EVANGELHO – Lc 1, 26-38
Naquele tempo: O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”! Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril,
porque para Deus nada é impossível”. Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”! E o anjo retirou-se.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: hoje comemoramos a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Como teve origem esta festa? Ela surgiu no ano 1571 quando os cristãos venceram os muçulmanos, graças a uma poderosa intervenção de Nossa Senhora, numa batalha naval que durou um dia perto da cidade de Lepanto, na Grécia.
Desde o ano 700, aproximadamente, os muçulmanos estavam tentando conquistar a Europa e o ocidente, a famosa guerra santa, e converter todas as pessoas ao islamismo. Anos antes da batalha de Lepanto, estavam se preparando para uma grande investida. O Papa da época, São Pio V, percebendo esta movimentação por parte dos muçulmanos, publicou um documento chamado Carta Breve Consueverunt, onde recomendava a todos os católicos rezarem o rosário para que Nossa Senhora interviesse nesse momento tão delicado para a cristandade. Enquanto isso, o Papa foi tentando reunir os católicos para formarem uma esquadra em defesa da fé.
Dois anos depois, a sete de outubro de 1571, a frota católica, composta de aproximadamente 200 embarcações, encontrou a poderosa esquadra otomana no golfo de Lepanto com uma frota adversária ligeiramente superior. E apesar da superioridade numérica, os cristãos saíram triunfantes, afastando definitivamente o risco da conquista do ocidente. Antes de travar-se o combate, todos os soldados e marinheiros católicos se confessaram e rezaram o rosário com grande devoção.
A Virgem Santíssima, – segundo testemunho dado pelos próprios muçulmanos – apareceu durante a batalha, infundindo-lhes grande terror.
No final da luta, Nossa Senhora apareceu ao papa Pio V, que estava em Roma, para lhe comunicar a boa notícia. Com grande alegria o papa instituiu neste dia a festa de Nossa Senhora do Rosário, com a certeza de que foi através desta oração recitada por tantos fiéis ao longo de dois anos que propiciou a vitória nesta batalha tão decisiva para a cristandade. A partir desta data o rosário passará a ser conhecido como “arma poderosa”, a arma por excelência dos católicos para vencerem todos os inimigos.
Vejam as promessas que Nossa Senhora fez a São Domingos de Gusmão para quem rezar o terço:
1. Prometo minha proteção e as maiores graças aos que rezarem o terço.
2. Aqueles que o rezarem com muita fé ao longo da vida, na hora de sua morte encontrarão a luz de Deus e a plenitude da sua graça.
3. Obterão tudo o que pedirem mediante esta oração.
4. Os que propagarem esta devoção serão assistidos por mim em suas necessidades.
5. Os que acudirem a mim ao rezá-lo, terão como intercessora toda a corte celeste durante a vida e na hora da morte.
6. As crianças devotas do terço merecerão um alto grau de glória no céu.
Sendo o terço esta devoção tão especial, compreende-se que os papas e os santos tenham escrito palavras maravilhosas sobre ele. Vejam apenas algumas delas:
Se quiserdes que a paz reine em vossas famílias e em vossa pátria, rezai todos os dias o terço em família (Pio X).
A família que reza unida, permanece unida. O terço, por antiga tradição, presta-se de modo particular a ser uma oração onde a família se reúne (…) Muitos problemas das famílias contemporâneas decorrem do fato de ser cada vez mais difícil estarem juntos e os raros momentos para isso acabam sendo absorvidos, infelizmente, pelas imagens duma televisão (…) A família que reza unida o terço, reproduz em certa medida o clima da casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilham-se com Ele e com Nossa Senhora as alegrias e os sofrimentos, colocam-se nas suas mãos as necessidades e os sonhos, e deles se recebe a esperança e a força para o caminho (João Paulo II, Rosarium Virginis Mariae, n. 41).
O Padre Pio rezava no mínimo 30 terços por dia. Numa ocasião perguntaram para ele porque rezava tanto esta oração. Ele respondeu: porque Nossa Senhora nunca deixou de me atender um pedido que fiz através do terço.
Lição: Fazer o propósito de rezar o terço diariamente e, se possível, com toda a família.
