EVANGELHO – Mc 8, 11-13
Naquele tempo: Os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: O Evangelho de hoje traz uma discussão dos fariseus com Jesus. Como Moisés no Antigo Testamento, Jesus, no episódio anterior a do Evangelho de hoje, tinha alimentado o povo faminto no deserto, realizando o milagre da multiplicação dos pães (Mc 8,1-10).
Apesar deste sinal e de outros que dão testemunho de quem é Jesus, os fariseus pedem um sinal, “vindo do céu” como se os outros não bastassem. Ao ouvir este pedido, “Jesus suspira profundamente”, provavelmente de desgosto e de tristeza diante da cegueira dos fariseus. E ele conclui: “Nenhum sinal será dado a esta geração!” Deixou-os de lado e foi para o outro banda do lago.
Este pedido dos fariseus me faz pensar nas palavras de uma moça que estava passando por uma dificuldade e pedia um sinal para Deus de que Ele estava ouvindo. Lembrei então a ela que isso já havia acontecido inúmeras vezes e que Deus sempre lhe ajudava. Então ela me disse: “é verdade Padre Paulo, Deus nunca me abandonou e eu continuo pedindo sinais como se não acabasse de acreditar que Ele cuida de mim e que nunca vai me abandonar”.
Será que eu também sou uma pessoa assim, que sempre está pedindo sinais a Deus, quando olhando para trás vemos inúmeras manifestações claríssimas de Deus na nossa vida?
Quando irei confiar plenamente em Deus sem duvidar? Quando irei confiar cegamente em Deus? Quando irei confiar totalmente a tal ponto de não perder mais a paz por nada?
Eu me lembro de um episódio que ocorreu com Dom Bosco quando estava ainda no início da sua missão querida por Deus de cuidar das crianças pobres e abandonadas nas ruas. Um dia o prefeito da cidade, que não era um homem de fé, o chamou ao seu gabinete. Qualquer um de nós ficaríamos aflitos numa situação desta pensando que toda aquela obra de Deus que estava sendo realizada poderia ser proibida por uma simples assinatura. O que aconteceu com Dom Bosco na sala de espera? Dormiu. Pois é! Sua confiança em Deus era tão grande, sua certeza que aquela obra não iria ser extinta por nenhuma criatura humana, pois era da sua vontade, era tão forte, que dormiu na sala de espera. Quando o prefeito da cidade foi até ele e o viu dormindo e meio maltrapilho, pensou: este homem não pode fazer nada, é um coitado. E o despediu.
Será que eu sei dormir, ficar completamente tranquilo nas situações angustiosas da minha vida? Será que vivo pedindo sinais?
Procuremos crescer em fé para chegar a ter esta confiança total e absoluta em Deus que Ele é o meu Pai e está cuidando de tudo e, portanto, não devo me pre-ocupar com nada e sim me ocupar, fazendo a minha parte a cada dia e deixando todo o resto nas suas mãos.
