SÃO TOMÁS DE AQUINO: BREVE RELATO DA SUA VIDA

EVANGELHO – Mc 4, 35-41

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem! “Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Gostaria de falar hoje sobre o santo que estamos comemorando: São Tomás de Aquino. São Tomás é um dos maiores teólogos de toda a história do cristianismo. Suas obras são impressionantes e marcaram toda a teologia.

Ele nasceu no castelo de Roccasecca, em Aquino, no reino da Sicília, no sul da Itália, no ano de 1225. Sua família era de origem nobre e se destacou servindo ao imperador da Alemanha, Frederico II.

Dos 5 aos 10 anos, fez seu curso primário com os monges da vizinha cidade de Monte Cassino. Nessa época, dava mostras de uma inteligência fora do comum.

Em 1239, foi obrigado a voltar ao convívio da família quando os monges foram expulsos pelo imperador. Depois, foi enviado para a Universidade de Nápoles, onde estudou as artes liberais.

Apesar de que seus pais esperavam que ele continuasse a tradição da família e se tornasse um valioso chefe militar ou um hábil estadista, com 15 anos, São Tomás decidiu entrar para um convento. Bateu às portas da Ordem dos Dominicanos. Considerado muito novo e imaturo, implorou, suplicou e argumentou com tamanha convicção que acabou sendo acolhido pela ordem.

Ao saber da decisão de São Tomás de entrar para a Ordem dos Dominicanos, seu pai mandou seus fieis servidores trazê-lo de volta a Roccasecca. Sabendo do plano, o superior do convento enviou São Tomás para Paris, mas o jovem foi alcançado pelos emissários do pai, que o mantiveram como prisioneiro no seu castelo.

No ano seguinte fugiu novamente e voltou ao convento de Nápoles. Aos 17 anos, fez os votos religiosos e se tornou frei Tomás.

Em 1245, resolveu ingressar na Universidade de Paris, um dos grandes centros de estudos teológicos da Idade Média. Depois de quatro anos, com apenas 20 anos, tornou-se professor.

Depois de sete anos lecionando e estudando em Paris, começou a elaborar uma linha de pensamento que seria conhecida mais tarde como “tomismo”. Nela ele unia a razão, a filosofia, baseada em Aristóteles, com a Teologia. Chestherton, um dos grandes pensadores ingleses dizia que São Tomás de Aquino colocou a razão no seu devido lugar, assim como São Francisco de Assis colocou a Natureza no seu devido lugar. Até São Francisco de Assis, os católicos não sabiam muito bem qual era o papel da Natureza e qual a sua importância na ordem da salvação. Tudo ficará claro com os ensinamentos de São Francisco de Assis. Até São Tomás de Aquino também os católicos não sabiam se a razão, a filosofia, ajudava ou atrapalhava. E São Tomás colocou a razão no seu lugar, em harmonia com a teologia.

Os estudos de São Tomás o tornaram célebre mesmo em vida. Em 1261, quando o papa Ubaldo IV instituiu a cátedra de Teologia na Escola Superior da Cúria Pontifícia no Vaticano, confiou-a ao frei Tomás de Aquino.

Onze anos mais tarde ele foi convidado para reorganizar a Universidade de Nápoles. Nessa época, o papa Clemente IV propôs sua nomeação para arcebispo de Nápoles, mas o convite foi negado, ele preferiu continuar como frei dominicano e dedicar-se a seus estudos. Em 1274, em viagem para participar do II Concílio de Lyon, na França, São Tomás adoeceu gravemente. Sabendo que não conseguiria curar-se nem chegar ao seu destino, ele pediu para ser recolhido a um Mosteiro de Fossanova, cidadezinha próxima ao lugar onde nascera.

Tomás de Aquino faleceu em Fossanova, na Itália, no dia 7 de março de 1274. Foi canonizado no dia 18 de julho de 1323, pelo papa João XXII. Foi reconhecido como doutor da Igreja em 1567. É festejado no dia 28 de janeiro, data em que suas relíquias foram transladadas para Toulouse.

Sua principal obra é conhecida como Suma Teológica onde justamente faz um compêndio de toda a teologia da época harmonizando-a com a filosofia. É uma obra de um gênio de ficar boquiaberto. Vale a pena conhecê-la, nem que seja superficialmente. Até hoje há explicações da teologia e até da filosofia que não foram superadas por ninguém.

É bonito que antes de morrer, sendo ao mesmo tempo uma pessoa muito santa, teve uma visão de Deus que o fez querer queimar toda a sua obra vendo que o que escreveu é nada comparado com o que viu.

Lição: Conhecer melhor a sua vida e os seus escritos para vermos o tesouro que temos na nossa Igreja.

SÃO TOMÁS DE AQUINO: BREVE RELATO DA SUA VIDA

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