EVANGELHO – Lc 12, 1-7
Naquele tempo: Milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de escondido, que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados. Pois bem, meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a este temei. Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: No Evangelho de hoje podemos fazer vários comentários: sobre a multidão que seguia Jesus, sobre a censura de Cristo sobre a hipocrisia, a falsidade, dos fariseus, sobre não ter medo daqueles que matam o corpo e sim daqueles que matam a nossa alma e sobre o cuidado de Deus conosco que valemos muito mais do que os pardais.
Gostaria de falar hoje sobre o temor sobre aqueles que podem matar a nossa alma.
Quem são as pessoas que podem matar a nossa alma? São aquelas que nos induzem ao pecado.
Neste sentido, é interessante a história que aconteceu com São João Crisóstomo.
São João Crisóstomo (Antioquia, c. 347 — 14 de setembro de 407) foi um arcebispo de Constantinopla e um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo. É conhecido por suas poderosas homilias, por sua habilidade em oratória, por sua denúncia dos abusos cometidos por líderes políticos e eclesiásticos de sua época. O epíteto “Crisóstomo” significa “da boca de ouro” em língua grega e lhe foi dado por conta de sua lendária eloquência, sendo considerado o maior pregador cristão da história.
Sendo arcebispo de Constantinopla, começou a incomodar a imperatriz Eudóxia, denunciando seu comportamento. A certa altura, a imperatriz decidiu puni-lo e pediu conselho aos seus assessores sobre como fazer isto. Um deles sugeriu prendê-lo. Outro, sugeriu açoitá-lo. O terceiro, mais sábio, discordou dos dois primeiros dizendo que prendê-lo e açoitá-lo só o deixaria mais feliz ao sofrer por Cristo. E disse que a melhor punição a um santo é induzi-lo ao pecado, pois é a única realidade a que tem verdadeiro horror.
É interessante esta história: para um santo, o pior mal é pecar, cair em pecado. Desta forma, também será o pior mal, andar na companhia de pessoas que possam induzir-nos ao pecado. É o que Jesus diz hoje no Evangelho: temer as pessoas que possam matar a nossa alma.
Isto não significa que nos desintendamos destas pessoas. Queremos o seu bem, queremos que se convertam e se salvem. Vamos rezar por elas e, individualmente, podemos estar com elas quando estivermos mais fortes para lhes ajudarem a mudar de vida.
Será que eu tenho este temor? Será que eu tenho saído com pessoas que me induzem a pecar? Pessoas que me levam a exagerar na bebida, pessoas que me levam a usar droga, pessoas que me levam a fazer um plano indecente, pessoas que me levam a falar mal dos outros ou qualquer outro pecado?
São Paulo fala na Carta aos Hebreus no capítulo 6 que quando pecamos mortalmente voltamos a crucificar Jesus Cristo. Desta forma, devemos ter horror ao pecado e ficar longe de situações que nos levem a pecar gravemente contra Deus.
Lição: Que o Evangelho de hoje nos sirva para tirarmos o propósito de colocar todos os meios para não ofender gravemente a Deus, como o de não andar com pessoas que nos induzem ao pecado.