EVANGELHO – Lc 2, 41-51
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus país para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Como disse antes, hoje comemoramos a festa do Imaculado Coração de Maria que é comemorada sempre no dia seguinte ao Sagrado Coração de Jesus. Esta união entre os dois corações se deve a um santo francês chamado São João de Eudes.
São João de Eudes viveu entre os anos 1601 a 1680. Devido a uma heresia que corria a França naquele período, a heresia jansenista, as pessoas passaram a duvidar da misericórdia divina e inúmeros católicos abandonavam a prática da fé, por desespero da salvação. Firmemente convencido do contrário, e inspirado por Deus, uniu a misericórdia e a bondade divinas com o Sagrado Coração de Jesus. Dizia: “O Coração augusto de Jesus é uma fornalha de Amor que espalha seu fogo e suas chamas por todos os lados, no Céu, na Terra e em todo o universo. […] Todas as criaturas existentes na Terra, mesmo as insensíveis, inanimadas e irracionais, experimentam os incríveis efeitos da bondade deste magnífico Coração”.
Mais tarde, movido por Deus, com argumentos teológicos, afirmou que o Coração de Jesus e o de Maria não têm diferenças entre si, mas constituem, pela união existente entre ambos, um só e mesmo Coração.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus ganhará mais força com a revelação de Jesus a Santa Margarida Maria de Alacoque em 1675. A devoção ao Imaculado Coração de Maria terá seu grande marco nas aparições de Nossa Senhora em Fátima. Na segunda aparição, ocorrida no dia 13 de junho de 1917, a Virgem Maria disse à irmã Lúcia: “Ele [Jesus] quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Na aparição seguinte, no dia 13 de julho, Nossa Senhora concedeu às três crianças verem no inferno, os demônios e as almas dos condenados, que gritavam e gemiam de dor e desespero. Depois de dar-lhes essa visão assustadora, disse aos pastorinhos: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração”.
A irmã Lúcia, ao ser questionada sobre o que consiste a devoção ao Imaculado Coração de Maria, disse que se trata de uma consagração, de uma entrega total a Nossa Senhora.
São Luís Maria Grignion de Monfort (1673-1716), no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, que foi o primeiro a falar sobre a Consagração a Nossa Senhora, diz que:
Esta devoção consiste em nos darmos inteiramente à Santíssima Virgem, para que, por Ela, pertençamos inteiramente a Jesus Cristo, estejamos debaixo do seu manto e assim estejamos protegidos contra os ataques do demônio e unidos a ela como um exército na batalha atual e final contra o demônio.
Então esta devoção consiste em dar-nos inteiramente à Nossa Senhora, consagrar-lhe tudo o que temos:
1°. Nosso corpo, com todos os seus sentidos e membros;
2°. Nossa alma, com todas as suas potências;
3°. Nossos bens exteriores, chamados de fortuna, presentes e futuros;
4°. Nossos bens interiores e espirituais, que são os nossos méritos, virtudes e boas obras passadas, presentes e futuras.
Numa palavra, devemos dar tudo o que temos.
Lição: Aceder ao convite de Nossa Mãe de todos nós nos consagrarmos a Ela para que ela nos ajude a conquistarmos o céu e afastar-nos cada vez mais das portas do inferno. Podemos fazer isso através do método indicado por São Luís Maria Grignion de Monfort no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem ou através de uma oração mais simples que é a que eu coloco na descrição deste vídeo.
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Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me consagro hoje e para sempre inteiramente a vós, de tal modo que minha vida já não me pertence, mas somente a vós. E, em prova da minha consagração a vós, vos ofereço neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser: o meu corpo, com todos os seus sentidos e membros; a minha alma, com todas as suas potências; os meus bens materiais, presentes e futuros e os meus bens interiores e espirituais (os méritos das minhas boas ações, as minhas virtudes e minhas obras passadas, presentes e futuras). E, porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa. Guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.