EVANGELHO – Mt 7, 21.24-27
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Nem todo aquele que me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa”!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: dentro de 20 dias Jesus virá à terra e nos dirá o que São Mateus nos traz no Evangelho de hoje: “Nem todo aquele que me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus”. E depois nos diz que aquele que fizer a vontade do Pai, que ouvir as suas palavras e as colocar em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Quem de nós não quer construir a sua casa, a sua vida, a sua família sobre a rocha? Então este é o caminho: “fazer a vontade do Pai”. Renovemos hoje o propósito de perguntar sempre a Deus qual é a sua vontade para cada momento do nosso dia e de fazê-la com toda generosidade.
A Maria Nazaré nos traz a seguinte reflexão para o dia de hoje para preparar-nos para o Natal:
5 de Dezembro
Jesus, quero que o meu coração esteja em ordem para te receber. Faltam apenas vinte dias! Quero recolher a memória, domar a imaginação, colocar os pensamentos no lugar… deixar um cantinho sossegado para poder te contemplar. Quantas vezes fico lembrando mágoas, fracassos, ou, pelo contrário, revivendo os êxitos, os aplausos…! Quanta energia também perco nas asas da imaginação! Meu coração se inquieta, se enche de receios, ansiedades e medos… Senhor, como é difícil ter em ordem o meu mundo interior! Mas quero te levar hoje, Senhor, a palha do Recolhimento interior: se eu lembrar do passado, vou agradecer e pedir perdão; se eu me preocupar com o futuro, vou deixar nas suas mãos. E voltarei ao presente: sem me deter no passado, sem me inquietar com o futuro! Com a sua graça, lutarei por afastar de mim, no dia de hoje, pensamentos inúteis, que me fazem perder o tempo. Agora, fazendo o sinal da Cruz na testa direi: “Guardai no dia de hoje meus pensamentos em paz junto a Ti Senhor.”
Comentário:
As palavras da Maria Nazaré na reflexão de hoje me fazem lembrar umas de São Josemaria que estão no livro Sulco no capítulo da Vida Interior, número 651: “Umas vezes, deixas que salte o teu mau caráter, esse que em mais de uma ocasião aflora com uma dureza disparatada. Outras, não te ocupas em compor o teu coração e a tua cabeça, a fim de que sejam aposento regalado para a Santíssima Trindade… E sempre, acabas por ficar um tanto longe de Jesus, a quem conheces pouco… – Assim, nunca terás vida interior”.
De fato, soltando a nossa imaginação durante o dia sem o esforço de recolhimento, sem o esforço de compor o nosso coração, vamos ficando sem Deus, vazios por dentro. Quantas vezes já sentimos esta sensação de vazio interior!
É o que diz também São Josemaria no livro Caminho, número 368: “Estás entediado? – É que tens os sentidos despertos e a alma adormecida”.
Uma obra importantíssima na vida espiritual é a mortificação da imaginação, isto é, colocar rédeas na imaginação para que não nos percamos nos nossos pensamentos que, em geral, giram em torno de nós mesmos. Se soltamos a imaginação acontece aquilo que São Josemaria dizia no livro Sulco número 135: “Se a imaginação ferve em torno de ti mesmo, crias situações ilusórias, cenários que, ordinariamente, não combinam com o teu caminho, e te distraem totalmente, te esfriam e te afastam da presença de Deus. – Vaidade. Se a imaginação volteia em torno dos outros, cais facilmente no defeito de julgá-los – quando não tens essa missão -, e interpretas de modo rasteiro e pouco objetivo o seu comportamento. – Juízos temerários. Se a imaginação esvoaça sobre os teus próprios talentos e modos de dizer, ou sobre o clima de admiração que despertas nos outros, expões-te a perder a retidão de intenção e a dar pasto à soberba. Geralmente, soltar a imaginação implica uma perda de tempo, mas, além disso, quando não se domina, abre passagem a um filão de tentações voluntárias. – Não abandones nenhum dia a mortificação interior!”
Lição: para preparar-nos para o Natal façamos o propósito de, quando estivermos sozinhos, estarmos sempre conversando com Deus. Assim ficaremos muito mais felizes e colocaremos freio a tantos pensamentos inúteis e perigosos.