EVANGELHO – Jo 3, 16-21
Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: O Evangelho de hoje, São João, que é o Apóstolo do amor, pois seu coração era uma fogueira de amor, nos diz que Deus amou tanto o mundo, amou e ama tanta os seus filhos, que não poupou o seu Filho predileto, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Jesus, entregando-o à morte para nos salvar. Aquilo que Deus não permitiu a Abraão, sacrificar o seu filho Isaac, Deus fez a seu Filho para obtermos o perdão dos nossos pecados. Como diz a Sagrada Escritura: “quem somos nós para que Deus nos ame tanto?”
Este é o Deus que nós temos!!! Um Deus que faz de tudo para sermos felizes, nós que somos reles criaturas comparadas com o ser de Deus. Porém entendemos também que não somos só puras criaturas, mas seres saídos das entranhas de Deus. Ou seja, seus filhos. E, assim como um pai aqui na terra, com seu coração pequeno de um ser humano já faz de tudo para que seu filho seja feliz, Deus, que tem um coração infinito, faz de tudo e mais um pouco, melhor, mais um infinito, para nos fazer felizes.
Por isso, digo que só um tonto não vai atrás do amor de Deus. Só um tonto não vai atrás do amor de Jesus.
No contexto deste Amor tão grande de Deus por nós, quis criar a Igreja. E a criou de uma maneira que muitos de nós ficamos surpresos, sem entender: divina e humana. Lutero, por não entendê-la, por vê-la só do lado humana, pecadora, eliminou-a. Eliminou o Papa, os bispos, os sacerdotes. Ficou apenas a Sagrada Escritura e a livre interpretação de cada fiel. Não é preciso ir muito longe para perceber para onde isto iria levar. Hoje são mais de 300 mil denominações protestantes, cada uma com sua interpretação.
Nossa Senhora disse ao Padre Gobbi, fundador do Movimento Sacerdotal Mariano, que isso fez “destruir a Palavra de Deus”. Com a livre interpretação, já não sabemos mais qual é a Palavra de Deus.
Lutero tinha razão em apontar a Igreja como sendo pecadora, pois, de fato, Deus a fez humana. Porém, Lutero esqueceu o verso da moeda: o lado divino da Igreja, que é Jesus Cristo, na sua cabeça, e o Espírito Santo na sua alma.
São Paulo já nos disse que a Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Quase ninguém conhece esta afirmação de São Paulo e menos ainda o seu significado. Corpo Místico de Cristo é um corpo, divino e humano, que forma uma unidade com todos os membros da Igreja. Este corpo é constituído da seguinte maneira: Cristo é a sua cabeça, nós somos os seus membros e o Espírito Santo é a sua alma. Nossa Senhora é o pescoço, pois por ela passam todas as graças que vêm de Cristo, da morte de Cristo na Cruz. Os membros deste corpo são formados pelos fiéis que estão aqui na terra e pelas almas que estão no Céu e no Purgatório. Por isso, falamos de 3 igrejas: a Triunfante, no Céu, a militante, na terra e a padecente, no Purgatório. A Igreja é divina, pois Cristo está na sua cabeça e o Espírito Santo é a sua alma.
Agora podemos fazer uma pergunta: por que Jesus fez a Igreja desta forma, humana e divina? Por que não a fez totalmente pura, por Anjos, por exemplo? Vamos responder a esta pergunta nas próximas homilias.
Lição: vamos tirar o propósito de estudar o mistério da Igreja. Deus nunca erra nas coisas que faz. Deus nos deu a inteligência para penetrarmos, pelo menos um pouquinho, nos seus mistérios. Jesus nos disse numa ocasião: amarás o Senhor teu Deus com toda a tua inteligência. Façamos isto e, com certeza, admiraremos cada vez mais a Deus e as suas obras.
