EVANGELHO – Mt 16, 13-20
Naquele tempo: Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.
Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Jesus, então, ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: neste famoso Evangelho onde Jesus constitui São Pedro como o primeiro papa, a cabeça da Igreja, penso que é um bom dia para falarmos sobre a figura do papa e sua importância na Igreja.
São João inicia a narração da vida pública de Cristo contando-nos como os primeiros discípulos se encontraram com Ele e como André lhe apresentou o seu irmão Pedro. O Senhor deu-lhe as boas-vindas com estas palavras: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro.
Cefas é a transcrição grega de uma palavra aramaica que quer dizer pedra, rocha, fundamento. Por isso São João, que escreve em grego, explica o significado do termo empregado por Jesus. Cefas não era nome próprio, mas o Senhor chama assim o Apóstolo para aludir à missão que ele desempenharia aqui na terra. Atribuir um nome equivalia a tomar posse da coisa ou da pessoa nomeada. Assim, por exemplo, Deus constituiu Adão como dono da criação e, em sinal desse domínio, mandou-lhe pôr um nome a todas as coisas. Deus mudou o nome de Abrão para Abraão para lhe dar a entender que seria pai de muitas gerações.
Os primeiros cristãos consideraram tão significativo o nome Cefas, que em latim será Pedro, que se tornou corrente chamar-lhe por este nome, o que motivou o esquecimento, em boa parte, do seu primeiro nome, Simão. O Senhor o chamará com muita frequência Simão Pedro, juntando ao nome próprio a missão e o ofício que lhe confiava.
Desde o princípio, Pedro ocupou um lugar único entre os discípulos de Jesus e depois na Igreja. Nas quatro listas do Novo Testamento em que se enumeram os doze Apóstolos, São Pedro ocupa sempre o primeiro lugar. Jesus destaca-o dos outros, apesar de João aparecer como o seu predileto: hospeda-se na sua casa, paga o tributo pelos dois. As expressões Pedro e os seus companheiros, Pedro e os que o acompanhavam são significativas… O anjo diz às mulheres: Ide e dizei aos seus discípulos e a Pedro… Pedro é com muita frequência o porta-voz dos Doze; e também é ele quem pede ao Senhor que explique o sentido das parábolas, etc.
Todos sabem desta preeminência de Simão. Esta superioridade não se deve à sua personalidade, mas à distinção de que é objeto por parte de Jesus, que lhe concederá de modo solene um poder que será o fundamento da unidade da Igreja e que se prolongará nos seus sucessores até o fim dos tempos: “O Romano Pontífice – ensina o Concílio Vaticano II -, como sucessor de Pedro, é o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade, quer dos bispos, quer da multidão dos fiéis”.
Considerando o Evangelho de hoje, Jesus diz a Simão Pedro que lhe dará as chaves do Reino dos Céus. Naqueles tempos de cidades amuralhadas, o ato de entregar as chaves a alguém significava simbolicamente conferir-lhe a autoridade e o cuidado da cidade. Cristo deposita em Pedro a responsabilidade de guardar a Igreja e de velar por ela, quer dizer, confere-lhe a autoridade suprema sobre ela. Por sua vez, ligar e desligar, na linguagem semita da época, significava “proibir e permitir”.
Uma antiga expressão dita por Santo Ambrósio resume em muito poucas palavras o conteúdo da doutrina sobre o Romano Pontífice: “onde está Pedro, aí está a Igreja, aí está Deus”.
Isto significa que Deus quis que sua Igreja não existisse sem a sua cabeça. E Deus quis também que a sua cabeça aqui na terra fosse um ser humano, apesar de que a sua cabeça, propriamente, é Cristo. Daí que chamamos o papa de Vigário de Cristo, representante de Cristo. E se o papa é um ser humano, ele tem a condição de todo ser humano, isto é, é pecador, assim como Pedro foi pecador. Apesar de tudo, Cristo estando na cabeça da Igreja e o Espírito Santo que é a sua alma, cuidam para que a Igreja não se desvie dos ensinamentos de Nosso Senhor. Assim, a Igreja nunca mudou suas verdades de fé.
Se o papa foi escolhido legitimamente, ele é o representante de Cristo e temos que respeitá-lo, amá-lo e obedecer-lhe.
Lição: procurar ter este respeito pelo papa, seja quem for, e que rezemos muito por ele para que seja um digno representante de Cristo.