EVANGELHO – Mt 12, 38-42
Naquele tempo: Alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: No Evangelho de hoje mestres da Lei e os fariseus, com seus corações duros, pedem um sinal a Jesus da sua divindade quando Nosso Senhor já havia mostrado inúmeros sinais. Diante desta dureza dos seus corações, Jesus diz: “Uma geração má e adúltera busca um sinal”.
Cristo censura duramente aquela geração feita de muitas pessoas que estavam afastadas de Deus. Diante disto, podemos nos perguntar: qual é a situação do mundo de hoje? Qual é o estrago que o demônio está fazendo com suas táticas perversas e manipuladoras? Quem melhor do que Nossa Senhora para dizer qual é a situação do mundo de hoje?
Mas antes de falar de Nossa Senhora e de algumas profecias sobre a situação dos tempos atuais, gostaria de falar do papa Paulo VI, hoje São Paulo VI.
Pensava-se que, depois do Concílio Vaticano II que terminou em 1968, o sol brilharia sobre a Igreja. Mas, em vez do sol, apareceram as nuvens, a tempestade, as trevas, a incerteza. E o Papa São Paulo VI, que se tornou papa em 1963, justamente quando começou o Concílio, se perguntava: como a Igreja chegou a tal situação?
A resposta do papa foi clara e nítida: “Interveio uma potência hostil. Seu nome é o demônio, esse ser misterioso de quem nos fala São Pedro na sua primeira Epístola. Quantas vezes não se refere Cristo, no Evangelho, a este inimigo dos homens?” E o Papa precisa: “Nós cremos que um ser superior veio ao mundo para perturbar a paz, para afogar os frutos do Concílio ecumênico e para impedir a Igreja de cantar a sua alegria por ter retomado sua plena consciência de si própria”. Para dizê-lo brevemente, o Papa tinha a sensação de que, como ele mesmo disse no dia 29 de junho de 1972: “o fumo de Satanás entrou por alguma fenda no templo de Deus”.
O papa voltou a tratar do tema cinco meses mais tarde. E, longe de contentar-se com reafirmar a verdade sobre esse ponto, consagrou uma alocução inteira à presença ativa de Satanás na Igreja.
Logo de início, sublinhou a dimensão universal do tema: “Quais são hoje – perguntava – as necessidades mais importantes da Igreja?” A resposta foi clara: “Uma das maiores necessidades da Igreja é a de defender-se desse mal que designamos por demônio”. A seguir, recordou a doutrina da Igreja sobre a presença, no mundo, de “um ser vivente, espiritual, pervertido e perversor, realidade terrível, misteriosa e temível”.
Depois afirmou: “Separam-se do ensinamento da Bíblia e da Igreja aqueles que se negam a reconhecer a existência do demônio ou aqueles que o consideram um princípio autônomo que não tem, como todas as criaturas, a sua origem em Deus; e também aqueles que o explicam como uma pseudo-realidade, uma invenção do espírito para personificar as causas desconhecidas dos nossos males”.
“Nós sabemos – prosseguiu o papa – que este ser obscuro e perturbador existe verdadeiramente e atua sem descanso com uma astúcia traidora. É o inimigo oculto que semeia o erro e a desgraça na história da humanidade. É o sedutor pérfido e obstinado que sabe insinuar-se em nós através dos sentidos, da imaginação, da concupiscência, da lógica utópica, das relações sociais desordenadas, para introduzir nos nossos atos desvios muito nocivos que, no entanto, parecem corresponder às nossas estruturas físicas ou psíquicas ou às nossas aspirações profundas”.
O papa evocou também o papel de Satanás na vida de Cristo. Ao longo do seu ministério, Jesus qualificou três vezes o diabo como príncipe deste mundo (Jo 12, 31; 14, 30; 16,11), tão grande é o seu poder sobre os homens. São Paulo VI empenhou-se em apontar no seu pontificado os indícios reveladores da presença ativa do demônio no mundo.
Lição: que estas palavras nos ajudem a entender a situação do mundo que estamos vivendo. Continuaremos a falar sobre isso nas próximas homilias.