JESUS CRISTO (21): AMOR POR ELE (10)

EVANGELHO – Lc 14, 12-14

Naquele tempo: E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
o Evangelho de hoje não deve ser tomado no sentido literal: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

Jesus utiliza um exemplo do almoço ou do jantar como alegoria. Não tem nenhum problema em convidar parentes, amigos e conhecidos para uma refeição. O que Jesus quer nos ensinar é a não buscarmos recompensas aqui na terra: não buscar os elogios, os aplausos, reconhecimentos etc. Por quê? Porque senão estaremos alimentando o nosso ego, a nossa vaidade ao invés de doar-nos por amor, por um amor que não espera nada em troca.

Continuando a nossa série sobre o amor a Jesus Cristo, dissemos na última vez que para amá-lo basta ver tudo o que Ele sofreu por nós. Vimos umas palavras tocantes de Jesus ditas à Luisa Piccarreta referentes à sua Paixão. Hoje vamos ver mais algumas para que o nosso coração seja profundamente tocado. Vejamos:

* * *

Jesus é pregado na Cruz

Meu bom Jesus, vejo que os Teus inimigos levantam o madeiro pesado da Cruz e o deixam cair na cova que eles abriram; e Tu, meu doce Amor, ficas suspenso entre o céu e a terra. Neste solene momento, diriges-Te ao Pai e, com voz débil e fraca, dizes-Lhe: “Pai Santo, eis-me aqui, carregado com todos os pecados do mundo; não existe nenhuma culpa que não caia sobre Mim, por isso, nunca mais descarregues sobre os homens os flagelos da Tua Justiça Divina, mas sobre Mim, Teu Filho. Ó Pai, permite-Me que vincule todas as almas a esta Cruz, e que implore o perdão para elas, com as vozes do Meu Sangue e das Minhas Chagas. Ó Pai, não vês em que estado Me encontro?

Por esta Cruz, em virtude destas dores, concede a todos uma conversão verdadeira, paz, perdão e santidade. Detém o Teu furor contra a pobre Humanidade, contra os Meus filhos; eles são cegos e não sabem o que fazem; por isso, olha bem para Mim e vê em que estado estou, por causa deles: se não tens compaixão deles, tem ao menos piedade deste Meu Rosto sujo de escarros, coberto de Sangue, pálido e inchado devido a tantos murros e golpes recebidos. Meu Pai, tem piedade! Eu era o mais belo de todos e agora estou totalmente desfigurado, a tal ponto que já não Me reconheço; tornei-Me a abjecção de todos e por isso, custe o que custar, quero salvar a pobre criatura!”

Meu Jesus, adorável Crucificado, a criatura continua a irritar sempre a Justiça Divina e, com a sua língua, faz ressoar o eco de blasfêmias horrendas, vozes de imprecações e maldições, conversas maldosas. Ah, todas estas vozes ensurdecem a terra e, penetrando até aos Céus, enquanto ensurdecem o ouvido divino, imprecam e pedem vingança e justiça contra ela própria! Oh, como a Justiça Divina se sente impelida a lançar os Seus flagelos! Oh, como tantas blasfêmias horrendas acendem o Seu furor contra a criatura! Mas Tu, ó meu Jesus, amando-nos com tanto Amor, fazes frente a estas vozes mortíferas, com a Tua voz omnipotente e criadora, e imploras misericórdia, graças e amor para ela. E para aplacar a indignação do Pai, cheio de amor dizes-Lhe: “Meu Pai, volta a olhar para Mim, não ouças as vozes das criaturas, mas a Minha; sou Eu que satisfaço por todos; por isso, Te peço que olhes para a criatura e que a olhes através de Mim; se olhares para ela sem ser através de Mim, o que será dela? É frágil, ignorante, capaz só de fazer o mal, cheia de todas as misérias; piedade, tem piedade da pobre criatura; respondo Eu por ela, com esta Minha língua amargurada pelo fel, ressequida pela sede, seca e a arder de amor”.

