EVANGELHO Jo 16, 12-15
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: no Evangelho de hoje vemos mais um argumento de que nem tudo está nas Sagradas Escrituras, e é por isso que ela não é a única fonte da Revelação para os católicos. Jesus diz no início do Evangelho de hoje: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”. Jesus, então fala que o Espírito Santo, que viria somente a partir de Pentecostes, é quem nos comunicará a plena verdade. Jesus vai subir aos Céus sem nos comunicar a plena verdade. A Igreja, por exemplo, assistida pelo Espírito Santo, continuamente nos instrui acerca da verdadeira interpretação da Revelação. Isso é obra do Espírito Santo que não estão nas Sagradas Escrituras.
Continuando a nossa série sobre a Doutrina Católica, estamos revisando os mandamentos e na última vez demos continuidade ao Sexto Mandamento, “Não pecar contra a castidade”. Vimos a malícia da contracepção. Hoje vamos ver outros aspectos deste mandamento.
O que diz este documento da Igreja, a Humanae Vitae, sobre a contracepção?
Que é intrinsecamente moral “qualquer ação que, ou na previsão do ato conjugal ou na sua realização, ou no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (Enc. Humanae Vitae, n. 7).
Os pecados contra a castidade são graves?
Sim; os pecados contra a castidade são graves, isto é, são pecados mortais, impedindo a recepção da Comunhão, a não ser que se peça perdão sinceramente na confissão.
Porque é que o sexto mandamento, que diz «não cometerás adultério», proíbe todos os pecados contra a castidade?
Embora no texto bíblico se leia «não cometerás adultério» (Ex 20,14), a Tradição da Igreja segue todos os ensinamentos morais do Antigo e Novo Testamento, e considera o sexto mandamento como englobando todos os pecados contra a castidade.
Qual a missão das autoridades civis em relação à castidade?
As autoridades civis, obrigadas a promover o respeito pela dignidade da pessoa, devem contribuir para criar um ambiente favorável à castidade, mesmo impedindo, com leis apropriadas, a difusão de algumas das chamadas graves ofensas à castidade, para proteger sobretudo os menores e os mais débeis.
Quais os bens do amor conjugal a que a sexualidade se ordena?
Os bens do amor conjugal, que para os batizados é santificado pelo sacramento do matrimônio, são: a unidade, a fidelidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade.
Quando é que a regulação dos nascimentos é moral?
A regulação dos nascimentos, que é uma componente da paternidade e maternidade responsáveis, é conforme à moralidade quando é realizada pelos esposos sem imposições externas, nem por egoísmo, mas com base em motivos sérios (falta de espaço físico, dificuldade financeira, doença do marido ou da mulher etc) e o método utilizado é o que não separa os significados unitivo e procriador, isto é: a continência periódica e o recurso aos períodos infecundos que respeita a lei de Deus e tem uma certa abertura à vida e a mentalidade dos esposos é: estamos abertos à vida, mas agora não podemos ter um filho.
Por que é que a inseminação e a fecundação artificiais são imorais?
São imorais porque dissociam a procriação do ato conjugal: procrio, mas sem o ato conjugal. Ao fazer-se isto, a vida humana fica à mercê de uma técnica ferindo a moralidade de várias maneiras:
1) A vida humana fica sujeita a uma manipulação genética. Como vimos no quinto mandamento, a vida humana sendo sagrada, não pode ser objeto de nenhum tipo de manipulação;
2) Além disso, a inseminação e a fecundação heteróloga, com o recurso a técnicas que envolvem uma pessoa estranha ao casal dos esposos, prejudicam o direito do filho a nascer dum pai e duma mãe conhecidos por ele, ligados entre si pelo matrimônio;
3) Além disso também, é comum produzir vários embriões e congelar alguns deles e descartar os menos aptos, atentando gravemente contra a vida humana. Também sabe-se que os embriões congelados ou descartados, acabam sendo utilizados para outros fins.
Como deve ser considerado um filho?
O filho é um dom de Deus, o maior dom do matrimônio. Não existe um direito a ter filhos («o filho exigido, a todo o custo»). Existe, ao contrário, o direito do filho a ser o fruto do ato conjugal dos seus progenitores e o direito a ser respeitado como pessoa desde o momento da sua concepção.
Que devem fazer os esposos sem filhos?
No caso em que o dom do filho não lhes tivesse sido concedido, os esposos podem mostrar a sua generosidade mediante a adoção ou realizando serviços significativos em favor do próximo. Deste modo, realizarão uma preciosa fecundidade espiritual.
Quais são as ofensas contra a dignidade do matrimônio?
São: o adultério, o divórcio, a poligamia, o incesto, a união de um casal sem o sacramento do matrimônio e o ato sexual antes ou fora do matrimônio.
Então morar junto antes do casamento é pecado grave?
Morar junto antes do casamento é atentar contra o sexto mandamento colocando-se em risco de ofender gravemente a Deus. E um cristão deve pensar assim: “Antes a morte do que o pecado mortal”.
E por que a fornicação (ter relações antes do casamento) é pecado grave?
Por vários motivos:
– porque pode gerar um filho e é necessário ter pais com uma união estável para cuidar e educar este filho;
– porque se evito ter filhos, separo o significado unitivo do procriador, colocando o prazer como fim principal em vista do bem associado a ele que é a procriação. Como vimos acima o prazer nunca pode estar acima do bem associado a ele.
Então os namorados devem viver a castidade antes do casamento?
Isso mesmo; não podem ter relações sexuais e nem consentir em pensamentos e atos impuros, em sensações impuras. Não podem sentir o prazer carnal e consentir nele. Os beijos devem ser puros e não pode haver toques em partes íntimas.
E o que é lícito na relação sexual no casal?
É lícito tudo aquilo que é natural, que não vai contra a natureza, desde que termine no ato conjugal. Não devem esquecer que devem procurar cada um o bem do outro e comportar-se conforme a eminente dignidade humana.
Lição: não podemos esquecer que Deus, através deste mandamento, o que quer é nos conduzir para o amor perfeito, para o amor puro e afastar-nos do perigo de vermos as pessoas do outro sexo como objeto. É neste contexto que entendemos o sexto mandamento.