SIMPLICIDADE: E O NATAL, PASTORES

EVANGELHO – Lc 1, 39-45

Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu”.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Seguindo a adaptação da Novena de Natal do Padre Faus, hoje gostaria de falar sobre a simplicidade dos pastores de Belém.

* * *

Hoje vamos achar um bom tema de meditação olhando para os pastores, aqueles pastores que cuidavam dos rebanhos nos arredores de Belém, na noite em que Jesus nasceu. As suas figuras estão em todos os presépios, e são dignas de ser contempladas, porque eles foram os primeiros a adorar o Deus Menino na noite de Natal.

Podemos perguntar-nos: por que foram os primeiros em adorar o Menino-Jesus? Por que não foram os primeiros os grandes da terra, as pessoas mais famosas, os reis, os imperadores que viviam naquela época? Por uma razão muito simples: são os simples que melhor acolhem a Deus.

Como é bom lembrar que Jesus disse, certa vez: Eu te dou graças, ó Pai, porque revelaste estas coisas – as grandezas do amor de Deus e da nossa Redenção – aos pequeninos, aos simples, escondendo-as aos doutores.

Os pastores, depois de receberem o anúncio do Natal, “Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova, que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Achareis um recém-nascido envolto em panos e posto numa manjedoura”, foram correndo ver o recém-nascido: “Vamos até Belém, e vejamos o que se realizou e que o Senhor nos manifestou” – diziam. Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o Menino deitado na manjedoura. Depois o adoraram, ofereceram-lhe o que tinham – pão, queijo, leite, um cordeirinho novo –, e voltaram glorificando e louvando a Deus, por tudo o que tinham ouvido e visto.

O fato de acreditarem na revelação do Anjo e de irem à toda pressa para verem o Menino-Jesus, mostra a simplicidade de alma dos pastores. Se os pastores fossem orgulhosos, soberbos, reagiriam de outra forma.

Para entender isto, basta pensarmos na reação de um grande da terra naquela época: o rei Herodes. Assim que ficou sabendo do nascimento de Jesus, não só não foi visitá-lo como tomou providências para matar aquele recém-nascido que poderia ameaçar o seu trono. Que contraste tão grande entre os simples e os poderosos!

Só isso já nos faz pensar. Será que eu sou uma pessoa simples? Quais são as características dos simples de coração? Vamos olhar para aqueles pastores, que causam tanta simpatia, para descobrirmos essas características.

As pessoas simples:
– não dão muita importância a si mesmas;
– não se julgam os senhores da terra;
– se sujeitam a fazer trabalhos simples, como cuidar de ovelhas;
– logo acreditam;
– por não darem grande importância a si mesmas, não ficam arranjando desculpas de que estão sem tempo para Deus; foram na mesma hora, correndo, visitar o Salvador;
– logo acolhem a verdade em vez de ficar criticando: será que os Anjos estão falando a verdade? Será possível que um Salvador nasça num estábulo? Será possível que Deus exista? Etc., etc.

De fato, Cristo não terá espaço para nascer no coração da pessoa empertigada que, como costumamos dizer, “tem o rei na barriga”. Essa pessoa:
– não vai se dar ao trabalho de gastar tempo preparando-se para o Natal;
– dirá que tem coisas muito importantes para fazer e não terá tempo para isso;
– nem sequer coloca Deus em primeiro lugar em sua vida, pois julga poder viver muito bem sem Deus;
– nem cogitará fazer uma boa confissão para se preparar para o Natal, pois acha que não precisa, não tem muitos pecados;
– acha que fazer um presépio para se preparar para o Natal é coisa de criança etc.
Como Jesus diz no sermão das bem-aventuranças, o Reino dos Céus pertence ao simples: “bem-aventurados os pobres em espírito (os simples), porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus, 5, 3).

Para nos prepararmos bem para este Natal, peçamos a Deus a virtude da simplicidade. Peçamos a Deus que:
– deixemos de lado toda a soberba e toda a vaidade;
– deixemos de lado toda a postura de autossuficiência;
– saibamos reconhecer que devemos tudo, absolutamente tudo, a Deus: a vida, o respirar, a saúde, o ter acordado hoje, a inteligência, os talentos, os dons recebidos etc;
– peçamos a Deus que nos ajude a viver o seu primeiro mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas;
– que tenhamos tempo para Ele como prioridade sobre todas as outras coisas;
– que saibamos viver “todos os seus mandamentos” e, concretamente, o de ir à missa “todo domingo”; os simples entendem perfeitamente este mandamento e os outros também.

Não há dúvida de que são os simples os que mais desfrutam a festa do Natal. Os simples terão um verdadeiro encontro com Deus, e cada Natal representará um marco na sua vida. Que a simplicidade reine cada vez mais em nossos corações.

Que Deus nos livre do mal do orgulho, que fecha o coração, impede a alegria e estraga o amor.

SIMPLICIDADE: E O NATAL, PASTORES

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