EVANGELHO – Jo 6, 30-35
Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer””. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Deus nos ama tanto, quer nos fortalecer, alimentar tanto que nos dá Ele mesmo como nosso alimento. “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Que palavras tão fortes, não é verdade? Quem vem a mim não terá mais fome… quem crê em mim nunca mais terá sede…
Este é o Deus que nós temos!!! É um Pai que nos ama muito e está ao nosso lado em todos os momentos. Porém, às vezes, em momentos críticos, duvidamos se Ele está nos ouvindo, se Ele está presente. Como um pai que tem um amor infinito pelos seus filhos pode abandoná-los justamente nos momentos mais críticos? Se é impossível que um bom pai ou boa mãe aqui na terra faça isso, imaginem Deus!
Para ilustrar esta verdade, Jesus permitiu que ocorresse o episódio da tempestade acalmada. Deus preparou tudo para que uma tempestade terrível ocorresse no meio da travessia dos apóstolos no mar da Galileia, com Ele estando presente. Como isso se deu?
Conta São Mateus que um dia Jesus entrou na barca com os discípulos. Inesperadamente, levantou-se uma tempestade sem precedentes. Toda a turbulência do mar se lançou sobre a pequena embarcação que ameaçou desaparecer entre as ondas. Os apóstolos tremem apavorados. O Senhor, porém, dorme esgotado de cansaço; a sua tranquilidade contrasta vivamente com a agitação e o medo dos apóstolos. Quando o desespero chega ao auge, já dando por certa a morte, aos gritos, acordam o Senhor: “Salva-nos que perecemos!”. E Cristo levantou-se sereno, increpou os ventos e o mar e se fez grande bonança. E disse-lhes, recriminando-os: “Por que estais amedrontados, homens de fé pequena?” (Mt 8, 23-27).
Não é chamativa a afirmação de Cristo: “Por que estais amedrontados, homens de mesquinha fé?” Os apóstolos poderiam ter respondido: “Como assim, Senhor? Estávamos a ponto de morrer e o Senhor nos diz que não devíamos estar amedrontados? Esta foi a situação mais dramática das nossas vidas! Vimos a morte na nossa frente!”
Diante desta possível resposta dos apóstolos, Cristo poderia ter respondido: “meus filhos, eu permiti que isto acontecesse para dar uma lição para vocês. E a lição é esta: Eu estou sempre do vosso lado, eu estou sempre na barca da tua vida. Pode parecer que não estou, que estou ausente, dormindo ou num lugar distante. Mas não é verdade! Como eu já disse, eu estou sempre, sempre, ao vosso lado. Junto dos acontecimentos mais corriqueiros como também dos mais dramáticos que você possa passar. A tua fé é pequena se você não acreditar nisso e ficar angustiado ou com medo. Por isso me dirigi a vós dizendo estas palavras: Por que estais amedrontados, homens de fé pequena? Gostaria que vocês aprendessem de uma vez por todas: Eu estou sempre, sempre ao vosso lado. Confie em mim! Não temas!”
Não é verdade que Jesus nos diria estas palavras? Não é verdade que são elas que nos ajudam a entender esta afirmação tão chamativa do Senhor: Por que estais amedrontados, homens de fé pequena?
Será que eu tenho vivido assim: cheio de fé, sereno? Será que nas dificuldades e perigos da vida, quando a barca da minha vida começa a balançar, quando a insegurança e a angústia, como grandes vagas, querem alagar o fundo da minha alma, eu permaneço em paz, abandonado nas mãos amorosas do meu Pai, Deus, que tanto me ama e cuida de mim até nos mínimos detalhes?
Deveríamos ver junto de nós, em todos os momentos da nossa vida, a figura branca de Jesus que se destaca contra o fundo sombrio de tantos perigos e sentirmos uma grande paz. Não há nada o que temer: Deus é meu Pai e cuida de mim. Tudo está sob a sua Providência!