EVANGELHO – Jo 1, 35-42
Naquele tempo, João estava de novo com dois de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”! Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “Que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” Jesus respondeu: “Vide ver”. Foram, pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)”. Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu será chamado Cefas”(que quer dizer: Pedra).
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: continuando este Tempo de Natal, quantas lições podemos tirar olhando a cena do nascimento de Nosso Senhor, olhando o presépio. Hoje, gostaria que olhássemos para a estrela dos magos.
Diz o Evangelho que tendo nascido Jesus em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos – homens sábios, conselheiros de reis – vieram do Oriente a Jerusalém. Perguntaram eles: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo”.
Fazia mais de mil anos que esse misterioso Rei universal havia sido anunciado pelos profetas, inclusive por um pagão, o amonita Balaão. Disse ele: “Uma estrela sai de Jacó, um cetro levanta-se em Israel”. No Oriente, muitos tinham ouvido falar desta profecia. E os Magos, de alguma forma, a conheciam.
Nós não sabemos, mas parece que os Magos, por alguma iluminação divina, sabiam que um dia apareceria uma estrela diferente no céu e ela lhes indicaria o lugar do nascimento deste Rei.
Lá do Presépio, também a nós Deus parece dizer-nos: “Por acaso você pensa que não tem estrela? Será que você veio a este mundo por engano, sem finalidade nem missão alguma para cumprir?”
A nossa estrela é a nossa vocação – de casado, de mãe ou pai de família, de sacerdote, de mestre…–, que sempre nos pede cumprir uma missão. Quando descobrimos essa luz, fica claro o sentido da nossa existência.
No momento em que um casal cristão, por exemplo, descobre que o seu casamento é uma chamada de Deus, é uma vocação, então vê a estrela. Em qualquer circunstância da vida, marido e mulher – se tiverem fé e boa vontade – poderão ouvir Deus que lhes diz: “Olhem para a estrela. Ela lhes marca o rumo. Deus conta com vocês. Sejam fiéis à sua estrela, apesar dos pesares!”
Seguir a estrela não é fácil, porque às vezes fica encoberta ou porque nos guia por caminhos difíceis. Assim aconteceu com os Magos. A estrela revelou-lhes o destino e colocou-os numa aventura exigente, mas depois desapareceu.
O caminho foi longo e áspero. Tiveram cansaço e hesitações, mas nada os deteve. Não traíram a estrela! Quando chegam a Jerusalém, onde o rei dos judeus tinha o seu palácio, disseram simplesmente: Vimos e por isso viemos.
Os Magos julgavam ter alcançado a meta, mas ficaram assombrados quando comprovaram que lá em Jerusalém ninguém sabia de nada. Nem os sacerdotes, nem o rei Herodes, nem o povo. Apesar disso, não desconfiaram da estrela, da chamada de Deus.
Firmes na sua fidelidade, eles só se preocuparam em indagar aos sábios de Israel onde seria o lugar do nascimento do Messias anunciado pelas profecias. Responderam-lhes que a Escritura indicava Belém. Imediatamente para lá se encaminharam com a mesma determinação com que tinham saído de casa e enfrentado as asperezas do caminho.
Então, a estrela que tinham visto no Oriente apareceu novamente e os foi guiando, até chegar aonde estava o Menino, e ali parou. A aparição da estrela os encheu de profundíssima alegria.
Deus sempre cumula de alegria os que se esforçam por ser-lhe fiéis, especialmente se a fidelidade lhes custa sangue, suor e lágrimas. Deus lhes mostra então mais amor e lhes concede mil graças.
Vimos e viemos. Isso faz pensar. Quantas coisas nos sugere o exemplo dos Magos. Peçamos a Maria e José – fidelíssimos à sua vocação e à sua missão − que nos ajudem a ser homens e mulheres que sabem ver … e ir.
Tomara que sempre possamos dizer: “Estou fazendo isto ou aquilo, comportando-me desta forma, vencendo essa crise ou esse cansaço, porque vi, eu vi mesmo a estrela e entendi a razão porque Deus me pôs no mundo. Quero seguir essa luz divina, custe o que custar, pois aí está a verdade da minha vida e a garantia da minha felicidade”. Pensemos nisso!