EVANGELHO – Mt 24, 37-44
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: ‘A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada. Portanto, ficai atentos! porque não sabeis em que dia virá o Senhor. Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Hoje começa o Tempo do Advento dando início ao ano litúrgico da Igreja e este ano é Ano A. A liturgia da Igreja tem três ciclos de anos: o A, o B e o C. Isto significa que nos domingos do Tempo Comum seguiremos as leituras correspondentes ao ano A, que corresponde ao Evangelista Mateus. O Ano B a Marcos e o ano C a Lucas. Isto já não acontece no Tempo de Advento, Natal, Quaresma e Páscoa que têm leituras fixas.
O que significa Advento? Significa “aquele que está para vir” (em latim, ad+venire). Quem está para vir? Jesus Cristo. Como assim, Ele “está para vir”? Ele já não “veio” há cerca de dois mil anos?
De fato, Ele já veio, mas Deus quer que a cada ano Jesus venha espiritualmente à nossa alma. Quer que a cada ano recebamos uma graça muito grande no dia 25 de dezembro. Quer que a cada ano Ele renasça em nossa alma ou entre mais profundamente em nossa alma.
E, para nos preparar para essa graça tão grande, a Igreja nos convida a entrar no clima de preparação quatro semanas antes do Natal, ou seja, a partir de hoje que é o primeiro domingo do Advento.
De modo concreto, o que podemos fazer nestes dias? Se compararmos a nossa alma a um terreno que vai receber Jesus no dia 25 de dezembro, podemos imaginar o que fazem os bons agricultores para prepará-lo. Desse modo, podemos:
– em primeiro lugar, arar o terreno do nosso coração; para ará-lo o agricultor passa um rastelo ou uma máquina que vai revolver a terra para afofá-la; revolvemos e afofamos a terra do nosso coração fazendo pequenos sacrifícios. Por exemplo: não fazer comentários negativos (nunca deveríamos fazê-los, porém no Advento podemos colocar um esforço maior para isso), não cair em discussão, comer um pouquinho menos de doce no Advento, sorrir quando estivermos cansados pensando em alegrar a vida dos demais etc. Pensemos até o final do dia de hoje, quem sabe, em que sacrifício vamos fazer.
– em segundo lugar, adubá-lo: isto é, rezar algo, fazer uma oração que ajude a receber a semente de Jesus e a sua chuva de graças no dia 25 de dezembro. Por exemplo, podemos dizer esta breve oração muitíssimas vezes até o dia 25, fomentando a expectativa do nascimento de Jesus: “Vem, senhor Jesus, vem nos salvar! Vem, senhor Jesus, não tardes!”. Que tal colocar no celular um despertador para nos avisar a fazer esta oração várias vezes por dia? Eu já coloquei no meu!
– irrigá-lo: isto é, fazer uma “boa confissão” de Natal. A água que irriga ao mesmo tempo purifica a terra. Como sabemos, precisamos purificar a nossa alma para receber Jesus no nosso coração. A Igreja sempre ensinou que a limpeza da nossa alma se faz através da confissão. Façamos o propósito de programar-nos para fazer uma boa confissão antes do Natal.
Ficam aí as primeiras ideias para nos prepararmos para este Natal, que com a graça de Deus será o melhor Natal da nossa vida. Acrescentaria o costume também muito antigo de fazer a “Coroa do Advento”. É uma coroa feita de galhos de pinheiro ou equivalente, ornada de flores, bolas, fitas e de quatro velas. Esse costume foi instituído pelo Papa São Gregório I Magno a fim de preparar os fiéis para a vinda de Cristo quatro domingos antes do Natal. A cada domingo se acende uma das velas, de maneira que, no último domingo, as quatro estarão acesas, indicando a iminência do nascimento de Cristo.