JESUS CRISTO (19): AMOR POR ELE (8)

EVANGELHO – Lc 7, 1-10

Naquele tempo: Quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado.
Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças este favor, porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”.
Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado.
Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: “Vai!”, ele vai; e a outro: “Vem!”, ele vem; e ao meu empregado “Faze isto!”, e ele o faz””. Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia, e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.
Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
o Evangelho de hoje narra o famoso episódio do centurião romano que sem ser judeu, mostra um carinho e um apreço por Jesus extraordinários. Um apreço tão grande que o leva a acreditar piamente que é um enviado de Deus e pode fazer milagres, inclusive à distância. Ao mesmo tempo, mostra uma humildade incrível. Nem sequer se julga digno de receber Jesus em sua casa. Por isso manda uma embaixada de amigos judeus para irem ao seu encontro e pedirem o milagre da cura do seu subordinado, sem que necessite se deslocar. Jesus fica muito emocionado ao ver a fé deste homem que lhe faz um elogio rasgado: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Saibamos aprender deste homem a termos uma fé segura e sem titubeios em Deus e, ao mesmo tempo, a ver-nos como realmente somos, alguém que recebeu tudo de Deus e, por isso, sermos humildes, necessitados de Deus e olhando os demais como iguais e não com ar de superioridade.

Dando continuidade à nossa série sobre o amor a Jesus Cristo, dissemos na última vez que para amá-lo é muito importante a fé de que Ele está nos Sacrários de todas as igrejas. Com esta fé irei visitá-lo muitas vezes e terei um amor verdadeiro, pessoal, de tu a tu, por Ele.

Então vimos até agora que teremos um amor por Cristo se o encontrarmos pela dor, por algum acontecimento doloroso que nos fez encontrá-lo, a morte de uma pessoa querida, o diagnóstico de uma doença grave, um grande fracasso profissional etc ou teremos um amor por Ele, uma vez que acredito que Ele existe, avivando a fé de que Ele está sempre do meu lado e que está, de modo especial, no Sacrário.

Que outras realidades nos fazem ter um amor profundo por Jesus Cristo? Gostaria de falar de mais duas: saber que Jesus tem sentimentos e compadecer-nos pelas dores que Jesus Cristo padeceu e padece por nossos pecados. Vamos falar, em primeiro lugar, dos sentimentos de Cristo.

Saber que Jesus está sempre do nosso lado e está em todos os Sacrários das igrejas, ajuda muito, de fato, no nosso amor por Ele. Porém, a maior parte das pessoas imagina Jesus como alguém estático, parado, quase como uma estátua. Mas não é verdade. Jesus é o mesmo que viveu há dois mil anos atrás com os apóstolos, com os discípulos, no seio da Sagrada Família.

Jesus, uma vez que assumiu a natureza humana, é uma pessoa como qualquer outra que sente frio, sente fome, sente sede, se emociona, se entristece, sorri, se diverte conosco, acha graça quando nós brincamos com Ele, sofre ao ver o nosso sofrimento etc. E é este Jesus que está ao nosso lado o tempo todo e também no Sacrário.

Sim, é difícil ver os sentimentos em Jesus uma vez que não o vemos com os nossos olhos. Mas o fato de não vê-lo, não significa que não tenha sentimentos. Jesus ao estar conosco, como qualquer pessoa, vai reagindo com o que dizemos a Ele. Se brincamos com Ele, Ele sorri e também brinca conosco. Se pedimos a sua opinião sobre algo mais sério, Ele nos dará a sua opinião de uma maneira mais séria. Se vamos conversando normalmente com Ele como um amigo, Ele entrará em sintonia conosco reagindo de acordo com o que vamos falando.

Isto tudo não é uma imaginação. É a realidade. A única diferença é que não vemos Nosso Senhor com os nossos olhos e Ele faz isso de propósito, como já dissemos, para ter o mérito da nossa fé.

Se eu entro numa igreja e vou até o Sacrário e o cumprimento desta forma, por exemplo, “E aí Senhor, como o Senhor está? Tudo bem?” Nosso Senhor nos responderá, por exemplo, “Que alegria imensa te ver, meu filho, estava com saudades. Eu estou muito bem e você como está”?

Como é importante saber que Jesus é uma pessoa normal, com a diferença que é o próprio Deus! Se não vejo os sentimentos em Jesus, como o amarei? Como Ele se tornará meu amigo? Nenhum ser humano é capaz de se apaixonar, ter amizade por uma estátua.

Quantas pessoas tentam ter uma relação com Deus, sem levar em conta o que dissemos! Não levam em conta, pois nunca ninguém lhes disse isso de uma maneira tão clara, tão assertiva. Não há dúvida que sem ter presente os sentimentos de Cristo é possível ter uma certa relação com Ele, mas será muito estranha e bem distante da realidade de um amor e uma amizade verdadeiros.

Lição: procuremos a partir de agora conversar com Jesus visualizando os seus sentimentos e entrando em sintonia com eles.

JESUS CRISTO (19): AMOR POR ELE (8)

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