SANTA MÔNICA: MODELO DE MÃE CRISTÃ

EVANGELHO – Mt 23, 23-26

Naquele tempo, disse Jesus: “Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixais de lado
os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo. Guias cegos! Vós filtrais o mosquito, mas engolis o camelo. Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós limpais o copo e o prato por fora, mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
hoje e amanhã nós comemoramos dois grandes santos. Hoje, Santa Mônica, que foi a mãe de Santo Agostinho e amanhã, o próprio Santo Agostinho.

Quantas vezes rezamos pedindo uma graça a Deus e, não recebendo resposta rapidamente, pensamos: “Deus não me ouve”? A vida dos santos ilumina diversas áreas da nossa existência, e Santa Mônica nos ensina especialmente sobre a importância da fé e da oração perseverante, mostrando que Deus sabe o momento certo para conceder suas graças e que nunca abandona seus filhos.

Santa Mônica dedicou muitos anos de sua vida à oração, não só pela conversão de seu filho, que se tornou um dos maiores santos da Igreja, Santo Agostinho, mas também pela salvação de seu marido que era pagão. Sua história é um testemunho do poder da oração persistente e da confiança em Deus.

Quem foi Santa Mônica? Santa Mônica nasceu em 331, em Tagaste, norte da África, na atual Argélia, em uma família muito rica. Desde pequena, ela foi criada em um lar cristão e demonstrava uma profunda devoção a Deus. A fé de Mônica foi cultivada pela sua família, que a educou nos princípios cristãos. Sua infância foi marcada pela oração fervorosa, pela participação nos sacramentos, pelo serviço à comunidade e pela prática das virtudes. Tudo isso preparou o seu coração para os desafios futuros. O ambiente familiar foi uma escola de santidade, onde Mônica aprendeu a confiar em Deus em todas as situações.

Santa Mônica, conhecida por sua paciência e fé inabalável, casou-se com Patrício, um homem pagão de temperamento difícil e caráter volátil. Patrício era ambicioso e frequentemente infiel, mas Mônica enfrentou esses desafios com doçura, benevolência e uma habilidade impressionante para o diálogo nos momentos oportunos. Através de seu método de espera, paciência e oração, Mônica conseguiu suavizar as rudezas de seu marido, levando-o a abraçar a fé cristã pouco antes de sua morte.

Santo Agostinho conta no seu famoso livro “As Confissões” que Santa Mônica não procurava conversar com o marido ou retrucar o que ele dizia enquanto estava irado, isso fez até que algumas senhoras casadas viessem ter com ela e perguntar como nunca tinha apanhado do marido, e ela explicava como se comportava e assim as outras adotavam tais medidas com seus maridos também ríspidos. Ela esperava sempre a misericórdia de Deus sobre o esposo e agia também com misericórdia, não queria apenas que ele se convertesse para o bem dela, mas para a salvação da própria alma.

Aos 22 anos, Mônica deu à luz seu primogênito, Agostinho, seguido por outro filho, Navígio, e uma filha, cujo nome permanece desconhecido. Ela educou seus filhos com base nos princípios cristãos, dedicando-se a eles com amor incomensurável. Aos 39 anos ficou viúva e, como chefe da família, administrou os bens e cuidou com zelo da educação e formação espiritual de seus filhos.

O filho que mais lhe causou preocupações foi Agostinho. De coração inquieto e ambicioso, ele se afastou da fé católica, buscando a verdade em diversas filosofias. Mônica jamais desistiu de rezar por ele, acompanhando-o em diversas fases, seu carinho materno e suas constantes orações desempenharam um papel crucial na conversão do filho.

Santa Mônica faleceu em 387, pouco depois da conversão de Agostinho, em Óstia, Itália. Em seus últimos momentos, ela expressou uma profunda paz e alegria, afirmando que sua missão na terra estava cumprida ao ver seu filho se tornar cristão.

“Filho, quanto a mim, já nada me atrai nesta vida. Não sei o que faço ainda aqui, nem porque ainda estou aqui, se já se desvaneceram para mim todas as esperanças do mundo. Uma só coisa me fazia desejar viver um pouco mais, e era ver-te católico antes de morrer. Deus me concedeu esta graça superabundantemente, pois te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo. […] (p.377)

A conversão de Santo Agostinho é um testemunho poderoso da fé e da perseverança de sua mãe, Santa Mônica. Durante anos, Agostinho se afastou da fé cristã, buscando satisfação em filosofias mundanas e prazeres terrenos, o que causou grande sofrimento a sua mãe.

Quando Agostinho se desviou da fé e dos bons costumes, suas orações e lágrimas pareciam não ter fim.

Quando Mônica, incessante em suas orações e sacrifícios, buscou consolo em Santo Ambrósio, ele lhe assegurou ser impossível um filho de tantas lágrimas se perder. Esta profecia renovou sua esperança e, de fato, Santo Agostinho se converteu. Seu filho reconheceu o papel crucial de sua mãe em sua conversão, descrevendo-a como um instrumento divino em suas Confissões.

Santa Mônica foi canonizada em 13 de maio de 1430 pelo Papa Martinho V. Santa Mônica é amplamente reconhecida como a padroeira das mães cristãs, principalmente por sua inabalável perseverança na oração pela conversão de Santo Agostinho. O exemplo de Santa Mônica é um poderoso testemunho de esperança e perseverança para todas as mães que enfrentam desafios espirituais em suas famílias. Ela nos ensina que, através da fé e da oração constante, é possível alcançar a graça divina. Sua história inspiradora nos lembra que Deus ouve as nossas orações sinceras. Sua vida de oração, paciência e fé inabalável continua a inspirar milhões de fiéis ao redor do mundo. Igrejas e capelas dedicadas a ela são encontradas em muitos países, onde os devotos pedem sua intercessão especialmente nas questões familiares.

SANTA MÔNICA: MODELO DE MÃE CRISTÃ

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