EVANGELHO – Jo 14, 21-26
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Judas – não o Iscariotes – faz uma pergunta interessante a Jesus: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” Judas quer saber porque Jesus não está se manifestando ao mundo e só a um grupo de pessoas na Palestina. E Jesus dá uma resposta surpreendente: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”.
O que Jesus quis dizer com isso? De fato, naquele momento, Jesus estava focado em primeiro lugar nos 12 apóstolos e, em segundo lugar, nos demais judeus. Mas o plano de Deus é, depois que subir aos Céus, manifestar-se a todos os homens da terra por meio do batismo, onde recebemos a graça que apaga o pecado original e Deus passa a fazer morada dentro da alma. E Deus, morando dentro de nós, estará continuamente se manifestando. Esse é, então, o plano de Deus: chegar a todos os homens através do batismo.
Dando continuidade à nossa série sobre o Purgatório, eu gostaria agora de falar das consequências da sua realidade.
Uma primeira consequência, sabendo do sofrimento tão grande que padecem as almas do Purgatório, é rezar por elas.
A Igreja nos ensina que as almas do Purgatório não podem fazer nada para diminuir seus sofrimentos. No entanto, nós podemos ajudá-las através das nossas orações e das nossas penitências e podemos, inclusive, tirar uma alma que está lá para entrar no Céu.
Que orações podemos fazer por elas? Qualquer oração. Que penitência? Qualquer penitência. Quanto mais, melhor. A oração mais poderosa para diminuir o sofrimento das almas do Purgatório e para, inclusive, tirá-la de lá, é a Santa Missa.
Quando os cristãos perceberam que a Santa Missa é uma oração poderosa para aliviar o sofrimento das almas do Purgatório? Isto aconteceu a partir de São Gregório Magno devido a dois fatos que ocorrem com ele.
São Gregório relata o primeiro fato no seu livro “Diálogos” (Livro IV), escrito por volta de 593 d.C. Havia um monge chamado Justus que faleceu e numa ocasião apareceu ao santo sofrendo no Purgatório por ter escondido três moedas de ouro, violando o voto de pobreza. São Gregório ordenou que missas fossem celebradas por 30 dias consecutivos pela alma do monge. No trigésimo dia, Justus apareceu a outro irmão dizendo que já não estava mais no Purgatório e havia ido ao Céu.
O segundo fato ocorrido com São Gregório foi que um dia, celebrando a Missa, ao elevar a hóstia após a consagração e ficou com ela no alto por muito tempo. Ao terminar a Missa, seus ajudantes perguntaram porque havia ficado tanto tempo com a hóstia elevada nas suas mãos e ele lhes respondeu: “é que vi que enquanto oferecia a Santa Hóstia a Deus, as benditas almas do purgatório eram aliviadas nos seus sofrimentos”.
A partir destes dois relatos, começou-se o costume de pedir Missas pela alma de algum falecido. E, muitos até, pedem 30 missas como fez São Gregório. Por isso estas missas são conhecidas hoje como “Missas Gregorianas” que são 30 missas seguidas pedindo pela alma de um defunto.
Lição: muitas pessoas deixam de rezar pela alma de um parente falecido logo depois que ele morre. Seria bom que não deixássemos de rezar pois, como vimos, os sofrimentos no Purgatório são muito grandes e as almas podem ficar lá muitos e muitos anos. Pensemos nisso!
