GRAÇA: SEIVA QUE DÁ VIDA À NOSSA ALMA

EVANGELHO – Jo 15, 1-8

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos. – Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus: Não esqueçamos que estamos ainda na Última Ceia. Veja quantos ensinamentos Jesus nos transmitiu nesta noite. No comentário de hoje gostaria de citar a reflexão de um sacerdote que achei muito bonita. Este sacerdote chama-se Adroaldo Palaoro. Ele vai se centrar neste ensinamento de Jesus da poda para permitir que a seiva, que seria a graça, dê mais fruto. Um pequeno parêntesis: o que significa dar fruto no sentido que Jesus está dizendo? Significa dar frutos de vida eterna. Aquela água que Jesus disse à samaritana que salta para a vida eterna. Esta água nesta imagem de Cristo é a seiva que, por sua vez, será imagem da graça. Assim dar fruto significa ser movido pela graça que é um princípio de vida divina e, portanto, fazer ações como as de Cristo: ressuscitar mortos, fazer os surdos ouvirem, os cegos verem, os paralíticos andarem no sentido espiritual. Fazer bens às pessoas que vão além dos bens humanos. * * * “Como é habitual, o Jesus dos Evangelhos não expõe (sua doutrina) com longas explicações ou filosofias, mas utiliza imagens, parábolas ou símbolos certamente conhecidos por todos. Neste texto, nos fala a partir da videira, uma planta rica em significados na tradição judaica. A vinha, nos textos do Antigo Testamento, representava o povo de Israel, que Deus plantou, podou e cuidou de todas as maneiras possíveis. Deus-Pai foi representado, em muitas ocasiões, como um lavrador que cuida de Israel que é a sua vinha. Na Última Ceia, Jesus convocou todos os seus seguidores a formar com Ele um organismo vivo. E fez isso através da imagem da vinha: a cepa, os ramos e os cachos de uvas. As uvas não brotam diretamente da cepa, mas dos ramos. Porém, os ramos não dão uvas se não estão ligados à cepa (…) A Vida continua sendo o centro do discurso de Jesus neste (Evangelho); afinal, estamos no tempo Pascal. Só assim o seguimento de Jesus torna-se fonte de vida e vida em crescente amplitude. Quando nos dispomos a caminhar com Ele, sob a ação do seu Espírito, realiza-se em nós um processo de abertura (…) de crescimento e de reconstrução de nós mesmos (…) que nos permite experimentar uma outra vida, que supera tudo o que vivíamos até então. Para isso, é preciso passar por contínuas “podas” de tudo aquilo que está sobrando ou que se tornou “peso morto”. Conhecemos bem a poda necessária para que a videira não disperse a seiva, produzindo vistosa folhagem e ramos frondosos, mas sem frutos; uma videira deve dar cachos formados e grandes, nutridos até a maturação. Quando o agricultor poda, a videira entre aspas, “chora” (…) A poda, tão necessária, é sempre uma operação dolorosa para a videira: muitos ramos são cortados, jogados fora, secam e são destinados ao fogo… Muitas vezes as podas são vistas como perdas, mas são perdas que abrem espaço à vida nova, ampla… Nosso processo de crescimento pessoal revela uma constante necessidade de despojar-nos de costumes, lugares familiares, modos de nos relacionar com as pessoas queridas…, que nos acompanharam durante uma etapa, mas que agora se tornaram estreitos e nos impedem de expandir a vida. Quão difícil é deixar-nos podar, sobretudo os ramos secos, que se agarram a nós: atitudes fechadas, busca de prestígio, ego inflado, instintos de posse, falsas seguranças, visões atrofiadas… Esses ramos que nos sobre-carregam são “pesos mortos” que exigem uma demanda de energia que deixa de ser investida em outras frentes da vida. São ramos que não conduzem mais seiva, mas temos resistências em deixá-los podar. Vemos esses ramos em nós, os identificamos, os localizamos… mas custa cortar. Vemos e sentimos a necessidade de cortar, de separá-los de nós, de podar… mas custa eliminá-los. (…)

Lição: Deixar a graça tomar conta do nosso coração para darmos frutos de vida eterna. Para isso, estarmos sempre em estado de graça, crescermos na graça através dos sacramentos e deixar Deus podar a nossa alma para que a graça penetre todos os cantos do nosso coração.

GRAÇA: SEIVA QUE DÁ VIDA À NOSSA ALMA

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