JURAR POR DEUS: QUANDO SE PODE?

EVANGELHO (Mt 5, 33-37)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não jurarás falso”, mas “cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor”. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde apoia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Não jures tampouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Seja o vosso “sim”: “Sim”, e o vosso “não”: “não”. Tudo o que for além disso vem do Maligno”. – Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus: Jesus hoje nos transmite um ensinamento sobre o juramento e sobre a verdade. O juramento está dentro do Segundo Mandamento da Lei de Deus, “Não invocar seu Santo Nome em vão”. O que prescreve este mandamento? O segundo mandamento da Lei de Deus cumpre-se honrando o Nome de Deus (e tudo o que a Ele se refira) e mediante o juramento e o voto. Deus é Santo, e o seu Nome é santo porque o nome representa a pessoa: há uma relação íntima entre a pessoa e o nome que tem, como a há entre o país, o seu governo e o embaixador que o representa. Quando se honra ou se despreza o embaixador, honra-se ou despreza-se o país por ele representado. Do mesmo modo, quando falamos de Deus, não devemos pensar simplesmente numas letras, mas sim no próprio Deus, Uno e Trino. Por isso devemos santificar o seu Nome e pronunciá-lo com grande respeito e reverência. Por exemplo, S. Paulo afirma que ao pronunciar o Nome de Jesus, se há-de dobrar todo o joelho na Terra, no Céu e nos Infernos (cf. Fil. 2, 10); No Pai-Nosso, pedimos: “Santificado seja o vosso Nome!”, e devemos esforçar-nos para que o Nome de Deus seja glorificado em toda a Terra. Com as devidas adaptações, deve também ser honrado o nome da Santíssima Virgem Maria, de São José, dos Anjos e dos Santos. RESPEITAR TUDO O QUE É CONSAGRADO A DEUS Devemos respeitar também o que está consagrado a Deus, ou seja, as coisas, pessoas ou lugares que Lhe foram dedicados por designação pública da Igreja: a) são lugares sagrados as igrejas e os cemitérios: neles deve-se observar um comportamento respeitoso e digno; b) são coisas sagradas o altar, o cálice, a patena, o cibório e outros objetos dedicados ao culto; c) são pessoas sagradas os ministros de Deus – padres, religiosos -, os quais merecem respeito pelo que representam, e dos quais nunca se deve falar mal. O JURAMENTO O juramento é outra maneira de honrar o Nome de Deus, uma vez que é invocar Deus como testemunha da verdade que se afirma, ou da sinceridade do que se promete. Por vezes, é preciso que quem faz uma declaração acerca do que viu ou ouviu a reforce com um testemunho especial. Em ocasiões muito importantes, sobretudo em tribunal, pode-se invocar a Deus como testemunha da verdade do que se afirma ou promete: é isso fazer juramento. Fora de ocasiões importantes, nunca se deve jurar, e deve-se procurar que a convivência humana se baseie na veracidade e honradez. Como disse Cristo hoje: Seja, pois, o vosso falar: sim, sim; não, não. O que vai além disso, procede do maligno” (Mt. 5, 37). Há diversos modos de jurar: a) invocando Deus expressamente; p. ex.: juro por Deus, pelo Sangue de Cristo, etc. b) invocando o nome de Senhora ou de algum santo; c) nomeando alguma criatura em que resplandeçam diversas perfeições divinas: p. ex., jurar pelo Céu, pela Igreja, pela Cruz; d) jurando sem palavras, pondo a mão sobre os Evangelhos, sobre o Crucifixo, sobre o altar, etc. O juramento bem-feito não só é lícito, mas até dá glória a Deus, porque, ao fazê-lo, declaramos implicitamente que Ele é infinitamente sábio, onipotente e justo. O que Cristo está criticando no Evangelho de hoje é o juramento falso, usar o Nome de Deus para jurar algo falso. Para o juramento ser bem-feito, exige-se: 1) jurar com verdade: afirmar só o que é verdade e prometer só o que se tenciona cumprir; 2) jurar com justiça: afirmar ou prometer só o que é lícito e não é pecaminoso; 3) jurar com necessidade: só quando é realmente importante que acreditem no que dizemos, ou quando o juramento for exigido pela autoridade eclesiástica ou civil.

Lição: Termos um grande respeito por Deus e pelo seu Nome. Que juremos só quando houver uma grave necessidade e, como vimos, de modo bem-feito.

JURAR POR DEUS: QUANDO SE PODE?

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