SÃO TOMÁS MORE: UM HOMEM EXTRAORDINÁRIO

EVANGELHO – Mt 6, 7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar assim: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus hoje nos diz que não devemos usar muitas palavras ao rezarmos. Diz que são os pagãos que fazem isso, pois pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.

Jesus com isso está nos ensinando que Deus é nosso Pai e não necessita de nenhum floreio ou palavras belas para ser ouvido. Como bom Pai, podemos lhe falar com toda simplicidade como falamos com o nosso pai aqui na terra. Se o modo de nos relacionar com Deus for formal, nunca teremos intimidade e familiaridade com Ele. Tenho sido simples ao conversar com Deus? Falo de tudo com Ele? Falo com toda simplicidade quais são os sentimentos que estão no meu coração?

Gostaria agora de falar de um dos santos que estamos comemorando hoje: São Tomás More. Muitos de vocês não devem fazem ideia da grandiosidade deste homem! Vale muito a pena ler uma biografia deste santo. Aconselho começar por uma bem pequena da editora Quadrante. Deixei o link deste livro no final do texto da minha homilia no site homilias.fecomvirtudes.com.br

Também há um filme sobre ele que marcou muito a minha adolescência. O título dele é “O homem que não vendeu a sua alma”. Tomás More é um santo que impacta muito, pois foi um homem normal que teve uma família, filhos, exerceu a profissão de advogado atingindo um enorme prestígio e tudo isso com uma categoria humana e espiritual impressionantes.

Ele nasceu no ano 1478 e morreu no ano de 1535. Aos vinte e dois anos, Tomás More já tinha doutorado em Direto. Além disso, tinha se tornado um professor brilhante. Sua distração desde pequeno, vivendo numa condição simples, era ler e escrever livros. Tinha uma mente brilhante, era culto, grande intelectual e muito simpático. Além disso, era dono de um humor excelente e de uma forte devoção cristã.

Tomás More pensou seriamente em se tornar religioso. Por isso, viveu durante quatro anos num mosteiro, mas viu que não era este o seu caminho. Depois, tentou ser franciscano, mas viu também que esta não era a sua vocação. Então, descobriu que sua vocação era matrimônio. Então, casou-se, teve quatro filhos e desempenhou suas funções de marido e pai de maneira excelente. Era sempre presente e carinhoso.

Por outro lado, estava sempre perto dos pobres e necessitados. Visitava-os sempre, para compreender e atender suas necessidades. Sua casa era um contraste: vivia cheia de intelectuais e, ao mesmo tempo, de pessoas simples e humildes. More era muito admirado por sua esposa e filhos por causa de seu caráter e do bom humor, que ele mantinha constantemente, em todas as situações.

Tinha vocação para a política e para a literatura. A contribuição São Tomás More para a literatura universal foi marcante. Ele foi autor de obras famosas, tais como: “O diálogo do conforto contra as tribulações”, que se tornou um dos livros mais respeitados de toda a literatura britânica. Ele escreveu ainda outros livros famosos como a “Utopia” e a “Oração para o bom humor”.

No ano 1529, Tomás More tornou-se o chanceler do Parlamento da Inglaterra. O rei era Henrique VIII. No ano seguinte, por não conseguir ter filhos, o rei quis obter a nulidade do seu casamento religioso com a rainha Catarina de Aragão. Até então era um bom católico. Sua intenção era de casar-se novamente com uma cortesã chamada Ana Bolena. Houve uma longa polêmica sobre o assunto, de forma que a Igreja e o país se envolveram. Henrique VIII estava obscessionado em ter descendência e decidiu passar por cima da Igreja, criando a sua própria igreja, a igreja anglicana, onde ele passava a ser o chefe supremo. O Parlamento cedeu diante da pressão do rei, assim como muitos bispos e sacerdotes, negando a sua fé e passando a ser anglicanos.

Depois da usurpação do poder eclesiástico, o rei mandou que seus opositores fossem presos e mortos. Entre os opositores figuravam Tomás More, por isso o título do filme, o homem que não vendeu a sua alma, e o bispo João Fisher. Esses dois eram, na verdade, os mais influentes da corte inglesa. Ambos foram decapitados. Dom João, o bispo, morreu primeiro, no dia 22 de junho de 1535. Duas semanas mais tarde, Tomás More entregava sua alma a Deus da mesma maneira. Sua esposa chegou a pedir que ele apostatasse da sua fé e fugisse com a família, mas ele não aceitou. Preferiu a morte a renegar sua fé.

São Tomás More e o santo bispo João Fisher foram mártires defendendo a sua fé até o extremo. A canonização dos dois foi celebrada na mesma cerimônia, através do papa Pio XI, no ano 1935. O Papa instituiu o dia 22 de junho para a celebração festiva dos dois. No ano 2000, o Papa João Paulo II declarou São Tomás More como o Padroeiro dos Políticos.

Vale a pena conhecer a vida de São Tomás More. Tenho certeza que ele deixará uma marca profunda em vocês e será uma fonte de inspiração para viver nestes tempos tão conturbados.

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Livro São Tomás More:
https://www.quadrante.com.br/thomas_more_um_homem_para_a_eternidade

SÃO TOMÁS MORE: UM HOMEM EXTRAORDINÁRIO
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