SANTIDADE: SÃO FRANCISCO

EVANGELHO – Lc 10, 38-42

Naquele tempo: Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar! “O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Como já comentamos este Evangelho há um tempo atrás, gostaria de falar hoje sobre São Francisco de Assis, que foi um dos maiores santos da Igreja. Na descrição do vídeo está o link para o comentário deste Evangelho de Marta e Maria.

Giovanni di Pietro di Bernardoni (Francisco de Assis), nasceu em Assis na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Era filho de um rico e conceituado comerciante de tecidos de Assis.

Seu pai estava na França quando o filho nasceu, por isso lhe deu o nome de Francisco que significa “francês”.

Francisco de Assis, sendo jovem, começou a ajudar o pai no comércio, mas viver atrás de um balcão não era um trabalho que o atraía.

Para continuar sua biografia, gostaria de citar umas palavras do papa Bento XVI falando numa catequese sobre este santo:

Queridos irmãos e irmãs: Hoje, eu gostaria de apresentar-vos a figura de Francisco, um autêntico “gigante” da santidade, que continua fascinando muitíssimas pessoas de todas as idades e religiões.

“Nasceu para o mundo um sol”: com estas palavras, na “Divina Comédia” (Paraíso, Canto XI), o máximo poeta italiano Dante Alighieri alude ao nascimento de Francisco, no final de 1181 ou início de 1182, em Assis. Pertencente a uma família rica – seu pai era comerciante de tecidos –, Francisco transcorreu uma adolescência e uma juventude despreocupadas, cultivando os ideais de cavalaria da época. Aos 20 anos, fez parte de uma campanha militar e foi preso. Ficou doente e foi libertado.

Após sua volta a Assis, começou nele um lento processo de conversão espiritual, que o levou a abandonar gradualmente o estilo de vida mundano que havia levado até então.

Tencionando tornar-se um escudeiro de um nobre, partiu para sua missão. Durante o percurso, ao encontrar alguns mendigos, foi profundamente tocado no seu coração e foi se desfazendo de seus pertences.

Decidiu voltar para sua casa, sem a glória que a família esperava, e pensando no seu interior: “Como pode haver tanta injustiça, tanto luxo, ao lado de tanta pobreza?”.

Conta-se que em 1206, orando na capela de São Damião, em Assis, Francisco ouviu de Deus as seguintes palavras: “Vá, Francisco, e restaure a Minha Casa!”. Imaginando tratar-se de reconstruir a Capela, voltou para casa, vendeu boa parte dos tecidos do pai e entregou-se ao serviço de Deus e dos miseráveis.

Mas o estado de ruínas deste edifício era o símbolo da situação dramática e inquietante da própria Igreja nessa época, com uma fé superficial, com um clero pouco zeloso e preocupado com as coisas terrenas.

Imbuído de um profundo espírito de pobreza, na frente do bispo de Assis, com um gesto simbólico, despojou-se de todas as suas roupas, pretendendo, assim, renunciar à herança paterna.

Em 1208, pediu autorização ao papa para fundar uma irmandade mendicante. Em 1219 estava fundada a “Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis”, que se instalou em cabanas no alto dos montes e no interior das cavernas, renunciando qualquer forma de propriedade.

Em 1215, São Francisco embarcou para a Terra Santa, onde foi aprisionado e levado ao Sultão. Para mostrar a superioridade da fé cristã, Francisco andou sobre brasas e imediatamente foi libertado. Com isto os franciscanos passaram a ser responsáveis, da parte dos católicos, da custódia da Terra Santa.

Francisco e seus frades, cada vez mais numerosos, estabeleceram-se na Porciúncula – ou igreja de Santa Maria dos Anjos –, lugar sagrado por excelência da espiritualidade franciscana.

Em 1224, no eremitério de Verna, Francisco viu o Crucifixo em forma de um serafim e, do encontro com o serafim crucificado, recebeu os estigmas; converteu-se, assim, em um com Cristo: um dom, portanto, que exprime sua identificação com o Senhor.

A morte de Francisco ocorreu na noite de 3 de outubro de 1226, na Porciúncula. Após ter abençoado seus filhos espirituais, morreu, deitado sobre a terra nua. Dois anos mais tarde, o Papa Gregório IX o inscreveu no elenco dos santos. Pouco tempo depois, erigiu-se em Assis uma grande basílica em sua honra, meta, ainda hoje, de muitíssimos peregrinos, que podem venerar o túmulo do santo e desfrutar da visão dos afrescos de Giotto, pintor que ilustrou de forma magnífica a vida de Francisco.

A santidade de São Francisco foi tão grande que foi conhecido como “outro Cristo”. Ele também foi chamado de “irmão de Jesus”. De fato, este era o seu ideal: ser como Jesus, contemplar o Cristo do Evangelho, amá-lo intensamente, imitar suas virtudes.

Do seu profundo amor a Cristo, nasceu o seu amor às pessoas e também a todas as criaturas de Deus. Este é outro traço característico da espiritualidade de Francisco: o senso de fraternidade universal e de amor pela criação, que lhe inspirou o célebre “Cântico das criaturas”. É uma mensagem muito atual. Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, sublinhei que também a constituição de uma paz sólida está unida ao respeito pela criação. Francisco nos recorda que na criação se manifesta a sabedoria e a benevolência do Criador. A natureza é entendida por ele precisamente como uma linguagem com a qual Deus fala conosco, através da qual a realidade divina se torna transparente e podemos falar de Deus e com Deus.

Eu me lembro, lendo um livro do Chestherton sobre São Tomás de Aquino, seu comentário dizendo que São Francisco colocou a Natureza no seu lugar. Sendo a religião uma busca pelo espiritual, não se sabia até São Francisco, onde colocar a Natureza, que importância lhe devíamos dar. É este santo quem mostrará todo o valor da Natureza como obra do Criador.

Lição: Fiz apenas uma pincelada sobre a vida deste grande santo que foi São Francisco. Poderíamos aprofundar em centenas de aspectos da sua vida. Que estas breves palavras sirvam para conhecê-lo mais a fundo sabendo que ele deixou uma marca profundíssima na Igreja e no mundo.

SANTIDADE: SÃO FRANCISCO

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