MARCELO CÂMARA: EXEMPLO DE UMA VIDA SANTA (8)

EVANGELHO – Jo 6, 22-29

Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
na sexta-feira passada começamos a ver o capítulo 6 do Evangelho de São João. Este capítulo é muito importante, pois é onde Nosso Senhor faz pela primeira vez a promessa da Eucaristia.

Para fazer isso, prepara bem as coisas fazendo em primeiro lugar o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Foi o que vimos na sexta-feira. Depois deste milagre, Jesus decide ir para outra margem do lago onde está a cidade de Cafarnaum. Ele faz isto de propósito, pois sabe que os seus discípulos iriam atrás dEle. E Nosso Senhor vai aproveitar esta situação para dizer que eles foram atrás dEle porque eles comeram o pão ficaram satisfeitos. Aí, preparando para falar do novo pão que será a Eucaristia, Ele diz estas palavras: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará”. Amanhã continuaremos a comentar este capítulo do Evangelho de São João.

Continuando a nossa série que deixamos no ano passado sobre o Marcelo Câmara, o Marcelinho, que morreu com 29 anos em Florianópolis com fama de santidade tendo tido uma vida muito parecida com a nossa. Por isso ele é uma poderosa fonte de inspiração para nós. Na última vez comentei que ele foi um modelo de dedicação aos estudos, que ele estava sempre estudando para ser um profissional melhor.

Gostaria de falar hoje sobre a sua caridade com o próximo. O Marcelinho foi lapidando a sua alma para amar o próximo como Jesus nos ama.

Amar o próximo é não xingar. É o que nos conta a sua mãe, dona Leatrice.

Às vezes eu saía atrasada, um carro me dava uma fechada e eu ia atrás, corria e fazia a mesma coisa. Ele me dizia: “Não faz isso, mãezinha, vamos fazer o seguinte, vamos rezar uma Ave-Maria por ele, para que Deus ilumine os caminhos dele e faça-o ser uma pessoa melhor”. Com essa maneira dele ser eu até parei de perseguir os outros e hoje eu rezo uma Ave-Maria no trânsito, quando alguém me prejudica. A religiosidade dele era muito aplicada, vivida na prática do dia-a-dia, concreta. É muito fácil alguém se dizer cristão, ir na igreja, rezar, ter o momento de oração na Missa, mas ser uma pessoa que critica, que julga, pensa e fala mal dos outros. Ele não, ele vivia a fé completamente. Não julgava, não criticava.

Amar o próximo é não falar mal dos outros, coisa que não é muito comum no dia-a-dia, não é? Pelo contrário…

São vários os depoimentos que contém a afirmação de que Marcelo era incapaz de falar mal das pessoas. O Padre Flávio, que foi seu diretor espiritual, salienta este agir virtuoso: “Nunca ouvi o Marcelo fazer crítica a ninguém. Muitas pessoas diziam: “o Marcelo é incapaz de falar mal de quem quer que seja”. Vivia com heroicidade a virtude da paciência e da mansidão”.

Amar é ter carinho por todas as pessoas, desde as mais importantes até as pessoas mais simples.

Neste sentido, o irmão Murilo relata um episódio que retrata como Marcelo cativou o guardador de carros, a ponto do rapazinho enfrentar os ladrões que tentaram roubar o veículo daquele que considerava um amigo. Ninguém passava despercebido para o Marcelo: “Tratava todo mundo com distinção. O guardador de carro que ficava na frente da casa da nossa avó chegou a apanhar dos caras que foram tentar roubar o carro do Marcelo, e ele não deixou. O Marcelo sempre conversava com ele. Podia ser quem fosse, o Marcelo conversava, dava atenção, dava carinho, dava ânimo, esperança”!

Não se explica a atitude deste rapaz se não tivesse um grande carinho pelo Marcelinho.

Lição: que o Marcelinho seja um exemplo para nós de amor pelo próximo, não xingando-o, não falando mal de ninguém e tendo carinho e interesse por todos, pois todos somos filhos de Deus e irmãos.

MARCELO CÂMARA: EXEMPLO DE UMA VIDA SANTA (8)

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