JESUS CRISTO (8): CARTA DE SÃO JOÃO BATISTA AOS SEUS DISCÍPULOS

EVANGELHO – Lc 21, 1-4

Naquele tempo: Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. Diante disto, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
nesta última semana de Jesus antes de morrer na cruz, toda ela se passará em Jerusalém, indo a Betânia para passar a noite. Em Jerusalém, Jesus passará grande parte do dia no Templo fazendo suas últimas pregações. Um destes dias, estando no Templo, vê uma pobre viúva aproximando-se do mealheiro e depositando duas pequenas moedas que era o que tinha para viver.

Nosso Senhor ficou emocionado vendo a generosidade e a confiança em Deus desta mulher. Será que nós faríamos o que ela fez? Somos generosos com o nosso dinheiro? Que esta cena do Evangelho de hoje e as palavras de Jesus nos façam pensar se estamos apegados ou desprendidos do nosso dinheiro.

Continuando nossa série sobre Jesus, na semana passada li uma carta imaginada pelo autor escrita pelos noivos das bodas de Caná para Jesus que está no livro “Cartas dos amigos de Jesus”. Hoje gostaria de ler para vocês a carta imaginária de João Batista aos seus discípulos. Vejamos.

* * *

Já levo vários meses nestas masmorras de Maqueronte e desejo comunicar-me convosco, especialmente com os que não puderam me visitar, ao mesmo tempo que vos suplico que continueis a vir e a contar-me tudo o que souberdes do que Jesus, meu primo, vem fazendo. Esta solidão enche-se de vida e de luz quando me chegam notícias sobre as maravilhas que Jesus está realizando, iluminado pelo Espírito, como o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Nunca mais me esquecerei daquela manhã, nas margens do Jordão, em que Ele me mandou que o batizasse. Não podia dizer-lhe, como a todos, que se arrependesse dos seus pecados antes de batizá-lo e que manifestasse a sua esperança viva no Messias anunciado, pois Ele é o próprio Messias. Era eu quem devia ter ido até Ele e lhe pedir que me batizasse. No entanto, Ele me pediu que o fizesse… Eu lhe obedeci e fez-se o milagre diante dos meus próprios olhos: vi uma linda pomba descer sobre Ele, enquanto ecoava uma voz profunda e acolhedora que nos anunciava ser Ele o Filho, o Amado, e que o escutássemos… Desde então, o eco dessa voz não deixou de ressoar no meu coração.

Percebi naquele momento que a minha missão estava cumprida. Ele é a Palavra, e a mim só me cabia mostrá-lo, revelá-lo à multidão. Ofereço a Deus o meu encarceramento, e confio em que a dolorosa aceitação da minha impotência entre estes muros será mais agradável aos seus olhos, e até dará mais fruto, do que todas as coisas que desejaria fazer para preparar o seu caminho.

Tratam-me bem aqui, até com certo respeito, apesar de eu não me calar perante a situação de pecado entre Herodes e Herodíades, esposa do seu irmão. Ele me escuta, ouvindo em silêncio tudo o que lhe digo; mas ela me odeia, e a filha muito mais. Comunico-vos isto porque pressinto que, de algum modo, procurarão fazer-me calar. Gostariam de cortar a minha língua; não os temo. Não acreditam no que Jesus disse: Quem perder a sua própria vida cumprindo os meus mandamentos, encontrá-la-á, e quem conservar a sua própria vida longe de mim, perdê-la-á… Eles querem me matar para conservar a sua vida de pecado. Se eu perder a minha vida, vou ganhá-la unindo-me a Deus para sempre. Recordo-vos estas coisas para que sejais generosos e não tenhais medo, nem a menor dúvida em seguir a Jesus.

Sei que dentro de pouco chegará a hora de Jesus morrer na Cruz e encho-me de gozo, não pelo que vai sofrer, mas pelo que vai fazer: salvar-nos. Os sacrifícios de cordeiros e touros no Templo se tornarão desnecessários, e os sacerdotes e os levitas, os filhos de Aarão, serão esquecidos. Ele vem fundar um novo Povo.

Não se pode colocar vinho novo em odres velhos: é uma frase sua muito misteriosa e, ao mesmo tempo, muito significativa. Nós éramos esses odres velhos, e Ele é o vinho novo. Para recebermos Jesus precisamos ser estes odres novos, isto é, aqueles que acolhem à sua Palavra e, principalmente, declaram guerra ao pecado.

Se vós me seguistes quando o povo simples vinha a mim, segui agora Jesus com todo o coração. Ele é o Anunciado pelos profetas e eu, o último dos profetas, atesto que Ele é o Messias tão esperado.

As estrelas empalidecem e se escondem à medida que o sol vai nascendo. Os amigos do esposo retiram-se quando o esposo chega; pois Ele é o único Sol, o único Esposo.

Se virdes Jesus, dizei-lhe que já me sinto como o grão de trigo que tem de morrer para dar fruto. Esse fruto sois vós e muitos que acreditaram e, ao longo da história, acreditarão em mim que dou testemunho que o Messias já chegou e é Jesus, o Filho de Deus que veio ao mundo. Ofereço este fruto a Jesus com todo o meu amor.

A paz esteja convosco.

Lição: que bonitas são estas palavras de São João Batista imaginadas pelo autor do livro! Com certeza São João Batista as poderia dizer e mais belas ainda. Saibamos também nós seguir Jesus, sem medo a ter que perder a vida renunciando a todo pecado e se medo de sermos perseguidos por sermos fiéis a Deus, pois como foi lembrado, se o grão de trigo não morre, não poderá dar o seu fruto.

JESUS CRISTO (8): CARTA DE SÃO JOÃO BATISTA AOS SEUS DISCÍPULOS

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