DOUTRINA CATÓLICA (34): MANDAMENTOS (8)

EVANGELHO – Jo 3, 16-21

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
como é bonito o Evangelho de São João. Podemos dizer que ele está centrado em Cristo, no seu amor por nós, na sua divindade, na sua missão. Hoje São João nos diz que Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. Aquilo que Deus não quis que Abraão fizesse com o seu filho primogênito, que o sacrificasse, Deus-Pai fez com o seu Filho, sacrificando-o, levando-o à morte para que nós não morrêssemos eternamente. Que pai teria coragem de sacrificar um filho em prol de uma causa? Por amor a nós, Deus-Pai sacrificou também Maria Santíssima, sua filha predileta, não levando-a à morte física, mas à morte espiritual. Nossa Senhora sofreu indizivelmente, aceitando ser a mãe de Deus, sabendo tudo o que iria sofrer. E fará isso para a nossa salvação.

Dando continuidade à nossa série que paramos no ano passado sobre a Doutrina Católica, na última vez vimos o Quinto Mandamento, “Não matar”. Hoje vamos começar a ver o Sexto Mandamento, “Não pecar contra a castidade”. Para ver tudo o que vimos até agora na Doutrina Católica e também todos os temas abordados nas minhas homilias, vá ao meu site homilias.fecomvirtudes.com.br e procure a tag correspondente. Neste caso a tag é “Doutrina católica”. Como o Sexto Mandamento é extenso, nós o veremos em várias partes. Hoje veremos a primeira parte.

* * *

SEXTO MANDAMENTO: NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE

O que é a castidade?
É a virtude que nos leva, pressupondo a corporeidade, a amar com um amor puro as pessoas de outro sexo. Pelo pecado original somos inclinados a olhar o homem ou a mulher como objetos de prazer e não com amor. Nenhum ser humano, devido à sua dignidade sagrada, pode ser visto como objeto de nada. Por exemplo: objeto de uso, de comércio, de experimentação etc. Todo ser humano deve ser respeitado na sua alta dignidade e todo ser humano está chamado a dar amor e receber amor. É interessante esta frase que costumam dizer algumas moças quando estão conhecendo um rapaz: “gostei dele, pois ele é muito respeitador”. É justamente isto que todo ser humano espera: ser visto como pessoa e não como objeto. A virtude da castidade, portanto, leva a amar com um amor puro o amor que há entre namorados e casais e a olhar com amor puro as pessoas de outro sexo.

O que supõe a virtude da castidade?
Dada a má inclinação do pecado original, pressupõe uma educação do olhar e das expressões de amor.

Quais os meios que ajudam a viver a castidade?
São numerosos os meios à disposição: a graça de Deus, a ajuda dos sacramentos, a oração, a intercessão de Nossa Senhora que é mãe do Amor Formoso, o exercício das virtudes morais, em particular da virtude da caridade que nos faz crescer no amor puro e na virtude da fortaleza e da temperança, que procura fazer com que as paixões sejam guiadas pela razão.

Como é que todos são chamados a viver a castidade?
Todos, seguindo Cristo modelo de castidade, são chamados a levar uma vida casta, segundo o próprio estado de vida: uns na virgindade ou no celibato consagrado; os casados, vivendo a castidade conjugal; os não casados vivendo a castidade que lhes corresponde.

Quais os principais pecados contra a castidade?
São pecados gravemente contrários à castidade, cada um segundo a natureza do objeto: o adultério, a masturbação, a fornicação (ter relações antes do casamento), a pornografia (olhares e pensamentos impuros), vestir-se e portar-se de modo indevido provocando o pecado nos outros (se é através das mídias sociais pode provocar o pecado em centenas ou milhares de pessoas), a contracepção (uso de pílulas, preservativos, Diu, pílula do dia seguinte, a esterilização, o onanismo (relação incompleta), a prostituição, o estupro, os atos homossexuais. Estes pecados são expressão do vício da luxúria. Cometidos contra os menores, são atentados ainda mais graves contra a sua integridade física e moral.

Qual é a malícia dos pecados contra a castidade?
A malícia dos pecados contra a castidade é ver o corpo humano como objeto de prazer, de uso, de usufruto, independente das consequências más que a busca deste prazer pode provocar em si mesmo e nos outros. As consequências más que podem vir do uso desordenado do prazer sexual são, entre outras: tornar-se escravo e dependente dele; abrir as portas para a infidelidade no namoro e no  casamento; adquirir e transmitir doenças sexuais; incapacitar para o amor, já que o amor é pensar no outro e a busca do prazer é pensar em si; rebaixamento da dignidade e da riqueza interior da pessoa humana; destruição das famílias; pedofilia e, talvez o pior pecado, junto com a pedofilia, a realização de inúmeros abortos ao ver que uma vida foi gerada, ou tem a possibilidade de ser gerada, e buscava-se só o prazer. É importante hoje pensar nas más consequências e, na sua gravidade, pois pouco se fala delas.

Qual o significado do ato conjugal?
O ato conjugal tem um duplo significado: unitivo (a mútua doação dos esposos) e procriador (a abertura à transmissão da vida). A Igreja, que é a Igreja de Cristo, pois como ele disse, “tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja”, nos diz que não podemos romper a conexão inquebrantável que há entre os dois significados unitivo e o procriador, excluindo um deles. Se se procura o fim unitivo impedindo o fim procriador, fere-se a dignidade da pessoa humana tratando-a como objeto de prazer. Se se procura o fim procriador sem o fim unitivo, fere-se a dignidade da vida humana, que é sagrada, ao manipulá-la em laboratório. A vida humana não pode ser objeto de manipulação.

Lição: São Josemaria gostava de se referir à virtude da castidade, da pureza, de uma maneira muito positiva, pois ela não é uma negação de um prazer, mas a afirmação do amor. Pensemos nisso.

DOUTRINA CATÓLICA (34): MANDAMENTOS (8)

You may also like

INFERNO: SUA REALIDADE (6)
EVANGELHO - Jo 5, 17-30 Naquele tempo: Jesus respondeu aos judeus: ...
DOUTRINA CATÓLICA (33): MANDAMENTOS (7)
EVANGELHO - Mc 9, 38-40 Naquele tempo: João disse a Jesus: "Mestre, ...
DOUTRINA CATÓLICA (32): MANDAMENTOS (6)
EVANGELHO - Mc 8, 22-26 Naquele tempo, Jesus e seus discípulos ...
DOUTRINA CATÓLICA (31): MANDAMENTOS (5)
EVANGELHO - Mc 7, 14-23 Naquele tempo: Jesus chamou a multidão para ...
DOUTRINA CATÓLICA (30): MANDAMENTOS (4)
EVANGELHO - Mc 4, 1-20 Naquele tempo: Jesus começou a ensinar de novo ...
DOUTRINA CATÓLICA (29): MANDAMENTOS (3)
EVANGELHO - Mc 3, 1-6 Naquele tempo: Jesus entrou de novo na sinagoga. ...
DOUTRINA (28): MANDAMENTOS (2)
EVANGELHO - Mc 1, 29-39 Naquele tempo: Jesus saiu da sinagoga e foi, ...
NATAL: ESTRELA DOS MAGOS
EVANGELHO - Jo 1, 35-42 Naquele tempo, João estava de novo com dois de ...
NATAL: SÃO JOSÉ
EVANGELHO - Jo 1, 19-28 Este foi o testemunho de João, quando os ...
FIM DE ANO: PROPÓSITOS PARA O ANO
EVANGELHO - Jo 18, 1-18 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava ...
Page 3 of 28
Rolar para o topo