EVANGELHO – Mc 16, 9-15
Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar. Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: No Evangelho de hoje Jesus censura aqueles que não quiseram acreditar que Ele havia ressuscitado. Temos que confiar nas pessoas que nos querem o bem e principalmente em Deus. A confiança em Deus é fundamental para o otimismo. Continuemos então a nossa reflexão sobre esta virtude citando Dom Rafael Cifuentes.
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Reparemos que não é o mesmo ter fé do que viver da fé. O justo vive da fé (Heb 10, 38): o cristão encontra o seu impulso vital na fé, as tomadas de posição da sua vida fazem-se a partir da fé, e é então que experimenta o que fala Santa Teresa, que é o prêmio dos que só nEle confiam. O mar torna-se sólido e firme sob os seus pés como quando Pedro caminhava sobre as águas; a vida, pelo contrário, torna-se flutuante e tenebrosa para quem hesita, como quando Pedro começou a afundar entre as ondas por ter duvidado (Mt 14, 22-33).
Num mundo de perplexidades em que os homens, quando sentem medo, se agarram ao que podem — a uma autoafirmação orgulhosa, a um precário apoio humano ou a espiritualismos estranhos e superstições esquisitas —, o Senhor estende-nos sempre a sua mão — como a estendia a um Pedro apavorado — para que a agarremos com firmeza.
Essa mão está continuamente ao nosso lado, para encontrarmos nela como que a conexão com a rede infinita da onipotência e do amor de Deus. Como se, por um ato de profunda fé, nos tornássemos condutores de toda a luz, de todo o calor e de todo o poder de Deus. Já tivemos a experiência da sua presença inefável ao nosso lado? Já nos sentimos alguma vez mergulhados na corrente do mais alto e mais sublime amor, que é o amor de Deus? Já fizemos nossas, pela vivência pessoal, aquelas palavras de São Paulo: Tudo posso nAquele que me conforta (Fil 4, 13)? Quando existe essa experiência encarnada, a vida de um homem muda completamente.
É necessário reavivarmos a nossa fé, pedindo insistentemente como os apóstolos: Aumenta-nos a fé (Lc 17, 5). Chegaremos assim a mergulhar nas raízes do otimismo e a compreender, em toda a sua extensão e profundidade, estas três verdades que derivam da própria essência de Deus e que são o fundamento de todo o otimismo cristão: Deus é bom; Deus é fiel; Deus é todo-poderoso.
Somos otimistas, em primeiro lugar, porque Deus é bom. Deus é amor (1 Jo 4, 8), Deus nos criou por amor e nos criou para amar. Colocou no fundo do nosso ser um anseio infinito de plenitude. Mais ainda, porque Ele é bom, porque nos quer felizes, não pode deixar de nos dar os meios para conseguirmos o objeto desse mandato: um bom Pai, que dá o fim, dá os meios. Compreendemos o que representa saber que Deus está mais interessado, mais empenhado no nosso destino, na nossa felicidade, do que nós mesmos? Não deveria, isso encher-nos de otimismo?
Somos otimistas, em segundo lugar, porque Deus é fiel. Cumpre o que promete. Se Ele nos afirma: A paz vos deixo, a minha paz vos dou (Jo 14, 27), não seria uma terrível ironia que nos condenasse à intranquilidade e ao pessimismo? Jesus nos diz: Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe, quem busca acha, e a quem bate se abre. Pois quem de vós, se o filho lhe pede um pão, lhe dá uma pedra? Ou se lhe pede um peixe, lhe dá uma serpente? Se, pois, vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhes pedirem (Mt 7, 7-11). Poderá Deus utilizar acentos mais eloquentes e sensíveis para convencer-nos a confiar na sua fidelidade?
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Gravemos estes dois fundamentos do otimismo: somos otimistas porque Deus é bom e somos otimistas porque Deus é fiel. Amanhã vamos falar do terceiro fundamento.