ESPERANÇA (5): O FUNDAMENTO NA RESSURREIÇÃO

EVANGELHO – Lc 24, 35-48

Naquele tempo: Os dois discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco”! Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras,
e lhes disse: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus: o Evangelho de hoje nos fala da aparição de Jesus ressuscitado no Cenáculo no final do dia no domingo da ressurreição. Que alegria os apóstolos sentiram nesta hora, pois viram que Jesus realmente ressuscitou e está vivo como eles pedindo até algo para comer. Com um Deus que pode tudo e nunca nos abandona, nossa esperança nEle deve ser plena.

Continuando a nossa série sobre a esperança, gostaria de falar hoje sobre a ressurreição de Cristo como outro poderoso fundamento da esperança.

A ressurreição de Cristo não é apenas um dogma da fé, mas a chave que abre todas as portas fechadas pela desesperança humana. São Paulo, ao refletir sobre a ressurreição, fará o seguinte raciocínio: o que é a ressurreição? A ressurreição é a passagem da morte para a vida. Se alguém, que é Cristo, passou da morte para a vida, é porque Ele venceu a morte. E, se Jesus venceu a morte, já não há mais morte, pois Ele transforma a morte, e tudo aquilo que pode significar a morte, uma doença, uma crise financeira, o desemprego, o pecado, uma situação difícil num relacionamento, a dificuldade de encontrar um bom namorado (uma boa namorada), em vida.

A ressurreição de Cristo, vencendo a morte, nos mostra que, com Ele, já não há mais becos sem saída.

1. Nossa morte pode se transformar em vida

Antes de Cristo morrer na Cruz e ressuscitar, a morte significava a passagem para a eternidade infeliz pois, pelo pecado, estávamos condenados ao Inferno, a pagar eternamente pelos nossos pecados. Mas Cristo pagou pelos nossos pecados morrendo na Cruz e agora podemos ir para o seu Reino, para a eternidade infinitamente feliz. A morte já não é uma tragédia, o fim, mas o começo da Vida com maiúscula.

2. A doença e a dor transfiguradas

Antes de Cristo morrer na Cruz e ressuscitar, a doença e o sofrimento, eram vistos como maldições sem sentido. Cristo agora mostra o valor redentor do sofrimento: o sofrimento pode ser oferecido para purificar a nossa alma e a alma de outras pessoas do pecado, o sofrimento pode nos unir mais a Deus, o sofrimento pode nos fazer crescer e amadurecer espiritualmente, pode nos fazer amar mais quem os que sofrem, o sofrimento pode nos santificar. Ou seja, o sofrimento agora é uma fonte de bênçãos.

3. Uma crise financeira, o desemprego, uma situação difícil num relacionamento, a dificuldade de encontrar um bom namorado (uma boa namorada)

Antes de Cristo morrer na Cruz e ressuscitar, uma crise financeira, o desemprego, uma situação difícil num relacionamento, a dificuldade de encontrar um bom namorado (uma boa namorada) não tínhamos nenhuma esperança de que pudessem ser solucionados, pois vivíamos em pecado e o que merecíamos era o castigo. Agora, como Cristo nos perdoou e mostrou seu imenso amor por nós morrendo na Cruz e mostrou que é Deus vencendo a morte, com Ele podemos passar destas mortes para a vida.

4. O pecado

Antes de Cristo morrer na Cruz e ressuscitar, era sinônimo de condenação. Era como a lepra, não tinha cura, não tinha solução. Agora, como Cristo nos perdoou oferecendo o seu sacrifício no nosso lugar e, ressuscitou, mostrando que é Deus e deixando o sacramento da confissão, todo pecado, por maior que seja, pode ser perdoado. Tem pessoas hoje que pensam que pela gravidade do seu pecado, nunca serão perdoadas por Deus. Um exemplo bem clássico é o do famoso rei do aborto, um americano chamado Nathanson. Foi ele quem incentivou a realização do aborto em escala. Ele chegou a contribuir com cerca de 70 mil abortos. Mas ele se converteu, pediu sinceramente perdão a Deus e foi perdoado. Está certo que terá que pagar por estes pecados, mas as portas do Céu foram abertas para ele.

O desânimo perante os nossos pecados, perante as situações difíceis da nossa vida que não vemos saída, é uma mentira do inimigo, que tenta nos convencer de que “não há saída”. Mas a Ressurreição grita o contrário. Diz, a este propósito, estas palavras São Josemaria:

“Cristo não está no sepulcro. Cristo vive! E por isso, o cristão nunca pode ser pessimista. Não há derrota onde há fé” (Cristo que Passa, n. 179).

“Não te deixes vencer pelo desalento. Levanta o olhar: o céu está aberto. Deus espera-te com os braços cheios de graça” (Forja, n. 132).

“Não há noite que não termine em aurora, nem cruz que não floresça em alegria” (Via Sacra, XIV Estação).

“Alegra-te. Não há motivo para temer. Cristo ressuscitou, e tu estás com Ele!” (São Josemaria Escrivá, Instrução, 19-III-1975)

Assim, a ressurreição não é um mito, mas um fato histórico que redefine todas as coisas. Que nenhuma sombra apague esta certeza: Cristo venceu! E, em sua vitória, até o mais denso abismo torna-se caminho para o Céu.

 

ESPERANÇA (5): O FUNDAMENTO NA RESSURREIÇÃO

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