SANTA TERESA DE JESUS: SUA VIDA

EVANGELHO – Lc 11, 37-41

Naquele tempo, enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. O Senhor disse ao fariseu: “Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
quem soube limpar muito bem o seu interior foi Santa Teresa de Jesus, a santa que comemoramos hoje. Santa Teresa de Jesus ou Santa Teresa de Ávila foi uma santa de grande envergadura. Dotada de uma profunda sabedoria e sensatez, escreveu livros maravilhosos. Vamos conhecer um pouco a sua vida.

Nasceu na cidade de Ávila, na Espanha, no ano de 1515. Filha de Alonso Sanches de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Dotada de uma grande inteligência e um espírito vivaz, teve educação esmerada e muito cuidada pelos pais. Gostava de ler histórias de santos e, quando, aos sete anos, descobriu que o Céu era para sempre e que lá nós encontraríamos toda a felicidade, teve um arrebato e decidiu fugir de casa com seu irmão Rodrigo para ser mártir lutando contra os mouros e no caminho ia dizendo pelo caminho: para sempre, para sempre. Só chegou às aforas da cidade, pois logo seu tio, voltando para a cidade, encontrou os dois e os resgatou.

Sua mãe faleceu quando Tereza tinha 14 anos. Sua morte provocou-lhe uma tremenda tristeza que estimulou-a abraçar a devoção a Nossa Senhora como sua mãe espiritual. Porém, ela adquiriu também um interesse exagerado na leitura de ficções populares, principalmente novelas de cavalaria, e um renovado interesse em sua própria aparência. Na mesma época, foi enviada como interna para uma escola de freiras agostinianas em Ávila, o Convento de Nossa Senhora da Graça.

Pouco depois, piorou de uma enfermidade que começou a molestá-la antes de professar seus votos e seu pai a retirou do convento. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente malária, se agravou. Teresa conseguiu suportar o sofrimento, graças a um livro devocional que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro, “O Terceiro Alfabeto Espiritual”, do Padre Francisco de Osuna. Finalmente, após três anos, ela recuperou a saúde e retornou diretamente para tomar o hábito no Carmelo.

De carácter alegre, amante da música, da poesia, da leitura e da escrita, vai tecer uma densa rede de amizades, polarizando em torno de si várias pessoas desejosas de a conhecer. E sem abandonar totalmente o galanteio do mundo, os elogios dos nobres que frequentemente iam conversar com ela através do locutório, Teresa não progredirá espiritualmente até o dia da sua conversão, vinte anos depois de ingressar no convento. E isso aconteceu ao ver cruzar com uma imagem de Cristo muito chagado. Nesta hora ela se deu conta de todos os seus pecados e converteu-se profundamente. A partir daí começará a progredir tanto espiritualmente que tornará uma das maiores místicas da Igreja, com inúmeros êxtases e arroubamentos.

Em 1571 experimentou um fenômeno místico que é conhecido como transverberação. Ela descreve como foi: “Um dia apareceu-me um anjo, lindo para além da medida. Vi na sua mão uma longa lança, em cuja ponta parecia haver uma ponta de fogo. Pareceu atingir-me várias vezes no meu coração, o suficiente para penetrar dentro de mim. A dor era tão real que gemi alto várias vezes, mas era tão doce que não me podia querer livrar dela. Nenhuma alegria terrena pode proporcionar tal satisfação. Quando o anjo tirou a sua lança, fiquei com um grande amor por Deus”. Bernini, um artista famoso italiano, fez uma estátua com esta cena e está na igreja de Santa Maria da Vitória em Roma.

Vendo a necessidade de reformar a ordem dos carmelitas para voltar à primitiva regra, fundou a ordem dos carmelitas descalços, fundando a partir daí inúmeros conventos.

Ela morreu em 1582. Suas últimas palavras foram: “Meu Senhor, é hora de seguir adiante. Pois bem, que seja feita Tua vontade. Ó meu Senhor e meu Esposo, a hora que tanto esperei chegou. É hora de nos encontrarmos!”.

Em 1622, quarenta anos depois de sua morte, Teresa foi canonizada pelo papa Gregório XV. O papa Paulo VI, em 1970, deu-lhe o título de doutora da Igreja, título que foi dado até hoje a apenas quatro mulheres santas: ela, Santa Teresinha, Santa Catarina de Sena e Santa Hildegarda de Bingen.

Famosas frases de Santa Teresa de Jesus:

“Quem a Deus tem, nada lhe falta, só Deus basta”
“Na vida nada acontece. E se acontece, que importa. E se importa, o que acontece?”.
“Quem faz quinze minutos de oração, salva-se. Quem não faz, nem precisa de demônio para o tentar”.
“Se não dermos ouvidos ao Senhor, quando Ele nos chama, pode acontecer que não consigamos encontrá-Lo quando o quisermos.”
Conta-se que Santa Teresa apareceu a uma freira depois da sua morte. Conversando, esta freira perguntou a Santa Teresa: “Você voltaria à terra por algum motivo”? Santa Teresa pensou e respondeu: “Por um único motivo: sofrer mais para ganhar um Céu maior”.
O amor a Deus que lhe vinha quando sofria lhe fez dizer esta frase: “Se não é para padecer, prefiro morrer”.

Lição
: procuremos ler os preciosos escritos de Santa Teresa como “Castelo interior e moradas” e o “Livro da vida”, onde ela conta a sua vida. Uma excelente biografia sobre ela é “Teresa de Ávila” de Marcelle Auclair, publicada pela editora Quadrante.

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