EVANGELHO – Lc 2, 41-51
Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus país para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Ao longo da história, os cristãos foram adquirindo a devoção ao Coração de Maria. Porém, houve um marco nesta devoção que foi a aparição de Nossa Senhora em Fátima no ano de 1917. Em Fátima, pensando na atuação mais intensa do demônio no mundo, Nossa Senhora fez três apelos pensando na salvação de todos os seus filhos:
1º – Pediu nas suas seis aparições para rezarmos o terço todos os dias.
2º – Revelou a intenção do Coração de Jesus: “Meu Filho quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar prometo a salvação, e essas almas serão especialmente queridas por Deus, como flores postas por mim a adornar o seu trono”.
3º – Pediu, por fim, que nos sacrifiquemos pelos pecadores: “Sacrificai-vos pelos pecadores”. E para demonstrar a urgência dessa atitude mostrou aos pastorzinhos o inferno e lhes disse: “Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz…”
Este apelo de Nossa Senhora, da devoção ao seu Imaculado Coração, tem se repetido inúmeras vezes ao longo deste século. Mas por que Nossa Senhora fala desta devoção para a nossa salvação? Porque Deus quis que de Nossa Senhora viesse toda a salvação da humanidade, gerando Jesus Cristo, que foi nosso Redentor. Como também diz o livro do Gênesis: é ela que esmagará a cabeça da serpente na batalha final contra o demônio.
Falando agora da devoção ao seu Imaculado Coração, o que seria essa devoção?
A irmã Lúcia, ao ser questionada sobre isso, disse que se trata de uma consagração, de uma entrega total a Nossa Senhora.
São Luís Maria Grignion de Monfort (1673-1716), no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, que foi o primeiro a falar sobre a Consagração a Nossa Senhora, diz que:
Esta devoção consiste em nos darmos inteiramente à Santíssima Virgem, para que, por Ela, pertençamos inteiramente a Jesus Cristo, estejamos debaixo do seu manto e assim estejamos protegidos contra os ataques do demônio e unidos a ela como um exército na batalha atual e final contra o demônio.
Então esta devoção consiste em dar-nos inteiramente à Nossa Senhora, consagrar-lhe tudo o que temos:
1°. Nosso corpo, com todos os seus sentidos e membros;
2°. Nossa alma, com todas as suas potências;
3°. Nossos bens exteriores, chamados de fortuna, presentes e futuros;
4°. Nossos bens interiores e espirituais, que são os nossos méritos, virtudes e boas obras passadas, presentes e futuras.
Numa palavra, devemos dar tudo o que temos.
Nossa Senhora, falando ao Padre Gobbi (1930-2011), que é um sacerdote italiano que fundou o Movimento Sacerdotal Mariano, lhe disse que consagrar-se a ela significa:
Exercita-te a permanecer em Mim, sobre o meu Coração, a agir sempre comigo; a pensar com a minha mente, a ver as coisas com o meu olhar, a tocá-las com as minhas mãos e a amá-las com o meu Coração.
Mesmo quando falas, te divertes ou dás um passeio, deves estar sempre comigo, deves fazer todas as coisas comigo.
A partir do momento em que se consagraram ao meu Coração Imaculado, já não podem pertencer a si mesmos. A sua vida, a sua alma, a sua inteligência, o seu coração, o seu bem, até o mal que fizeram e os defeitos que têm, tudo é meu, tudo Me pertence.
O meu Coração Imaculado é uma fornalha de fogo puríssimo: tudo queima, tudo consome, tudo transforma.
Lição: Aceder ao convite de Nossa Mãe de todos nós nos consagrarmos a Ela. Podemos fazer isso através do método indicado por São Luís Maria Grignion de Monfort no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem ou através de uma oração mais simples que é a que eu coloco na descrição deste vídeo.
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Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me consagro hoje e para sempre inteiramente a vós, de tal modo que minha vida já não me pertence, mas somente a vós. E, em prova da minha consagração a vós, vos ofereço neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser: o meu corpo, com todos os seus sentidos e membros; a minha alma, com todas as suas potências; os meus bens materiais, presentes e futuros e os meus bens interiores e espirituais (os méritos da minhas boas ações, as minhas virtudes e minhas obras passadas, presentes e futuras). E, por que sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa. Guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.