MARCELO CÂMARA: EXEMPLO DE UMA VIDA SANTA (10)

EVANGELHO – Jo 16, 16-20

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: “Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”, e: “Eu vou para junto do Pai”?” Diziam, pois: “O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então disse-lhes: “Estais discutindo entre vós porque eu disse: “Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis”? Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
hoje, no Evangelho, Nosso Senhor diz: “Em verdade, em verdade vos digo (…) vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. Estas palavras de Jesus fazem lembrar aquela bem-aventurança que fala que os que choram serão consolados: “Bem-aventurados os que choram porque serão consolados”. Jesus está dizendo, então, que, junto dEle, os que choram, os que estão tristes serão consolados e, mais ainda, que toda tristeza, isto mesmo, toda tristeza se converterá em alegria. Que consoladora são estas palavras de Jesus: saber que toda dor, todo sofrimento, toda tristeza se converterá em alegria. Quem não deseja que isto aconteça? Todos nós, não é verdade? Mas não esqueçamos que para isto precisamos estar com Jesus e estamos com Ele vive todos os seus mandamentos.

Continuando a nossa série sobre o Marcelinho, começamos a falar de como ele levou a sua doença, o linfoma, que o levou à morte. E é na hora da dor que nós vemos se uma alma é santa. Sigamos com os depoimentos.

* * *

A fortaleza heroica diante da gravidade do quadro de saúde fica visível, ainda, no depoimento de Marilis Cabral Broering Diener, uma das enfermeiras da equipe técnica que auxiliou no tratamento do Marcelo na sua internação no Hospital Celso Ramos:

Não consigo expressar o quão importante ele foi em minha vida. Tudo começou em 2004, quando, um pouquinho antes de me formar, decidi que queria fazer um estágio extracurricular, e fui parar no Hospital Celso Ramos, no 4o andar. Quando fazia 2 ou 3 dias que eu estava trabalhando, conheci o Marcelo. Em meio a todo aquele diagnóstico, prognóstico que não era nada agradável, era impressionante como ele lidava com a situação. Não teve um único dia, de todos os dias que ele esteve lá, que o Marcelinho tivesse reclamado de alguma coisa. (…) Em nenhum momento, não teve um dia, meu Deus, eu não posso mentir, não teve um dia que eu entrasse naquele quarto e o Marcelo dissesse que estava mal. Ele podia estar vomitando, podia estar com dor, mas não transparecia. Era impressionante a força que ele tinha. Era impressionante (,..) Pelo contrário; ele via beleza em tudo. Ele estava naquela situação difícil e agradecia!

Muito significativo é o relato da enfermeira Marilis sobre a ânsia de Marcelo por levar a paz de Jesus àqueles que trabalhavam no hospital e aos demais pacientes:

Eu passava no quarto dele, e era impressionante, porque às vezes a gente passava em quartos de pessoas com muito menos dores e problemas e saía dali pesada, carregada; e no quarto dele era diferente, eu sempre saía renovada, porque ele tinha sempre uma palavra de esperança, uma fé inabalável. Era uma dádiva poder estar ali com ele. Eu não via a hora de passar pelo corredor inteiro, fazer todas as minhas atividades para estar ali com ele. E a esperança dele… Tudo para ele tinha um motivo. Chegou uma fase em que ele já estava com dificuldade de andar e começou a se movimentar com andador. Isso não o impediu de passar nos outros quartos, com a nossa ajuda, e ele levava palavras de aconchego, de conforto e de fé para todos! (,..) Era impressionante, porque ele estava lá, no hospital, na situação dele e via aquilo como uma oportunidade de estar ajudando as outras pessoas, alguém podia estar lá num pós-operatório, ou em situações mais simples que a dele e ele sempre dizia: “Eu quero ir lá. Você me ajuda?”

Perfeita a colocação do professor Carlos Martendal sobre o Marcelo: “São assim os corações nobres, os corações possuídos por Deus. Não cessam de dá-Lo aos irmãos”.

E mais um registro formidável do “apostolado da esperança” realizado por Marcelinho com uma jovem hospitalizada:

A gente tinha uma paciente que estava no mesmo corredor que ele, na época ela ganhou a garota verão, e sofreu um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica. O Marcelo fazia questão de passar lá e animá-la. Tenho poucas lembranças, porque faz muito tempo. Eu não sei como ele conseguiu convencê-la: ela estava extremamente arrasada, não queria mais continuar a viver. E a gente ia no quarto, ele incentivava, incentivava, e eu sei que essa menina se reergueu. Saiu numa cadeira de rodas, com as limitações dela, mas sorrindo e feliz com tudo que o Marcelo fazia. (…). Parece que ainda vejo ele, parece que ouço o Marcelinho falando: “mas o que a gente pode aprender disso. Olha o que Deus está tentando mostrar.

Lição: aprendamos a nos comportar como o Marcelinho na hora da dor: não reclamando, não pensando em si, dando alegria aos outros, preocupando-nos com os demais.

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