
Logo o adoraram e lhe ofertaram o que tinham – pão, queijo, leite, um cordeirinho novo –, e voltaram glorificando e louvando a Deus, por tudo o que tinham ouvido e visto.
A simplicidade dos pastores fez com que:
– antes de mais nada, acreditassem em Deus; se não acreditassem em Deus não estariam esperando o Salvador que foi anunciado pelos profetas diversas vezes;
– acreditassem no sobrenatural, na existência dos anjos;
– acreditassem que o Salvador estaria num lugar tão simples como uma manjedoura, que é um lugar onde se colocava feno para os animais comerem, conforme o anjo lhes anunciou;
– acreditassem, ao chegar no lugar, vendo um recém-nascido num lugar tão pobre, que este recém-nascido, que aos olhos humanos é uma mera criatura humana, era o próprio Deus, o Salvador.
Esta é a maravilha da simplicidade! Graças a ela, foram os primeiros a ver o Menino-Deus.
Será que eu sou uma pessoa simples também, uma pessoa que logo capta que é pouca coisa e que deve existir alguém que criou este mundo, que governa todas as coisas, que é autor das maravilhas deste mundo? Será que sou uma pessoa simples que logo capta que é pouca coisa e que precisa da ajuda de Deus e, por isso, está sempre recorrendo à Ele para pedir ajuda? Será que sou uma pessoa simples que logo capta que é pouca coisa e que não é o rei da cocada preta, que erra muitas vezes e que, por isso, sabe ouvir os outros e pedir-lhes ajuda sempre que necessário?
Do lado oposto dos simples estão os homens soberbos, empertigados, autossuficientes, donos da verdade, sabichões. A estes Deus não mostra os seus maiores tesouros, pois sabe que fecharão os ouvidos ou não darão valor.
Saibamos estar do lado dos pastores para também vermos a Deus. Mas não podemos esquecer: o caminho dos pastores é o caminho de saber-se pouca coisa, um nada sustentado pelas mãos de Deus. Pensemos nisso!