EVANGELHO – Mt 11, 25-30
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: o mês de novembro é, por um costume antiquíssimo, dedicado à memória das pessoas falecidas.
No final do século X se fundou o mosteiro de São Pedro de Cluny, na França, com o propósito de que estivesse ligado de forma especial à Santa Sé e livre das dependências feudais da época. Deste modo este mosteiro pode ter os melhores abades e ampliar sua benéfica influência para toda a cristandade; inclusive vários monges chegaram a ser papas e grandes reformadores da Igreja no início do segundo milênio cristão.
Naqueles anos fundacionais, surgiu um grande abade, São Odilo, que no ano 998 prescreveu que todos os mosteiros unidos à sua jurisdição, no dia seguinte à festa de Todos os Santos, se fizesse memória de todos os fiéis defuntos. A escolha desta data talvez se deva à substituição da festa pagã do Hallowen, comemorada ainda por católicos convertidos do paganismo no dia 31 de outubro. O Hallowen é uma festa pagã celta que marcava o final do verão e das colheitas e introduzia os dias de frio e escuridão. A crença era que o Deus da morte fazia os mortos voltarem permitindo a comunicação dos druidas com os antepassados. No século XIV se incluiu a comemoração de todos os fiéis defuntos no calendário da Igreja romana.
Quem de nós não tem saudades dos familiares, amigos, falecidos e não sente desejo de que estejam bem?
O que podemos fazer por eles? Sobretudo rezar!
O que a igreja oferece nestes dias?
Oferece uma grande graça! Oferece a possibilidade de lucrarmos uma indulgência plenária pelas almas dos falecidos.
O que é uma indulgência plenária? É uma graça que podemos obter para nós ou para alguém que apaga toda a dívida contraída pelos pecados. Numa palavra: se conseguimos lucrar uma indulgência plenária para uma pessoa falecida, se ela estiver no Purgatório, ela vai direto para o Céu. É o maior presente que podemos dar para uma pessoa falecida!
Como se obtém esta indulgência plenária no dia de finados? Há duas possibilidades. Transcrevo o que diz o Diretório Litúrgico, que é um guia para orientação da liturgia:
Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente pelos defuntos, concede-se uma indulgência plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente do dia 1 de novembro ao dia 8 (…)
Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se indulgência plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e o Credo.
Além destas obras, não podemos esquecer que há umas condições para se lucrar qualquer indulgência plenária. As condições são as seguintes:
– confessar-se nos dias em torno à obra que se faz para lucrar a indulgência
– comungar nos dias em torno à obra que se faz para lucrar a indulgência
– rezar pelo Papa (ao menos um Pai-Nosso e uma Ave-Maria)
– detestar o pecado
Não deixemos de rezar pelas pessoas falecidas. Elas nos agradecerão muito quando as encontrarmos! Um santo dizia que na hora da morte todas as almas que ajudamos a ir ao Céu formarão um cortejo para nos levar para lá. Pensemos nisso!