EVANGELHO – Mc 6, 7-13
Naquele tempo: Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.
Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.
E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida.
Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”
Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem.
Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: São Marcos nos fala hoje da escolha de Jesus dos doze apóstolos. É interessante que Jesus ao enviá-los em missão lhes diz para não levarem nem pão, nem sacola, nem dinheiro. Por que Jesus lhes pede isto? Para aprenderem a confiar na Providência divina. Deus se encarregaria de que se alimentassem diariamente. Vemos mais uma cena no Evangelho que nos ajuda a confiar na Providência. Eu confio plenamente no cuidado de Deus por mim? Esta confiança me dá paz no dia-a-dia?
A partir de hoje vamos começar uma nova série que irá em paralelo com as tradicionais para cada dia da semana. Será sobre um rapaz brasileiro de Florianópolis, promotor de justiça, que morreu em 2008, com 29 anos, com fama de santidade. Chama-se Marcelo Câmara e o seu site é: www.marcelocamara.org.br
Por que desejo começar esta série? Porque a meta de todo cristão é a santidade, é terminar esta vida preparado para entrar no Céu, e o Marcelo é um exemplo vivo de como é a vida de uma pessoa próxima a nós que morreu muito santa. Conhecer a sua vida será um aprendizado e uma inspiração para todos nós.
Vou seguir uma biografia que foi escrita sobre ele que tem este título: No caminho da santidade – A vida de Marcelo Câmara, um Promotor de Justiça, publicada pelo Cultor dos Livros.
O Prefácio vai dizendo assim:
O prefácio de um livro normalmente é um escrito que dá peso à obra que será lida posteriormente, porém, neste caso, acontece de modo inverso – a biografia do Marcelo Câmara é algo que supera profundamente qualquer tentativa nesta perspectiva. Sendo assim, não é o prefácio que dá sentido a esta obra, mas a vida do Marcelo é que pode dar algum sentido a este prefácio, pois sua vida foi muito maior do que qualquer coisa que possa ser dita. Talvez essa sensação seja própria de todos aqueles que tentam explicar as coisas divinas, ou seja, que se deparam com o mistério profundo da ação de Deus que não se explica totalmente com palavras humanas, mas que, de certo modo, se plasma na vida de pessoas que se entregaram a Ele – e ainda assim permanecem inescrutáveis.
Certamente nesta biografia é mostrada a vida do Marcelinho (modo como era chamado pela maioria dos seus conhecidos) sem um juízo canônico sobre sua santidade – essa tarefa compete única e exclusivamente à Igreja – mas sim no sentido de vermos como uma pessoa normal e corrente respondeu a Deus durante a sua vida. Muito pode impressionar que nas biografias de alguns santos sejam ressaltados aspectos de profunda extraordinariedade, podendo, muitas vezes, dar a impressão de que a santidade seria dada por esses fatos extraordinários, ou, ainda, fazer entender que só seriam santos alguns poucos que teriam sido escolhidos previamente por Deus. Sabemos que não é assim, pois todos os batizados têm vocação à santidade – é a ação de Deus sobre cada homem e a resposta do homem a este amor de Deus que fazem santos, amigos de Deus, a cada um de nós. Nesta perspectiva, talvez possa chamar a atenção que na vida do Marcelo existam sim atos que poderiam ser considerados heroicos, mas, definitivamente, é a absoluta ordinariedade da sua vida – vivida com amor corrente – aquilo que nos impressiona.
Lição: um primeiro aspecto interessante deste prefácio escrito pelo Padre Hélio, que conheceu o Marcelinho, é chamar a atenção para o fato de que todos nós estamos chamados à santidade e de que a santidade é acessível, pois não é para pessoas especiais, mas para pessoas comuns. E é isto que nós iremos ver na vida do Marcelinho. Mas são cenas dos próximos capítulos…
