ALEGRIA: JESUS ESTÁ CHEGANDO

EVANGELHO – Mt 11, 2-11

Naquele tempo: João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, para lhe perguntarem: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?” Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim”! Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões, sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. É dele que está escrito: “Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti”. Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Aproximando-se o dia de Natal a Liturgia faz um convite à alegria! “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos” (Fl 4, 4-7), exorta S. Paulo.

O mundo vive carente da verdadeira alegria!

Os testos bíblicos do III Domingo do Advento são um convite muito forte à alegria porque o Messias tão esperado está chegando.

O profeta Isaías (Is 35, 1-6.10) nos faz reviver a espera que precedeu a primeira vinda de Cristo e as esperanças que a animaram. Isaías deseja despertar e fortalecer a esperança dos exilados. No período em que viveu o profeta Isaías, o povo judeu atravessava um dos piores períodos de sua história: Jerusalém e o Templo destruídos, o povo deportado na Babilônia.

Mesmo assim, o Profeta prevê a alegria dos tempos em que virá o Messias: fala do deserto que vai florir, da tristeza que vai dar lugar à alegria, Ele libertará os cegos, os coxos, os mudos de suas doenças…

No Evangelho (MT 11, 2-11) encontramos Jesus realizando o que Isaías profetizou.

João Batista está preso, por Herodes, por reprovar o seu comportamento. No cárcere envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem concreta: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar por outro?” (Mt 11, 3). Jesus responde-lhes apontando os sinais concretos de libertação, já anunciados por Isaías há muito tempo: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (Mt 11, 4-5).

Na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, o Papa Francisco nos lembra que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Os que se deixam salvar por Ele são libertos do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.”

A alegria do Advento e a de cada dia é porque Jesus está muito perto de nós. A alegria cristã não é uma atitude passageira de festas humanas, mas um estado permanente, de quem confia que a vida é uma caminhada ao encontro do Senhor que vem. A alegria é um dos sinais da presença de Deus no coração de uma pessoa.

Jesus, após a Ressurreição, aparecerá aos seus discípulos em diversas ocasiões. E o São João, no seu Evangelho, irá sublinhando repetidas vezes que os Apóstolos “se alegraram vendo o Senhor” (Jo 20, 20). Eles não esquecerão nunca esses encontros em que as suas almas experimentaram uma alegria indescritível.

Poderemos estar alegres se o Senhor estiver verdadeiramente presente na nossa vida, se não o tivermos perdido. Quando, para encontrar a felicidade, se experimentam outros caminhos fora daquele que leva a Deus, no fim só se acha infelicidade e tristeza. Fora de Deus não há alegria verdadeira. Não pode havê-la. Encontrar Cristo, ou tornar a encontrá-Lo, é fonte de uma alegria profunda e sempre nova.

A alegria do mundo procede de coisas exteriores: nasce quando olhamos para fora, quando desviamos o olhar do nosso interior, que produz solidão porque é olhar para o vazio. O cristão leva a alegria dentro de si, porque encontra a Deus na sua alma em graça. Esta é a fonte da sua alegria!

Não nos é difícil imaginar Nossa Senhora, nestes dias do Advento, radiante de alegria com o Filho de Deus no seu seio. A alegria do mundo é pobre e passageira. A alegria do cristão é profunda e capaz de subsistir no meio das dificuldades. É compatível com a dor, com a doença, com o fracasso e as contradições. “Eu vos darei uma alegria que ninguém vos poderá tirar” (Jo 16,22), prometeu o Senhor. Nada nem ninguém nos arrebatará essa paz gozosa, se não nos separarmos da sua fonte.

A nossa alegria deve ter um fundamento sólido. Não se pode apoiar exclusivamente em coisas passageiras: notícias agradáveis, saúde, tranquilidade, situação econômica desafogada, etc., coisas que em si são boas se não estiverem desligadas de Deus, mas que por si mesmas são insuficientes para nos proporcionarem a verdadeira alegria.

O Senhor pede que estejamos sempre alegres, pois não há tristeza que Ele não possa curar: “Não temas, mas apenas crê” (Lc 8,50), diz-nos o Senhor.

“Dentro de pouco, de muito pouco, Aquele que vem chegará e não tardará” (Hb 10,37), e com Ele chegarão a paz e a alegria; em Jesus encontraremos o sentido da nossa vida. Que a nossa alegria seja um testemunho muito forte de que Cristo já está no meio de nós.

ALEGRIA: JESUS ESTÁ CHEGANDO

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