Meu amargurado Jesus, a minha voz, na Tua, quer fazer frente a todas estas ofensas, a todas as blasfêmias, para poder transformar todas as vozes humanas em vozes de bênção e louvor. Meu Jesus Crucificado, apesar do Teu Amor e da Tua dor serem tantos, a criatura não se rende; pelo contrário, desprezando-Te, vai acrescentando mais culpas, cometendo sacrilégios enormes, homicídios, suicídios, duelos, fraudes, enganos, crueldades e traições. Ah, todas estas obras perversas, fazem pesar mais os braços do Teu Pai Celestial que, não podendo suportar o peso, está para abaixá-los e derramar furor e destruição sobre a terra. E Tu, ó meu Jesus, para subtrair a criatura do furor divino, temendo vê-la destruída, estendes os Teus braços para o Pai, desarma-O e impedes que a Justiça Divina prossiga o seu curso; e para que Ele se compadeça da miserável Humanidade e se enterneça, dizes-Lhe com voz mais insinuante: “Meu Pai, olha para estas mãos rasgadas e para estes cravos que as trespassam, que me cravam, juntamente, com todas estas obras perversas. Ah, é nestas mãos que sinto todas as dores atrozes que me provocam estas obras malignas. Ó meu Pai, não estás contente com as Minhas dores? Não sou, porventura, capaz de satisfazer-Te? Sim, estes Meus braços desconjuntados serão sempre correntes que terão amarradas as pobres criaturas, a fim de que não Me escapem, a não ser aquelas que queiram libertar-se à viva força; e estes Meus braços serão correntes amorosas que Te amarrarão, ó Meu Pai, para impedir que Tu destruas a pobre criatura; antes, atrair-Te-ei sempre mais a ela, para que derrames sobre ela as Tuas graças e misericórdias!”

Meu amável Jesus crucificado, a criatura ainda não está cansada de Te ofender; quer beber, até ao fim, toda a escória do pecado e corre quase loucamente pelo caminho do mal; precipita-se de culpa em culpa, desobedece às Tuas Leis e, não Te reconhecendo, revolta-se contra Ti e, quase para Te desprezar, quer ir para o Inferno. Oh, como se indigna a Suprema Majestade! E Tu, ó meu Jesus, triunfando de tudo, também da obstinação das criaturas, para aplacar o Divino Pai, mostras-Lhe toda a Tua Santíssima Humanidade dilacerada, desconjuntada, chagada de forma horrível; mostras-Lhe os Teus Santíssimos pés trespassados, contorcidos pela atrocidade das dores, e ouço a Tua voz tão comovida, como nunca, em ato de expirar, querendo vencer a criatura à força de amor e de dor, e, triunfando sobre o Coração Paterno, dizes-Lhe: “Meu Pai, olha-Me da cabeça aos pés: não há parte sã em Mim, não há mais lugar nenhum onde possam abrir-Me mais chagas e causar-Me mais dores: se não Te aplacas diante deste espetáculo de amor e de sofrimento, quem é que conseguirá apaziguar-Te? Ó criaturas, se não vos renderdes a tanto Amor, que esperança vos resta de vos converterdes? Estas Minhas Chagas e este Meu Sangue serão sempre vozes que chamarão, do Céu à Terra, graças de arrependimento, perdão, compaixão por vós!”

Lição: termino por aqui esta série sobre o amor a Jesus. Espero que tenha ajudado todos vocês a descobrirem um caminho para viverem a verdadeira religião que não é o cumprimento de obrigações, mas amar a Deus, amar Jesus Cristo. E amamos Jesus Cristo sabendo que Ele está sempre do nosso lado, que Ele está de modo especial no Sacrário, que Ele tem sentimentos e eu posso entrar em sintonia com eles e há um sentimento especial que nos ajuda muito a amá-lo que são as suas dores pelos nossos pecados.

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