INFERNO: SUA REALIDADE (2)

EVANGELHO – Lc 11, 14-23

Naquele tempo: Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas.
Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu.
Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus. Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou.
Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus não só falou claramente do Inferno, como também falou claramente do demônio. São inúmeras as passagens da sua vida pública em que Jesus expulsa algum demônio ou fala dele.

Ontem começamos uma série que disse que é uma série “punk”, pois não é nada agradável, mas como é uma realidade, não podemos ter medo dela. Estamos falando do Inferno.

Por que eu pensei em falar do Inferno? Porque hoje as pessoas vivem como se ele não existisse. Muitas pessoas desprezam a Deus ou vivem de costas para Ele e desobedecem seus mandamentos como se estivessem brincando de amarelinha.

Desde que Deus se manifestou pela primeira vez aos homens, concretamente a Adão e Eva, deixou claro que há um caminho do bem e um caminho do mau. E que, como foi Ele quem nos criou e está muito acima de nós, é Ele que sabe com clareza qual é este caminho para o bem e qual é o caminho para o mau. E para nos deixar claro este caminho, apesar desta lei estar inscrita no nosso coração, Ele revelou os 10 mandamentos.

Aqui na terra nós vemos claramente que uma pessoa que faz o bem deve ser aplaudida e uma pessoa que faz o mal deve ser punida. Desta forma, nos parece razoável que Deus fale da salvação e da condenação.

Porém, de modo diferente da justiça humana, Deus até o último momento da nossa vida vai tentar que peçamos perdão dos nossos pecados e morramos unidos a Ele. Porém, aqueles que serviram, no fundo ao demônio, e morrem servindo a ele, serão entregues nas suas mãos para toda a eternidade. Deus, como Pai, jamais vai desejar que isto aconteça. Tanto assim que veio à terra e sofreu as dores terríveis da Paixão e morreu por nós, para nos libertar do mal, do demônio. Porém Deus não toca na nossa liberdade. Por isso, nós dizemos que Deus não condena ninguém. É a própria pessoa que se auto-condena.

A cada dia, Deus faz de tudo para que não nos condenemos. Uma das iniciativas que Deus tem feito ao longo da história é de mostrar o Inferno para alguns filhos seus para eles nos transmitirem esta revelação. Desta forma, são dezenas de santos que viram o Inferno. Também viram o Céu e o Purgatório, que é o lugar que as pessoas vão quando morrem unidos a Deus, arrependendo-se dos seus pecados, porém não os expiaram suficientemente.

Nesta série sobre o Inferno gostaria de transmitir a revelação que Deus fez a uma colombiana muito simples que amava muitíssimo a Deus. Ela se chama Matilde de Oliva Arias. Outras almas santas ou santos que tiveram a revelação do Inferno, entre outros, são Santa Teresa de Ávila, Dom Bosco, Santa Francisca Romana, Santa Faustina etc.

Amanhã começaremos a narrar a revelação da Matilde Arias que é razoavelmente extensa. Podemos terminar hoje com a revelação que Nossa Senhora fez do Inferno aos três pastorinhos de Fátima. Quem escreve é a irmã Lúcia.

* * *

Nossa Senhora apareceu e, em primeiro lugar, abriu os braços e então um grande clarão de luz nos atingiu e fez com que recebêssemos uma infusão especialíssima da graça divina. Se Nossa Senhora não tivesse feito brilhar aquela luz sobre nós, teríamos morrido de susto ao ver o inferno, porque a visão foi tremenda.

Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo estavam os demônios e as almas como se fossem brasas transparentes e negras ou cor de bronze com forma humana. Delas saiam chamas, juntamente com nuvens de fumo, caindo por todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas em grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e de desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por terem formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negro carvão em brasas.

Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora a que nos disse com bondade e tristeza: “Vistes o Inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores.

A visão do inferno horrorizou os três pastorzinhos. Para Jacinta, a menor dos três, com apenas 7 anos de idade, a visão a horrorizou a tal ponto que todas as penitências e mortificações lhe pareciam nada, para conseguir livrar de lá algumas almas. Muitas pessoas perguntavam a Lúcia como é que Jacinta, tão pequenina, compreendeu e se deixou possuir por tal espírito de mortificação e penitência? A esse respeito, a Irmã explicou:

Parece-me que foi primeiro por uma graça especial que Deus, por meio do Imaculado Coração de Maria, lhe quis conceder; segundo, ao ver o inferno e a desgraça das almas que aí caem.

Jacinta, com frequência se sentava no chão ou em alguma pedra e, pensativa, começava a dizer:

– O inferno! o inferno! que pena eu tenho das almas que vão para o inferno! E as pessoas lá estão vivas e ardendo como a lenha no fogo!

E meio trêmula ajoelhava, de mãos postas, para rezar a oração que Nossa Senhora lhes tinha ensinado: “Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem”.

Em certa ocasião, a irmã Lúcia vendo que Jacinta estava muito pensativa, lhe disse: «Jacinta, em que pensas?».

«Penso no que vai acontecer, com tanta gente que vai morrer e vai para o inferno (…) porque não param de pecar?»

Um dia, em que ficou longo tempo ajoelhada, chamou Francisco: “Francisco! Francisco! vem rezar comigo! É preciso rezar muito para salvar as almas do inferno. Tantas almas vão para lá! Tantas”. E punham-se a rezar juntos pelos que não rezam.

Depois da visão do Inferno, Nossa Senhora perguntou aos três pastorinhos: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”

Eles aceitaram e a partir daquele dia ficavam muitas vezes sem comer, faziam jejum, ficavam sem beber água, pela salvação dos pecadores.

Lição: que esta revelação de Nossa Senhora do Inferno aos três pastorzinhos nos leve a refletir nesta realidade tão esquecida.

INFERNO: SUA REALIDADE (2)

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