PURGATÓRIO: O QUE É (1)

EVANGELHO – Jo 6, 44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas:
“Todos serão discípulos de Deus”. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus, no Evangelho de hoje reafirma o que está dizendo que será o nosso alimento espiritual por excelência aqui na terra, o alimento que nos levará para a vida eterna, para o Céu: Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

Gostaria de começar hoje uma nova série completando às séries sobre o Inferno e o Céu. Esta série será sobre o Purgatório. Falando depois da morte, do Juízo Particular e do Juízo Universal, fecharemos o que a Igreja dá o nome de Novíssimos, isto é, as últimas coisas que nos irão acontecer ao passar desta vida para a outra.

Apesar de que a palavra Purgatório não exista na Bíblia, a Igreja nos ensina que os que morrem merecendo o Céu, mas ainda não se purificaram totalmente dos seus pecados, devem passar por um processo de purificação. O próprio nome Purgatório vem daí: lugar de purgar, de purificar.

Diz o Catecismo da Igreja Católica, onde estão todas as principais verdades da nossa fé:

1030. Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença e de Trento. A Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador:

«Pelo que diz respeito a certas faltas leves, deve crer-se que existe, antes do julgamento, um fogo purificador, conforme afirma Aquele que é a verdade, quando diz que, se alguém proferir uma blasfêmia contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro (Mt 12, 32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo e outras no mundo que há-de vir».

A existência do Purgatório é uma verdade de fé, isto é, é um dogma da Igreja.

Outros apoios da Igreja para afirmar esta verdade:

2 Macabeus 12:39-45:
Este texto relata Judas Macabeu organizando um sacrifício pelos soldados mortos em combate que carregavam amuletos idolátricos. O autor sagrado afirma que isso foi feito “para que (após a morte) fossem absolvidos do pecado” (v. 45). Ou seja, eles rezaram para que aqueles soldados, já mortos, fossem purificados dos seus pecados. Rezar por um falecido pressupõe que ele merece o Céu, mas ainda não o alcançou por ter que purificar-se dos seus pecados. É por isso que existe hoje esta prática de rezar pela alma dos falecidos. Se eles já estivessem no Céu ou no Inferno, não teria sentido rezar para eles, pois estes lugares são definitivos.

2. Santos Padres e a Tradição

São Gregório Magno (século VI)
– No livro Diálogos (Livro IV), São Gregório relata visões de almas em purificação e afirma: “As almas que partiram com pecados leves são purificadas após a morte pelo fogo do Purgatório, e as orações dos vivos, as missas e esmolas ajudam a abreviar seu sofrimento.”

Lição: estudando o Purgatório, fica claro que só entraremos no Céu quando formos santos, com o amor puro, sem nenhuma má inclinação no coração. Deus é santíssimo e quer que todos nós estejamos junto dele na pureza completa da nossa alma. De uma maneira simpática, costumo dizer que, de fato, nenhuma pessoa com uma má inclinação no coração pode entrar no Céu. Imaginem, por exemplo, uma pessoa chata entrando no Céu. Acabou o Céu!!! O Céu era maravilhoso até o dia que entrou esta pessoa chata. Agora o Céu virou um Inferno. Assim, a busca pela santidade é necessária, não é uma opção.

PURGATÓRIO: O QUE É (1)

You may also like

VIRTUDES HUMANAS (28): CONSTÂNCIA (3)
EVANGELHO - Jo 6, 52-59 Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, ...
DOUTRINA CATÓLICA (35): MANDAMENTOS (9)
EVANGELHO - Jo 6, 35-40 Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Eu sou ...
MARCELO CÂMARA: EXEMPLO DE UMA VIDA SANTA (8)
EVANGELHO - Jo 6, 22-29 Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, ...
SANTO AGOSTINHO: SIGNIFICADO DO 153
EVANGELHO - Jo 21, 1-14 Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos ...
VIRTUDES HUMANAS (27): CONSTÂNCIA (2)
EVANGELHO - Jo 6, 1-15 Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do ...
DOUTRINA CATÓLICA (34): MANDAMENTOS (8)
EVANGELHO - Jo 3, 16-21 Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho ...
ESPERANÇA (8): EXEMPLOS NA BÍBLIA (2)
EVANGELHO - Jo 3, 7b-15 Naquele tempo disse Jesus a Nicodemos: Vós ...
ESPERANÇA (7): EXEMPLOS NA BÍBLIA (1)
EVANGELHO - Jo 3, 1-8 Havia um chefe judaico, membro do grupo dos ...
ESPERANÇA (6): PROMESSAS DIVINAS DO NOSSO CUIDADO
EVANGELHO - Jo 21, 1-14 Naquele tempo: Jesus apareceu de novo aos ...
Page 1 of 24
Rolar para o topo