PECADO ORIGINAL: COMO FOI, QUAL É A SUA ESSÊNCIA (II)

EVANGELHO – Jo 16, 23b-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis; para que a vossa alegria seja completa. Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora em que não vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai. Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que eu vim da parte de Deus. Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai”.
– Palavra da salvação
– Glória a vós, Senhor.

Olhar para Jesus: Podemos comentar muitas coisas a respeito do Evangelho de hoje. Vamos ficar com uma única ideia e vamos dar continuidade ao que estávamos falando ontem sobre a alegria da salvação.

A ideia que podemos tirar do Evangelho de hoje é o desejo de Deus de que peçamos coisas a Ele. Por que Deus tem este desejo? Pois Ele é Pai e como todo Pai sente uma enorme alegria em nos ajudar. Mas o que Deus mais quer que peçamos não são bens materiais, mas sim os bens espirituais: a alegria, a paz, o amor a Ele, a caridade, a fortaleza etc. Peçamos muito a Deus tudo aquilo que nos leve a parecer-nos mais com Ele.

Agora vamos continuar a reflexão de ontem. Paramos na ideia que o bem é aquilo que nos conduz ao fim e o mal o que nos afasta do fim.

Pois bem: Deus deu a nós o melhor fim que poderia dar: o amor e a felicidade infinitas participando da sua vida. Se este é o fim, Deus sabe muito bem qual é o caminho para chegar até ele. E o caminho são os 10 mandamentos e os ensinamentos que Jesus, que é o próprio Deus, nos transmitiu aqui na terra.

O que significa o homem comer do fruto da árvore do bem e do mal? Significa apropriar-se do bem e do mal. E apropriar-se do bem e do mal significa o próprio homem dizer o que é o bem e o que é o mal. Significa não querer saber o que Deus nos fala a respeito disso, sendo que o que Deus mas quer é que sejamos plenamente felizes, e que Ele é a Sabedoria Infinita, Ele é quem sabe o que faz bem a nós e aos outros e o que faz mal a nós e aos outros.

Um exemplo de apropriação do homem do bem e do mal: o aborto. Deus nos diz no quinto mandamento que a vida humana é sagrada e inviolável. E que a vida, na sua essência, é Ele quem a dá. Nenhum ser pode dar a vida a não ser Deus. Por exemplo, uma vez que a alma já não está no corpo, ninguém pode fazê-lo voltar à vida. Só Deus. E o que muitas pessoas e grandes instituições mundiais tem dito: que o aborto é um direito.

Neste sentido, acabei de ler a notícia que vários países da Europa se gabam de terem as taxas mais elevadas de aborto em crianças com síndrome de down. Imaginem Deus, que é Amor Puro, que é o dador da Vida, que é o Pai dos pais de todas as criaturas, ouvindo isto.

O que há na raiz desta atitude humana? Uma grande soberba. Achar que nós que somos meras criaturas, sabemos o que é certo e o errado, o que nos leva à felicidade e o que não nos leva. A soberba é terrível: coloca-nos em pé de igualdade com Deus! Por isso nós dizemos que o pecado original foi um pecado de soberba e de desobediência a Deus.

E qual é o problema do homem estabelecer os próprios mandamentos? Além de ser uma atitude de soberba, que já é um grande pecado em si, é começar a percorrer a estrada do mal, onde um mal vai se sucedendo a outro, ocasionando verdadeiras destruições. Começa-se a percorrer a estrada do mal, pois uma vez que há um fim claro, só há duas estradas: a do bem ou a do mal. Não há meio termo.

Vejamos, por exemplo, qual é o mal de abortar crianças. É este: em vista de não complicar a minha vida, eu elimino uma vida humana que tem um valor sagrado, pois é dada por Deus.

Indo mais a fundo: uma vez que um ser humano tira a vida de um ser inocente, para não complicar a vida, por egoísmo, o que mais ele pode fazer? É certo que há moças que fazem isto por desespero. Porém são culpadas, a não que tenham sido violentadas, de terem engravidado. Mesmo que uma pessoa engravide por ter sido violentada, isso não justifica tirar a vida de um inocente e o Estado, os familiares, lhe devem dar toda a assistência para cuidar desta criança.

Se uma pessoa não se arrepende de ter cometido um aborto, seu egoísmo vai causar inúmeros outros estragos, já que foi suficiente para eliminar uma vida humana. Deus é Pai e perdoa uma pessoa que tenha feito aborto mas, não é verdade que é um grande mal e não há como não ficar marcado por este ato, violando a essência da vida humana, o respeito à vida humana que é sagrada? O contraste entre o egoísmo e a supressão de uma vida humana inocente é muito grande. Quando Deus estabelece a inviolabilidade da vida humana, está nos ajudando a percorrer a estrada do bem, a estrada que leva ao amor e à felicidade infinitas.

Lição: Deus é maravilhoso e só quer o nosso bem, a nossa felicidade. Temos que confiar nos seus mandamentos. Deus nunca erra.

PECADO ORIGINAL: COMO FOI, QUAL É A SUA ESSÊNCIA (II)

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