VIGILÂNCIA: ESTARMOS VIGILANTES QUANDO DEUS NOS CHAMAR À SUA PRESENÇA

EVANGELHO – Lc 21, 34-36

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
hoje é o último dia do Tempo Comum. Amanhã começa o Tempo do Advento que é tempo de preparação para o Natal. Para o dia de hoje, gostaria de citar um autor espiritual, o Padre José Carlos Pereira, que faz uma homilia muito interessante para este dia. Vejamos.

* * *

A liturgia de toda essa última semana do tempo comum nos falou dos sinais que indicam o dia vindouro do Filho do homem, a chegada do Reino de Deus e o fim dos tempos de opressão e sofrimento. Hoje, os textos que temos não podiam ser diferentes. Porém, hoje, eles destacam o tema da vigilância, chamando a atenção para as coisas e situações que podem desviar nossa atenção e nos impedir de perceber os sinais do dia que se aproxima e da presença de Deus entre nós.

O Evangelho indica algumas dessas situações, ou comportamentos, que são obstáculos para perceber tais sinais, porque nos tornam insensíveis, diz Jesus. Dentre essas situações está a gula, a embriaguez e as preocupações da vida. Quando vivemos muito preocupados com os nossos afazeres, podemos nos esquecer de Deus. Quantas são as pessoas que dizem não ir à igreja ou não fazem obras de caridade porque “não têm tempo”. Estão muito ocupadas com as suas coisas pessoais e não conseguem ir além delas. Quem deixa que as preocupações da vida tomem conta de si, fica insensível e não percebe que os sinais de Deus estão por toda parte nos interpelando.

A mesma coisa acontece quando deixamos que os vícios e comportamentos inadequados tomem conta de nós. Eles não permitem que tenhamos sensibilidade para perceber tais sinais. Por essa razão, neste fim de ano litúrgico, quando nos preparamos para entrar num novo ano e num tempo novo da liturgia, a tônica recai sobre a vigilância e a observação, ou avaliação, para ver se não estamos tomados por algum desses sentimentos ou comportamentos. O remédio mais eficaz para a vigilância é a oração. Diz Jesus: “Ficai atentos e orai em todo momento, a fim de terdes força”. A oração nos fortalece e nos faz vigilantes. Ela prepara o nosso coração e a nossa vida e nos leva a perceber os sinais de Deus e a interpretá-los corretamente, como fez Daniel na primeira leitura.

Daniel ficou chocado, aterrorizado com os sinais que teve em sonho. E não era para menos, pois se tratava de sinais tenebrosos, assustadores. Mas como Daniel era um homem de oração e fidelidade a Deus, conseguiu entender o que os sinais estavam indicando. Os monstros eram os reinados que iriam se suceder um ao outro, todos muito fortes, porém com tempo determinado para reinar. O único reino que não teria fim era aquele comandado pelos santos, sob a proteção do ancião de muitos dias. Enfim, Daniel profetizou que os males deste mundo, por mais assustadores e monstruosos que possam parecer, têm um fim. Profetizou também que o Reino eterno pertence a Deus e aos seus santos, pertence àqueles que fazem a sua vontade e andam nos seus caminhos. Com esta interpretação, entendemos o que foi dito durante toda esta semana. Diante disso, estejamos preparados e atentos, pois um tempo novo está chegando. Abasteçamos nossas lâmpadas com o óleo da oração, da prática da justiça e do amor fraterno, para que vejamos o Reino de Deus acontecer.

Que entremos agora no tempo do advento, prontos para preparar os caminhos do Senhor. Ele já nos indicou o caminho a seguir e como devemos proceder. A nós, porém, cabe obedecer-lhe e escutar o que ele diz. Agora é hora de seguirmos os ensinamentos do Senhor, colocando em prática a sua Palavra, pois essa é a única condição para participarmos do banquete do seu Reino.

Lição: que a nossa atitude seja sempre de vigilância, pois cada dia pode ser o último, não apenas do tempo litúrgico, mas, principalmente, da nossa vida. Que Deus possa nos encontrar preparados para o seu encontro na hora que Ele nos chamar. Que Deus nos encontre em primeiro lugar em estado de graça e, em segundo lugar, muito parecidos com Ele, tendo lapidado muitos defeitos e conquistado muitas e muitas virtudes.

VIGILÂNCIA: ESTARMOS VIGILANTES QUANDO DEUS NOS CHAMAR À SUA PRESENÇA

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