EVANGELHO – Lc 10, 13-16
Naquele tempo, disse Jesus: Ai de ti, Corazim! Aí de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas.
Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. Ai de ti, Cafarnaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno.
Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos rejeita, a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Jesus, no Evangelho de hoje censura algumas cidades que estavam imersas no pecado. E Jesus fala claramente no inferno: “tu serás atirada no inferno”. O inferno é uma verdade afirmada por Cristo inúmeras vezes ao longo da vida pública. Ele nos fala desta realidade, não para nos assustar, mas, como Pai que se preocupa com os seus filhos, para que vivamos de uma maneira que estejamos bem longe de um dia parar neste lugar.
Vamos dar continuidade à série sobre a salvação citando agora algumas partes do livro “A preparação para a morte” de Santo Afonso Maria de Ligório. Através das suas palavras, vai nos deixar muito claro, claríssimo, como a principal preocupação da nossa vida deve ser a preocupação com a salvação.
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Quantos conselhos, quantas precauções pelas coisas deste mundo! Não se come, não se dorme!… E para alcançar a salvação eterna? O que se faz? Que providência se toma?… Nada se costuma fazer; ao contrário, tudo o que se faz é para perdê-la, e a maior parte dos cristãos vive como se a morte, o juízo, o inferno, a glória e a eternidade não fossem verdades da fé, mas apenas fábulas inventadas pelos poetas.
Quanta aflição quando se perde um processo ou uma colheita e quanto cuidado para reparar o prejuízo!… Quando se extravia um cavalo ou um cão, quantas diligências se tomam para encontrá-los. Muitos perdem a graça de Deus e, no entanto, dormem tranquilamente, riem e dão gargalhadas!… Que coisa estranha, não é verdade! Não há quem não se envergonhe de ser tido por ignorante nos negócios do mundo e, por outro lado, ninguém se envergonha de ser ignorante no grande negócio da alma que é a salvação, que é infinitamente mais importante.
Enquanto os santos são verdadeiros sábios por preocupar-se acima de tudo com a salvação, a maior parte das pessoas nem sequer se importam com sua alma. Disse São Paulo: vós, meus irmãos, pensai unicamente no grande assunto da vossa salvação, pois se trata de algo da mais alta importância.
Persuadamo-nos, pois, de que a felicidade eterna é para nós o negócio mais importante, o negócio único, o negócio irreparável, caso fracassemos.
É sem sombra de dúvida o negócio mais importante porque dele decorrem as mais graves consequências em vista de se tratar da alma pois, se a perdemos, tudo está perdido. Devemos estimar a alma — disse São João Crisóstomo — como o mais precioso dos bens. Para compreender esta verdade, basta considerar que Deus entregou seu próprio Filho à morte para salvar nossas almas (Jo 3,16). Jesus Cristo não vacilou em resgatá-las com seu próprio sangue (1Cor 6,20). De maneira que — disse um santo, — parece que o homem vale tanto como Deus.
Daí esta palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Que dará o homem em troca da sua alma”? (Mt 16,26). Se a alma tem tamanho valor, qual o bem do mundo que poderá ser dado em troca no seu lugar? Razão tinha São Filipe Néri em chamar de louco ao homem que não trabalhava na salvação da sua alma. Se houvesse na terra homens mortais e homens imortais e estes vissem aqueles buscando afanosamente às coisas deste mundo, honras, riquezas e prazeres terrenos, dir-lhes-iam sem nenhuma dúvida: “Quanto sois insensatos! Podeis adquirir bens eternos e só pensais nas coisas fúteis e passageiras, condenando-vos a penas eternas na outra vida! (…) Como se explica — disse Salviano — que os cristãos creiam no juízo, no inferno, na eternidade, e vivam sem receio de nenhuma dessas coisas?
Lição: gravemos as palavras de São Felipe Neri: somos loucos se não trabalhemos na salvação da nossa alma. Que a salvação da nossa alma seja a principal preocupação de cada dia da nossa vida.
