NATAL: SÃO JOSÉ

EVANGELHO – Jo 1, 19-28

Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”. Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor”” – conforme disse o profeta Isaías. Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
estamos ainda vivendo o Tempo do Natal. Quantas lições podemos tirar olhando a cena do nascimento de Nosso Senhor, olhando o presépio. Hoje, gostaria que olhássemos para São José.

São José está ali em silêncio, rezando, mas não foi nada fácil chegar até lá. Como sabemos, logo após ao dia em que Nossa Senhora aceitou ser a mãe de Deus, ao saber esta vontade por intermédio do Arcanjo Gabriel, ela decidiu visitar sua prima Santa Isabel, ao saber também na Anunciação que ela estava grávida e no sexto mês e de idade avançada. Nossa Senhora ficará lá três meses, até o nascimento de São João Batista.

Sabemos também que Maria não contou nada para São José que ela seria mãe do Salvador e que Ele havia sido concebido por obra do Espírito Santo. Provavelmente Nossa Senhora recebeu alguma indicação divina para não falar nada.  E o que aconteceu quando Nossa Senhora, depois de três meses, voltou para Nazaré? São José notou que ela estava grávida.

Coloquemo-nos no lugar de São José. Imaginem ele vendo aquilo! O que terá sentido? Um misto de profunda surpresa, de perplexidade, de mistério, de dor, de profunda dor, ao passar por sua cabeça uma possível traição. Quantos sentimentos, sentimentos confusos, em meio à dor, deve ter vindo à cabeça de São José! Por respeito, ele não perguntará nada a Nossa Senhora.

São Mateus conta que como era um homem justo e não querendo difamá-la, resolveu deixá-la, com profunda dor, secretamente. Dor de uma possível traição e dor de deixar a mulher mais maravilhosa que já existiu sobre a face a terra. Dor de cortar o amor mais intenso que um homem pode ter sentido por uma mulher. Preferiu ficar pessoalmente mal e passar – se assim o quisessem pensar os outros – por um irresponsável que abandona a noiva grávida. Dessa maneira, quem ficava com a culpa era ele e ela ficava inocentada. Preferia sujar a sua própria imagem, antes que profanar aquele amor santo, que o próprio Deus tinha feito nascer entre ele e Maria.

José foi justo porque soube escolher a conduta justa, a conduta reta, quando agir assim era extremamente difícil e pedia heroísmo inaudito. Esqueceu-se de si: deu a sua honra, renunciou aos seus planos, fez o sacrifício em silêncio.

Enquanto assim pensava – diz o Evangelho –, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados. Se a dor de São José foi inexprimível ao vê-la grávida e ter de abandoná-la, imaginem a alegria que sentiria nesta hora. Daria saltos e saltos de alegria! Agora entendia tudo! Maria era realmente muito, muito especial e agora ele podia voltar a estar com ela! E, que alegria, ao saber que ela foi escolhida para ser a mãe do Salvador tão esperado, esperado há séculos e séculos!

Se antes de tudo isto, São José já era justo e vivia em plena harmonia com Deus, a partir desse instante iria ser ainda mais justo e afinado.

José, o homem justo, está “ajustado” com Deus, acolhe a vontade de Deus com o coração aberto. Na hora, com a paz do amor e da consciência limpa, se lança a pôr em prática o que Deus lhe solicita.

Não temas receber Maria – pediu-lhe Deus. E o que fez José? Despertando do sono, fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. Obedeceu com fidelidade delicada. E agiu assim nas outras circunstâncias em que Deus lhe pediu coisas muito  difíceis.

Assim, quando Deus o chamou para que fugisse para o Egito, livrando o Menino da perseguição de Herodes, levantou-se de noite – na hora! −, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito. E quando, após a morte de Herodes, Deus lhe indicou que voltasse para a sua terra, levantou-se, tomou o menino e sua Mãe e voltou para a terra de Israel. Sempre, ao pé da letra, esteve em sintonia com a vontade de Deus!

Esta é a grande lição que José nos dá. Aprendamos dele a ser justos e retos, a não torcer os caminhos de Deus com os desvios do interesse, da vaidade, do medo e do comodismo; procuremos estar sempre em harmonia com o que Ele quiser.

Se assim fizermos, o Menino do presépio sempre sorrirá para nós, e nós seremos muito felizes.

NATAL: SÃO JOSÉ

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