EVANGELHO – Mt 7, 6.12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida!
E são poucos os que o encontram!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Apesar de pequeno o Evangelho de hoje, traz três ensinamentos que poderíamos falar horas e horas a respeito deles: não atirar pérolas aos porcos, fazer aos outros o que queremos que façam a nós e a porta estreita. Vamos fazer só um breve comentário a respeito deles.
Com relação a não atirar pérolas aos porcos ou dar aos cães as coisas santas, há muitas interpretações, mas uma delas é a de não sermos ingênuos. Como Jesus está falando da caridade, algumas pessoas podem pensar que o cristão é uma pessoa ingênua, bobinha que vai ajudando todo mundo expondo-se a ser ridicularizado, maltratado etc. Quando, por exemplo, quiseram prender São Paulo sem julgá-lo, ele se insurgiu dizendo que era um cidadão romano e que não poderia ser preso ou maltratado sem ser julgado. Amar a Deus não significa ser tonto e deixar com que façam o que quiserem conosco. Nosso Senhor nos ensinou a sermos simples como as pombas, mas expertos, prudentes, como as serpentes.
Com relação a fazer aos outros o que queremos que façam a nós, é a síntese do mandamento do amor ao próximo. Como sabemos, todos os mandamentos se resumem em Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Uma ressalva é que devemos saber o que é amar a nós mesmos. Jesus em outra ocasião falará sobre isso. É uma questão importante pois tanto podemos exagerar no amor a nós mesmos como faltar o amor a nós mesmos.
Com relação à porta estreita, podem-se fazer várias considerações. Podemos pensar, em primeiro lugar que a porta estreita é a caridade exigente que Jesus esteve expondo neste capítulo de São Mateus. Sim, ela é exigente, porém este é o caminho que leva à salvação. Em segundo lugar, podemos pensar que a porta estreita é o cumprimento dos seus mandamentos, dos seus ensinamentos: sim, são exigentes, mas são eles que nos levam à salvação, à vida eterna. Pela condição da nossa alma ferida pelo pecado original, é muito mais fácil não lutar do que lutar. É muito mais fácil deixar-se levar por todas as paixões do que lutar contra elas.
Neste sentido, será que tenho seguido o meu caminho pela porta estreita? Ou será que estou desejando ter aqui na terra uma vida regalada e inconsequente? Jesus é muito claro em falar da salvação e da condenação, da verdade e da mentira, do bem e do mal e da luta que temos que travar dentro do nosso coração. Seria mais fácil não lutar e deixar-se dominar pelos apelos do mundo. Porém este caminho, largo e espaçoso, não leva à salvação. A salvação se alcança pela luta contra o mal, pela porta estreita.
Temos que estar em guarda contra o mal. Um recurso importante para isso é fazer diariamente um exame de consciência antes de deitar-se para ver como foram nossas atitudes naquele dia. E pedir a Deus que nesta hora sejamos muito sinceros para reconhecer nossos erros, mesmo que tenhamos que mudar de atitude.
Lição: Quantas coisas vamos aprendendo ao ler as palavras, os ensinamentos de Jesus. Nosso Senhor nos ensinou tudo o que precisamos para alcançarmos a vida eterna. Que amemos cada vez mais a leitura dos Evangelhos da Bíblia.