JESUS CRISTO (4): PORTE EXTERIOR (1)

EVANGELHO – Lc 8, 16-18

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro,
Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.
Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
a parábola que Jesus conta no seu Evangelho é simples: não é sensato acender uma luz para que não ilumine, ou querer receber uns hóspedes numa casa completamente às escuras. É necessário iluminá-la antes, para que os hóspedes possam habitá-la. Assim, o cristão deve ser alguém que leva a luz de Cristo no seu coração, a «verdadeira luz, que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9). Com a sua vida, pode iluminar os lugares escuros deste mundo. Para que não perca esta capacidade, deve empenhar-se em prestar atenção, em «ouvir» bem, em abrir os ouvidos da alma à palavra de Deus e seja transformado por ela.

Continuando nosso estudo sobre Jesus Cristo, gostaria hoje de falar sobre o seu porte exterior.

Adotando-se a duração de três anos para seu ministério público, Jesus tinha 30 anos no momento em que ele deixou sua pátria para ir perto do Jordão e se fazer batizar por João. Ele era assim no vigor da idade quando começou a anunciar sua mensagem.

Parece que o exterior de sua pessoa deve ter sido particularmente agradável e atraente.

A exclamação admirativa que sai espontaneamente, um dia, dos lábios daquela mulher do povo é significativo: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram!” (Lc 11,27), não dá a entender que essa mulher tinha em vista a beleza natural assim como suas qualidades de espírito e de alma?

Sua aparência devia impressionar, essa aparência que era suficiente para inflamar as almas, fazer sentir os remorsos mais comoventes. Ele mesmo disse: “A luz de teu corpo, é teu olho. Teu olho é são, todo teu corpo é iluminado” (Mt 6,22). Não é sem interesse notar que São Marcos, quando narra alguma palavra importante do Mestre, emprega essa expressão: “E ele os olhou e disse…” (cf Mc 3, 5.34; 5,32; 8,33; 10, 21.23.27).

A impressão extraordinária produzida por Jesus, desde que ele se mostrava, sobre a multidão e especialmente sobre os doentes, os pecadores e pecadoras era devida incontestavelmente à força espiritual e religiosa que se desprendia de sua pessoa, mas, certamente, em parte, pelo seu senhorio, que atraia as multidões.

À impressão produzida pelo senhorio de sua pessoa juntava-se aquela de seu vigor físico.

Segundo o testemunho dos evangelhos, Jesus parece ter sito um homem afeito ao trabalho, resistente à fadiga, verdadeiramente robusto.

Em nenhuma parte encontramos a menor alusão a alguma enfermidade ou doença. Os únicos sofrimentos por que passou foram as privações e sacrifícios que sua vocação de Messias lhe impunha. Seu corpo parece singularmente resistente e endurecido à fadiga.

Comprova o hábito de começar sua jornada desde a madrugada. “E a manhã, bem cedo, ele se levantou e veio a um lugar deserto para aí rezar”(Mc 1,35). “Desde a aurora, ele chamou seus discípulos ao redor de si e escolheu doze dentre eles” (Lc 6,13).

Sabemos que toda sua vida pública foi cheia de andanças pelas colinas e planícies da Galileia, depois da Galileia para a Samaria e a Judéia e mesmo até a região de Tiro e de Sidon (Mt 25, 21). Com frequência, a fome e a sede eram suas companheiras.

Pode-se dizer, não sem razão, a este respeito, que sua última viagem de Jericó a Jerusalém foi uma façanha. Sob um sol dos mais ardentes, sobre caminhos sem sombra ou através de colinas rochosas e desertas, ele fez uma marcha de seis horas subindo mais de mil metros. Pode-se imaginar que em sua chegada ele se encontrasse ainda bastante disposto já que no final da tarde Ele toma parte numa refeição que Lázaro e suas irmãs lhe prepararam (cf Jo 12,2).

A maior parte de sua vida pública, Jesus não a passa na tranquilidade de uma casa amiga, mas em pleno ar livre, em meio à natureza, exposto a todas as intempéries.

Lição: Jesus unia uma nobreza exterior a um porte físico forte e resistente. Que estes traços que vamos delineando de Jesus nos ajude a imitá-lo. E agora já temos dois traços para imitá-lo: a nobreza exterior e rijeza que são contrários do desleixo no modo de se vestir e andar e a preguiça. Que tenhamos também, como Cristo, uma nobreza exterior e um porte rijo, alheio a qualquer moleza.

JESUS CRISTO (4): PORTE EXTERIOR (1)

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